quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Amazônia, índios e viajantes: conferência e mini curso da prof. Ângela Domingues

CONFERÊNCIA E MINI CURSO - Profa. Angela Domingues, Universidade Nova de Lisboa:

Conferência "Índios da Amazônia no contexto das reformas pombalinas"
Dia 21 de novembro de 2012, às 18 horas
Miniauditório da Faculdade de Formação de Professores da UERJ

Mini Curso: Uma releitura da literatura de viagens: imagens do Brasil na Europa do seculo XVIII através dos olhares dos viajantes
Dias 22, 23 e 26 de novembro, de 14 às 16 horas
Miniauditório da Faculdade de Formação de Professores da UERJ

O programa completo do minicurso se encontra na página do PPGHS no link AGENDA, click aqui

Não é preciso fazer inscrição com antecedência.
SERÁ EXPEDIDO CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Frankenweenie de Tim Burton: animais e revelação do caráter humano

É possível falar de ciência com beleza, por meio da arte. Sem aquele discurso árido, duro, buscando no pragmatismo quase positivista uma seriedade. Como se essa forma cartesiana de falar da ciência lhe garantisse o status de verdade. 

Gosto muitos do trabalho de Tim Burton. A história contada por ele prova que é possível falar de ciência com leveza. ´Recomendo seu "Frankenweenie", e o seus questionamentos sobre a vida e especificamente sobre a utilização do conhecimento.

A história é assim...
Victor adora fazer filmes caseiros de terror, quase sempre estrelados por seu cachorro Sparky. Quando o cão morre atropelado, Victor fica triste e inconformado. Inspirado por uma aula de ciências que teve na escola, onde um professor mostra ser possível estimular os movimentos através da eletricidade, ele constrói uma máquina que permita reviver Sparky. O experimento dá certo, mas o que Victor não esperava era que seu melhor amigo voltasse com hábitos um pouco diferentes.

O que há de mais importante no filme é a relação do menino solitário com o seu cachorro. Para Tim Burton o comportamento dos animais de estimação representam a personalidade de seus donos (ignorância e ganância). Muito interessante como ele aborda essa relação - mesmo que exagerada. 

Uma questão interessante abordada em "Frankenweenie" é a de que não existe ciência boa ou ruim, mas que a tecnologia pode ser pervertida por aqueles que desejam mal-uso dela e negada por aqueles que querem permanecer ignorantes.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O que faz uma rainha? Palestra com profa. Isabel Sá

Retrato de Rainha de Portugal (1734-1816)

O Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ com o apoio do Grupo de Pesquisa Antigo Regime nos Trópicos e do SACRALIDADES: Laboratório de Estudos sobre Poder, Religião e Religiosidades no mundo ibero-americano (séculos XVI-XIX)do Instituto de História da UFRJ, convidam para a palestra

"O que faz uma rainha? O caso da monarquia portuguesa 1450-1910"

Profa.  Isabel dos Guimarães Sá (Professora Associada com Agregação na Universidade do Minho e Investigadora Associada Integrada do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Publicou Leonor de Lencastre. De princesa a rainha-velha (2011); As Misericórdias Portuguesas de D. Manuel I a Pombal (2001); Quando o rico se faz pobre: Misericórdias, caridade e poder no Império Português, 1500-1800 (1997), entre outros livros e inúmeros artigos.)

Resumo:
A coordenação de uma coleção de 32 biografias de rainhas consortes de Portugal, e a autoria de três delas (D. Leonor 1458-1525, Isabel de Castela 1478-1498 e Maria de Castela 1482-1517), motivou alguma reflexão sobre o papel destas mulheres na política nacional e internacional no âmbito da monarquia.
No decurso de um projeto iniciado em 2005, certas questões acabaram por se impor. O que é que transforma uma mulher numa rainha? Em que medida é o seu papel moldado pelo gênero? Quais são os limites da sua atuação e as suas vantagens? O que é que mudou entre os inícios da Idade Moderna e o fim da monarquia portuguesa? Que continuidades se observam?

Data: 13 de novembro (terça-feira), às 15 horas
Local: UFRJ – Campus do Largo de São Francisco - Largo de São Francisco, no 1 – sala Werneck (205)– Centro - RJ

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Dossiê El agua en la historia

O departamento de história da universidade de Castilla-La Mancha publicou o dossier "El agua en la historia: usos, tècnicas e y debates" na revista Vínculos de História.

Eis o conteúdo:

Los usos del agua en la Hispania romana

El agua en la agricultura. Agroecosistemas y ecosistema en la economía rural andalusí

La lucha por el agua en el país de la lluvia (Galicia, siglos XVI-XIX)
De aguas, tierras y políticas hidráulicas en la España contemporánea

Argumentos ambientales para la renovación de la Historia Agraria
Los usos de la Historia: una reflexión sobre el agua

Os artigos estão todos on line gratuitamente, para acessá-los click aqui

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A natureza arretada de Luiz Gonzaga

Toda vez que vou escrever sobre um filme começo dizendo que não é minha pretensão fazer uma crítica cinematográfica propriamente dita. No caso deste post nem se eu quisesse. O filme em questão é "Gonzaga, de pai para filho", lançado neste que é o ano do centenário do nascimento do Rei do Baião.

