terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Impressões sobre a cidade maravilhosa: o Rio dos viajantes

A revista VEJA-RIO desta semana apresenta uma matéria intitulada "O Rio dos viajantes", com o objetivo de demonstrar que a cidade a cidade maravilhosa em seus 448 anos de história arrebatou "alguns dos mais célebres cientistas, exploradores e artistas do mundo, autores de relatos preciosos sobre suas belezas". 


 A matéria destaca os relatos históricos deixados em cartas, livros, diários e entrevistas por personalidades que ajudaram a expandir o conhecimento humano, como o físico Albert Einstein, o pintor impressionista Edouard Manet, o escritor Herman Melville, autor de Moby Dick, o naturalista Charles Darwin e os cineastas Walt Disney e Orson Welles. Além do texto bastante ufanista, já que o público leitor alvo são os moradores da cidade do Rio de Janeiro, a edição trás resumos informativos dos viajantes e imagens muito interessantes como a de Walt Disney.


Você pode ler toda a matéria e visualizar essas e outras imagens clicando aqui.


 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Prazer e ordem: a natureza francesa no museu mexicano

Georges Seurat, El circo (boceto), 1891.
"El placer y el orden" foi o título que o Munal (Museu Nacional de arte) do México deu ao conjunto de quadros do Museu d'Orsay apresentados ao público que deixou as salas abarrotadas de visitantes. A amostra reuniu quadros dos maiores pintores europeus do século XIX que tinham o objetivo de retratar conceitos particulares e públicas em suas obras.

A natureza está presente ali de diversas maneiras, como no quadro "Le cirque" de Georges Seurat no qual o cavalo está presente como maior elemento da pintura. Mas é um mundo natural enfraquecido que me chamou atenção ao visitar a exposição. São as árvores lutando em meio à cidade e as casas coladas.

Paul Cezanne, Dalias en un jarrón de Delft, ca. 1873.

São as flores aprisionadas nos vasos de Cezanne que me impressionaram. O inverno rigoroso que parecia contribuir para a visão cinzente que Monet ao retratar as tarefas dos trabalhadores ou a beira dos portos europeus. E quando o homem se liberta dessa cidade cinza e fria e o autor quer descrever o paraíso, é a natureza colorida que garante essa informação.

Henri Edmond Cross, La huida de las ninfas, ca. 1906.

"El placer y el orden" deixa claro esse período em que os seres humanos europeus precisavam sair das cidades para encontrar com o mundo natural e sentirem-se livres, as edificações ao final do século XIX afastaram as florestas quando não as destruíram e nós, hoje, corremos o risco de vê-las como um quadro de Henri Edmond, apenas um impressão.

Edouard Manet, Luz de luna en el puerto de Buologne, 1869.
Você pode ficar sabendo mais sobre a exposição clicando aqui.

Anónimo, Bulevar Saint-Martin, ca., 1865.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Simpósio Brasil/Estados Unidos em História Ambiental

O blog HN tem a imensa satisfação de noticiar o "Simpósio Brasil/Estados Unidos em História Ambiental:  definindo Agendas e Estratégias de Pesquisa em Comum” que será realizado no Rio de Janeiro entre os dias 12 e 15 de março de 2013, com apoio da CAPES e do Consulado dos Estados Unidos no Rio de Janeiro.  O local do evento será o Museu do Meio Ambiente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 

Alguns dos mais importantes historiadores ambientais do Brasil e dos Estados Unidos estarão reunidos durante esses 4 dias. Presenças confirmadas: Donald Worster, John McNeill, Martin Melosi, Linda Nash, Louis Warren, Nancy Langston, Thomas Dunlap, José Augusto Pádua, Lise Sedrez, Lorelai Kury, Regina Horta, Leila Mourão, Paulo Martinez, José Augusto Drummond, entre outros.

A idéia, portanto, é fomentar o diálogo aberto e comparativo entre pesquisadores dos dois maiores territórios nacionais das Américas, espaços históricos dotados de algumas semelhanças e notáveis diferenças em seus processos de formação.


