quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

História em Quadrinhos e História Ambiental

III Encontro de pesquisa em História - UFMG

Minicurso 09: História em Quadrinhos e História Ambiental: A questão ecológica nas HQs
Proponente: Márcio dos Santos Rodrigues (Professor do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino da Faculdade de Educação da UFMG)

Ementa:
Nas últimas quatro décadas, as Histórias em quadrinhos (conhecidas também pela sigla “HQs”) têm assumido uma tendência verificada em outros produtos da cultura midiática: apresentar e discutir temas ecológicos. O minicurso tem como proposta refletir acerca da vinculação dos Quadrinhos com temáticas ambientais, considerando-os como uma prática sociocultural, uma forma de traduzir experiências de vida e percepções sobre temas caros ao social. Busca-se no minicurso apresentar e analisar os principais temas veiculados em alguns títulos elaborados a partir da década de 1970, as diferentes finalidades a que se prestam e as peculiaridades construtivas e de recepção. Para o desenvolvimento do minicurso, utilizaremos os pressupostos teórico-metodológicos da História Ambiental, de modo a contribuir para o universo da pesquisa e da construção do conhecimento na área dos estudos das complexas relações entre o homem e a natureza.

Dias: 28, 29 e 30 de maio
Horário: A confirmar.
Sala: A confirmar.

Carga horária: 6 horas
Cronograma de atividades:
1o dia:
- A narrativa dos Quadrinhos como prática cultural.
- Discutindo a relação da cultura da mídia em geral com temas ecológicos.
2o  dia:
- As Histórias em quadrinhos e temas ambientais: representações políticas em torno de questões ecológicas.
3º dia:
- Análise de fontes/Leitura documental (apresentação e análise de alguns quadrinhos através de projeção de datashow).

Bibliografia:
ANSART, Pierre. Ideologia, Conflito e Poder. Rio de Janeiro, Zahar, 1978.
BACZKO, Bronislaw. Imaginação social. In: Enciclopédia Einaudi. Vol. 5: Anthropos/Homem. Lisboa: Imprensa Nacional/ Casa da Moeda, 1985. p. 296-332.
BARKER, Martin. Comics: Ideology, power and the critics (Cultural Politics) Manchester. England: Manchester University Press.1989.
CASTORIADIS, Cornelius; COHN-BENDIT, Daniel. Da ecologia a autonomia. São Paulo: Brasiliense, 1981.
CIRNE, Moacy. Uma introdução política aos quadrinhos. Rio de Janeiro: Angra/Achiamé, 1982.
CRONON, Willian (ed). Uncommon Ground – rethinking the human place in nature. New York: 1996.
DIEGUES, Antônio Carlos. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Hucitec, 1996.
DRUMMOND, José Augusto. A História Ambiental e o choque das civilizações. In: Ambiente e Sociedade, Ano III, n5, 2ª Semestre, 1999.
_______________________. A história ambiental, temas, fontes e linhas de pesquisa. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v.4,n.8, 1991, pp. 177-197.
ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. São Paulo: Perspectiva, 2008.
EISNER, Will. Narrativas Gráficas. São Paulo: Devir, 2005.
____________. Quadrinhos e Arte Seqüencial. São Paulo, Martins Fontes, 1989.
GROENSTEEN, Thierry. Systéme de la bande dessinée. Paris: Presses Universitaries de Frances, 2006.
____________________. “Why are Comics still in search of Cultural Legitimation?”. HERR, Jeet; WORCESTER, Kent. A comics studies reader. Jackson: University Press of Mississippi, c2009. p. 3-11.
DUARTE, Regina Horta. História e natureza. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
KELLNER, Douglas. A Cultura da Mídia. Estudos Culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. Bauru: EDUSC, 2001.
RÉMOND, René. Por uma história política. Rio de Janeiro: FGV, 1996.
THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural: mudanças de atitude em relação às plantas e aos animais (1500-1800). São Paulo: Cia. das Letras, 1996.
WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade – na história e na literatura. São Paulo: Cia das Letras, 1989.
WORSTER, Donald. Nature’s economy – a history of ecological ideas. 2nd edition. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A província do Rio de Janeiro e a expedição científica de Louis de Freycinet (1817 - 1854)

Convite para a defesa do mestrando Daniel Dutra Coelho Braga (UFRJ)

Título: Entre tópicas e trópicos: a província do Rio de Janeiro e a expedição científica de Louis de Freycinet (1817 - 1854)

Membros da banca
José Augusto Pádua (orientador)
Lise Sedrez (UFRJ)
Lorelai Kury (FioCruz)