Disse ser impossível fazer qualquer crítica cinematográfica (se ao menos soubesse) porque essa história explica parte da minha vida e da relação que tive com meu avô Orisvaldo Gonzaga. Todas as vezes que me repreendia dizendo: "respeite o Januário" e todas as histórias do sertão nordestino que ele me contava. O chapéu de couro que ganhei quando criança e as expressões do filme tiradas do palavreado de minha mãe.

Por tudo isso, quero dizer que gostei muito do filme, e que a relação dele com a natureza é secundária nesse post - apesar de não parecer, pois a história do rei do baião é de certo modo a trilha sonora da minha vida com meus avós, minha mãe e o Nordeste. E são essas coisas que realmente importam na vida.

Dito isso, quero passar para a segunda parte, apresentando a pergunta que move as palavras a seguir: como a natureza aparece na obra e na vida de Luiz Gonzaga?

O primeiro ponto que me chama atenção deles é a descrição do sertão pernambucano impressa em suas músicas, como em "Luar do sertão", ABC do sertão" e "Alegria de pé de serra". As letras de suas canções além de permitirem os brasileiros da região sul-sudeste conhecer, de certa maneira, a paisagem do sertão nordestino, não esquecem de destacar (com propósito poético) a interação do sertanejo com o lugar vivido.

Para Luiz Gonzaga, a saudade de sua terra é um dos grandes motivos de sua música, como em "Vaca Estrela e boi Fubá" ele explica sua saída por conta de uma "seca medonha", descreve o cotidiano sertaneja no trato com os animais e completa destacando sua saudade dos animais que o faziam feliz: a vaca Estrela e o boi Fubá. O ambiente pastoril e as dificuldade do lugar seco são conflitantes em suas canções.

A água também aparece como um problema em "A cheia de 24", nessa canção Luiz Gonzaga descreve o grande sofrimento dos sertanejos diante da fúria das águas:

Descia gado e cavalo / Pato, peru e galinha
Cabrito, porco e carneiro / Tudo o que o povo tinha
Os açudes não podiam / Tantas águas suportar
Rio, riacho e lagoa / Tudo junto num só mar

O "Xote ecológico" é outra canção que percebemos de maneira direto o olhar do autor para com a natureza ao seu redor. Além do sertão, Gonzaga também cantou o litoral nordestino e preocupo-se nesse xote de reclamar a destruição do meio ambiente e até daqueles que lutam pela conservação.

Não posso respirar, não posso mais nadar
A terra está morrendo, não dá mais pra plantar
E se plantar não nasce, se nascer não dá
Até pinga da boa é difícil de encontrar

Cadê a flor que estava aqui?
Poluição comeu.
E o peixe que é do mar?
Poluição comeu
E o verde onde é que está ?
Poluição comeu
Nem o Chico Mendes sobreviveu

 

O filme "Gonzaga, de pai para filho", com sua fotografia, retrata bem a natureza da região da Serra do Araripe por onde o rei do baião andava quando ainda não tinha coroa. Nos permite pensar como a produção artística de um homem como ele é pensada também a partir da interação com esse mundo físico - e isso na obra de Luiz Gonzaga é extremamente forte. O diretor Breno Silveira foi muito feliz quando escolheu como ponto de referência da história uma árvore de juazeiro, ali se desenrolam conflitos e reconciliações. Nada mais simbólico para contar a trajetória de um rei que descreveu a natureza com a  sanfona. 

Recomendo aos amigos que acessam nosso blog assistirem "Gonzaga, de pai para filho", e entre outras coisas certamente mais importantes (como já disse no começo desse post) perceber como a natureza deve ser percebida para entender nossa trajetória.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Arte e ciência nas fotografias do prêmio Nikon

Ao longo da história vemos o interesso dos seres humanos aumentando em relação a vida silvestre no seus mínimos detalhes. Para além de um conhecimento mais "científico", o post de olha é um brinde a arte e a beleza das imagens captadas para o concurso promovido pela Nikon.

O concurso de fotomicrografia Small World (Pequeno mundo, em tradução livre), promovido anualmente pela empresa japonesa Nikon, trata de premiar as mais belas imagens microscópicas feitas para pesquisas científicas. O primeiro lugar de 2012 foi concedido aos pesquisadores Jennifer Peters e Michael Taylor, do centro de pesquisas do Hospital St. Jude Childrens, em Memphis, no Estado do Tennessee, nos Estados Unidos. A dupla registrou o fluxo sanguíneo no cérebro de um peixe-zebra em desenvolvimento com um microscópio confocal e 20 vezes maior do que o real  (ao lado).

Walter Piorkowski, de South Beloit, no Illinois, nos Estados Unidos, ficou com o segundo lugar do concurso Small World com a fotografia de aranhas recém-nascidas, em um registro seis vezes maior do que o real.


Você pode ver todas as fotos classificadas no concurso clicando aqui