Nas noites dos dias 12, 13 e 14 de Março teremos palestras e mesas com nossos convidados norte-americanos. Nas manhãs e tardes dos dias 13, 14 e 15, teremos painéis centrados em temas específicos.  A assistência a essas sessões está direcionada para pesquisadores que já estejam trabalhando com história ambiental em sentido amplo, incluindo campos afins. Ou seja, 1) os participantes das mesas, 2) outros pesquisadores e professores que queiram participar do evento e 3) alunos de pós-graduação (dentro e fora do Rio de Janeiro). 

IMPORTANTE:  para esses painéis, diante da limitação do espaço, haverá a necessidade de inscrição prévia. Os colegas inscritos receberão um certificado de que assistiram ao simpósio e poderão participar dos espaços de debate contidos nos painéis.

Para estar na lista dos assistentes, será necessário inscrever-se através do e-mail tayla.ga@gmail.com (Tayla Antunes), com copia para jpadua@terra.com.br e lise@sedrez.com

Haverá por volta de 50 vagas disponíveis para os inscritos nessa lista. Por isso é recomendável inscrever-se o quanto antes.

PROGRAMAÇÃO


12 de Março 
19:00 – Palestra de abertura
Donald Worster - "Facing Limits:  From an Age of Abundance to an Age of Vulnerability."
Debatedor: José Augusto Drummond  (Universidade de Brasília)

13 de março
8:30 – 10:30  - Painel sobre  Ambientes Urbanos
Martin Melosi (Universidade de Houston)
Lise Sedrez  (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Regina Duarte  (Universidade Federal de Minas Gerais) 

11:00 – 13:00 – Painel  sobre Florestas, Biodiversidade e Unidades de Conservação
Nancy Langston (Universidade de Wisconsin)
José Luiz Franco  (Universidade de Brasília)
Rogério Oliveira (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro)

15:00 – 17:00 –Painel sobre Fronteiras e Padrões de Ocupação Regional
Donald Worster (Universidade do Kansas)
José Augusto Drummond  (Universidade de Brasília)
Susana Cesco (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

18:00 – Mesa redonda para o grande público: Ecologias, Populações e Saberes Científicos: Perspectivas da História Ambiental
John McNeill (Universidade de Georgetown)
Louis Warren (Universidade da Califórnia, Davis)
Linda Nash (Universidade de Washington)
Debatedor: José Augusto Pádua  (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
14 de Março
8:30-10:30 – Painel sobre Políticas Públicas e Construção Territorial 
John McNeill (Universidade de Georgetown)
José Augusto Pádua  (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Haruf Spindola (Universidade Vale do Rio Doce)

11:00 – 13:00 - Painel sobre  Populações Tradicionais, Migrações e Sociedades Multiculturais
Louis Warren (Universidade da Califórnia, Davis)
Eunice Nodari  (Universidade Federal de Santa Catarina)
Leila Mourão  (Universidade Federal do Pará)

15:00-17:00 - Painel sobre  Doenças, Saberes Científicos e Representações da Natureza
Linda Nash (Universidade de Washington)
Lorelai Kury  (Casa de Oswaldo Cruz)
Dora Shellard Corrêa  (Centro Universitário FIEO)

18:00 – Mesa redonda para o grande público: Cidades, Corpos e Culturas: Perspectivas da História Ambiental
Martin Melosi (Universidade de Houston)
Nancy Langston (Universidade de Wisconsin)
Thomas Dunlap (Univeridade de Texas A&M) 
Debatedora: Lise Sedrez  (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

15 de Março
8:30-10:30 - Painel sobre Movimentos, Idéias e Legislações Ambientais
Thomas Dunlap (Univeridade de Texas A&M)
Paulo Martinez  (Universidade Estadual Paulista - Assis)
Ely Bergo de Carvalho  (Universidade Federal de Minas Gerais) 

11:00 – 13:00 - Discussão sobre uma agenda de pesquisas comparadas Brasil-EUA
Mediadora: Lise Sedrez  (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Gatos em art designer: lolcats

Para além da tarefa de caçar ratos, a convivência entre gatos e humanos ganhou ao longo do tempo muitos significados. Os felinos eram cultuados por algumas civilizações. Para os babilônios os gatos tinham sua origem do espirro do leão.