Quando?
26.fev.2014 - 14h

Onde?
IFCS-UFRJ (largo de São Francisco - centro-Rio de Janeiro)
Sala Werneck da Silva (a confirmar)

Resumo
A presente dissertação analisa as representações textuais referentes à região fluminense elaboradas em função da expedição científica de circunavegação do globo terrestre comandada pelo oficial da Marinha francesa Louis Claude de Saulces de Freycinet (1779-1842), entre 1817 e 1820, a qual fez duas escalas na então capitania do Rio de Janeiro, em 1817 e em 1820. Assim, analisa-se o relatório científico publicado por Louis de Freycinet a partir de 1825, as cartas e romances de Jacques Arago (1790 – 1854) e as publicações do botânico Charles Gaudichaud-Beaupré (1789 – 1854), tendo vista serem estes os viajantes da expedição que produziram séries textuais específicas sobre o Rio de Janeiro. O objetivo do trabalho é compreender a historicidade das formulações textuais dos viajantes, bem como das condições sócio-ecológicas das experiências por eles vivenciadas quando da passagem da expedição pela região fluminense. Para tanto, interpreta-se, no primeiro capítulo, o contexto sócio-político no qual a expedição foi concebida. As tradições textuais apropriadas pelos viajantes são analisadas no segundo capítulo, no intuito de compreender a que tipo de formulações de ideias como natureza, raça e civilização eles se filiaram. Finalmente, no terceiro capítulo, são analisadas as condições propriamente sócio-ecológicas das experiências na região fluminense. Conclui-se que a expedição, para além de suas finalidades científicas, integrou também uma série de esforços por parte da Marinha francesa no sentido de se reposicionar politicamente sob o então recém-instaurado regime monárquico constitucional da Restauração Bourbon, além de identificar focos comerciais propícios para a França, sobretudo tendo-se em vista a onda de revoluções republicanas nas Américas. O corpus textual a ela referente, no entanto, não é unívoco, revelando, para além das diretrizes oficiais da expedição, a agência dos tripulantes da viagem, sobretudo conforme interagiram com as regiões e povos visitados.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

História ambiental e das ciências: mini-curso (Anpuh-RJ)

XVI Encontro Regional de História ANPUH-RIO – Saberes e práticas científicas
De 28/07 a 01/08 de 2014
Local: Universidade Santa Úrsula

Minicurso: 
008. DIÁLOGOS ENTRE HISTÓRIA AMBIENTAL E HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS: TEMAS E ABORDAGENS

Coordenadoras:
Ingrid Fonseca Casazza (Doutoranda do PPGHCS/COC- Fiocruz)
Vanessa Pereira da Silva e Mello (Doutoranda do PPGHCS/COC- Fiocruz)

Resumo: Uma maior percepção dos danos causados à natureza pela ação humana, sobretudo a partir da década de 1970, tornou crescente a preocupação da sociedade com a sua preservação. Assim, nesse período, surgiram movimentos ecológicos que transformaram a ecologia, noção antes restrita apenas ao mundo acadêmico, em termo amplamente difundido pelos meios de comunicação. As questões ambientais também ganharam visibilidade política à medida que os governos eram pressionados por mudanças em relação à exploração do meio ambiente. E foi nesse contexto que a história ambiental começou a se desenvolver como campo historiográfico e se institucionalizou na academia em vários países. A própria contemporaneidade da questão ambiental tornou necessária a reflexão acerca das maneiras com as quais a sociedade historicamente construiu sua relação com o mundo natural. No que se refere à historiografia ambiental brasileira, esta tem sido marcada por análises que apontam para a importante participação de intelectuais e homens de ciência, dos séculos XIX e XX, em iniciativas de proteção à natureza do país. A proposta deste minicurso é discutir esta tendência de examinar a relação entre prática científica e proteção da natureza como uma característica do contexto nacional. Além disso, pretende-se apresentar o processo de renovação que ocorreu na historiografia brasileira das ciências e que trouxe novos temas, objetos e abordagens para o estudo desse campo. A partir da conformação da disciplina, após os anos 80, foi elaborada uma nova agenda de pesquisas na qual a relação entre ciência e natureza passou a ser um dos temas privilegiados. Outra meta é analisar a natureza como objeto histórico, tratando do surgimento da história ambiental, suas principais características e o modo como vem sendo abordada pela historiografia brasileira.

Para inscrições e maiores informações como o programa do minicurso
acessar:

 http://www.encontro2014.rj.anpuh.org/inscricoes/capa