Hoje esse animais são amados por donos que chegam a gastar muito dinheiro com eles. No dia de hoje é comemorado o Dia Internacional dos Gatos e nosso post de hoje trás algumas imagens de "Lolcat: Teh Exhibishun", exposição em Londres que foi inspirada em brincadeiras com a figura dos gatos compartilhadas nas redes sociais.

O organizador da exposição, Jenny Theolin; Kate Miltner, fez uma pesquisa de pós-graduação sobre o fenômeno Lolcats. Os trabalhos expostos são dos designers gráficos Lizzie Mary Cullen e James O'Connell.

O endereço para você visualizar as imagens ou ter outras informações é este http://www.lolcattehexhibishun.com/



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Disciplina História e Natureza na UFRJ


Disciplina: História e Natureza - Prof. José Augusto Pádua - UFRJ
Horário: 18h00 às 21h00 

A construção do conceito de “natureza”, como categoria unificadora de uma realidade extremamente complexa e diversificada, constitui um dos pilares do pensamento ocidental. Desde a antiguidade clássica, a formação da idéia de sociedade humana passou por um conjunto de oposições onde o conceito de natureza (physis, natura) representou uma parcela decisiva: natureza versus lei; natureza versus técnica; natureza versus espírito; natureza versus arte; natureza versus história. Ou seja, um conjunto de diferenciações que procurou estabelecer a especificidade do fenômeno humano diante do referencial básico da natureza.

De toda forma, a convivência obrigatória com as estruturas e processos biofísicos que existem no planeta Terra, incluindo a diversidade de espécies que nele evoluem, define um aspecto essencial da experiência histórica dos seres humanos. Tal convivência, assim como a produção cultural de imagens e concepções sobre o mundo natural, representa um dos fundamentos mesmos dessa experiência histórica, na medida em que: 1) a existência humana expressa-se necessariamente através de atos biológicos e 2) as paisagens, tecnologias e representações produzidas pela ação humana manifestam-se sempre na interseção entre espaços / elementos naturais específicos e movimentos de apropriação / transformação significativa dos mesmos através de ações coletivas.

A relação entre a tradição historiográfica e o tema da natureza foi sempre tensa e ambígua, até mesmo pelo fato da primeira basear-se em grande parte no movimento de afirmação da sociedade humana através da negação dos seus vínculos naturais. Uma parcela considerável da tradição historiográfica desqualificou radicalmente a relevância do mundo natural para o entendimento da trajetória humana. Outra parcela desaguou na falácia do determinismo geográfico/ecológico, que toma o natural como eixo mono-causal de explicação da vida social.

No contexto da contemporaneidade o quadro teórico tornou-se mais complexo e menos dualista. As ciências naturais adquiriram maior sofisticação teórica, aproximando-se da perspectiva histórica ao entender a natureza como uma realidade em constante transformação, longe da imagem tradicional de um cenário estável e permanente. O diálogo da história com a ecologia e a geografia vem inspirando análises cada vez mais finas.  A politização do tema da natureza no espaço público, por outro lado, é cada vez mais intensa, desafiando a reflexão dos cientistas sociais.

Esse conjunto de desafios teóricos e políticos tem estimulado o surgimento de uma literatura rica e instigante que procura renovar a compreensão do lugar da natureza na história humana – e da história humana na natureza – valendo-se de instrumentos conceituais mais sofisticados e de estratégias analíticas mais elaboradas. Tal renovação teórica não está limitada aos historiadores ligados à corrente específica da “história ambiental”, que vem crescendo institucionalmente em diferentes países, mas inclui o esforço intelectual de nomes notáveis como Fernand Braudel, Keith Thomas, Raymond Williams, E. Le Roy Ladurie, Simon Schama e outros.

Dentro deste panorama, o curso pretende discutir, mesmo que de maneira seletiva, o estado da arte do tratamento do tema da natureza na historiografia contemporânea. A discussão focalizará alguns trabalhos especialmente relevantes, agrupados segundo determinados eixos conceituais e temáticos que possam fornecer uma clara indicação da riqueza, densidade e relevância das análises.
  
PROGRAMA E BIBLIOGRAFIA BÁSICA
  
* Aula 1 –  Introdução Geral ao Tema e ao Programa
  
-Pádua, J.A. “As Bases Teóricas da História Ambiental”,  Estudos Avançados, 24 (68), 2010.


- PARTE I:  A RELAÇÃO ENTRE NATUREZA E HISTÓRIA COMO PROBLEMA TEÓRICO


* Aulas 2 e 3:  Conceitos de Natureza e Teorias da História

- Williams, R. “Idéias de Natureza” in Cultura e Materialismo (UNESP, 2011).
 - Braudel, F. “Há uma Geografia do Individuo Biológico?” in Escritos sobre a Historia (São Paulo, 1992)
 - Arnold, D. The Problem of Nature (Oxford, 1996).


* Aulas 4 e 5: Além do Dualismo: O Diálogo Necessário entre História, Antropologia e Ecologia

- Levi-Strauss, C. “Estructuralismo y Ecologia”  (Madrid, 1976)
 - Descola, P., “Constructing Nature: Symbolic Ecology and Social Practice” in P. Descola e G. Pálsson, Nature and Society: Anthropological Perspectives (London, 2002).
 - Descola, P.  “Estrutura e Sentimento: a Relação com o Animal na Amazônia”, Mana, 4 (1), 1998.
 - Descola, P.  Par-delà Nature et Culture (Paris, 2005)
 - Viveiros de Castro, E. “Imagens da Natureza e da Sociedade” in E. Viveiros de Castro, A Inconstância da Alma Selvagem (São Paulo, 2002).
 - Asdal, Kristin. “The Problematic Nature of Nature: The Post-Constructivist Challenge to Environmental History”, History and Theory, n. 42-1, 2003.
 - Cronom, W. “In Search of Nature” e “The Trouble with Wilderness”  in W. Cronom, Uncommon Ground: Toward Reinventing Nature (New York, 1996).
 - Worster, D., “Nature and the Disorder of History” in M. Soulé e G. Lease, Eds, Reinventing Nature?: Responses to Postmodern Deconstruction (San Francisco, 1995).


- PARTE II: O TEMA DA NATUREZA NA HISTORIOGRAFIA CONTEMPORÂNEA – ALGUNS CONCEITOS FUNDAMENTAIS


* Aulas 6 e 7 – Darwinismo, Ecologia e a Radicalização do Enfoque Histórico no Entendimento da Natureza e da Humanidade

- Norris, M. “Darwin’s Reading of Nature” in M. Norris, Beasts of the Modern Imagination (Baltimore, 1985).
 - McNeill, W. “Passing Strange: The Convergence of Evolutionary Science with Scientific History”, History and Theory, n. 40 – 1, 2001
 - Drouin, J-M. L’Ecologie et son Histoire: Réinventer la Nature (Paris, 1991)
 - Maturana, H. e Varela, F. A Árvore do Conhecimento: as Bases Biológicas da Compreensão Humana (São Paulo, 2010).


* Aula 8 – Revisitando a Relação entre Geografia e História

- Alan Baker, Geography and History: Bridging the Divide (Cambridge, 2003)

- Williams, M., “The Relations of Environmental History and Historical Geography”, Journal of Historical Geography, n. 20-1, 1994.


* Aula 9 e 10 – Região, Paisagem e História.

- Duby, G. “Quelques Notes pour une Histoire de la Sensibilité au Paysage”, Études Rurales, 121-124, 1991.
 - Dubost, F. “La Problématique du Paysage: État des Lieux”, Études Rurales, 121-124, 1991.
 .- Corbin, A.  L’Homme dans Le Paysage (Paris, 2001)
 - Schama, S.  Landscape and Memory (London, 1995)
 - Mitchell, W., org., Landscape and Power (Chicago, 2002)
 -  Malpas, J., org., The Place of Landscape (Cambridge, 2011)
 - Braudel, F. O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrânico na Época de Filipe II (Lisboa, 1983)
 - Braudel, F., org., O Espaço e a História no Mediterrâneo (São Paulo, 1988).
 - Freyre, G. Nordeste: Aspectos da Influencia da Cana sobre a Vida e a Paisagem do Nordeste do Brasil (Rio de Janeiro, 1985)

- Holanda, S. B. de, Caminhos e Fronteiras, São Paulo, Companhia das Letras, 1994



- PARTE III:  A NATUREZA COMO PROBLEMA HISTORIOGRÁFICO – ALGUNS TEMAS FUNDAMENTAIS


* Aulas 11 e 12 – A Floresta como Objeto Historiográfico

- Harrison, R.  Forests: The Shadow of Civilization (Chicago, 1992)
 - Radkau, J.  Wood: a History (London, 2012)
 - Dean, W. A Ferro e Fogo: A História e a Destruição da Mata Atlântica Brasileira (São Paulo, 1999)
 - Corvol, Andrée,  Les Arbres Voyagers (Paris, 2005)
 - Williams, Michael,  Deforesting the Earth  (Chicago, 2003)


* Aulas 13 e 14: A Circulação de Plantas e Animais como Objeto Historiográfico.
  
- Beinart, W.e Middleton, K., “Transferência de Plantas em uma Perspectiva Histórica”, Topoi, 19 (10), 2009.
 - Russel-Wood, A.J.R, “Dissemination of Flora and Fauna”, Cap. V de A.J.R Russel-Wood, The Portuguese Empire: a World on the Move (Baltimore, 1998)
 - Kiple, Kenneth, A Movable Feast: Ten Millennia of Food Globalization (Cambridge, 2007)
 - Crosby, A., Ecological Imperialism: The Biological Expansion of Europe – 900/1900 (Cambridge, 1986)

* Aula 15 – Doenças como Objeto Historiográfico

 - Le Roy Ladurie,  E. “Un Concept: L’unification Microbienne du Monde” in E. Le Roy Ladurie, Le  Territoire de L’Historien 2 (Paris, 1978)
 - Cook, N. D., Born to Die: Disease and the New World Conquest – 1492/1650 (Cambridge, 1998)
 - Watts, S.  Disease and Medicine in World History (London, 2003)
 - Crosby, A., Ecological Imperialism: The Biological Expansion of Europe – 900/1900 (Cambridge, 1986)


* Aula 16 – O Clima como Objeto Historiográfico

- Le Roy Ladurie, E., Histoire Humaine et Comparée du Climat, 2 vols  (Paris, 2004-2006)
 - Le Roy Ladurie, E., Abrégé d´Histoire du Climat: Du Moyen Age à Nos Jours (Paris, 2007)
 - Ruddiman, W.  Plows, Plagues and Petroleum: How Humans Took Control of Climate (Princeton,    2005)
 - Acot, Pascal, Histoire du Climat (Paris, 2004).

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Hóspedes sem mosquitos e florestas sem macacos

A Riviera Maia é um distrito pertencente ao estado mexicano de Quintana Roo, localizado na península de Yucatan, na costa caribenha no México. Foi ali que Hernan Cortez iniciou sua investida contra o povo Asteca.

Diferente do norte mexicano, a península de Yucatan possui uma exuberante floresta com uma grande biodiversidade. Mas, neste distrito chamado Riviera Maia, algo muito estranho acontece: a floresta parece estar vazia de animais. Apenas alguns vivem ali como um pássaro preto chamado Quiscal (que tornou-se uma praga), esquilos e as iguanas.

Nessa região há muitos resorts (hotéis que oferecem diversão e relaxamento sem precisar que os hóspedes saiam) que curiosamente se valem de características ecológicas com o objetivo de agregar valor a sua marca. 

O que achei estranho foi a ausência completa de mosquitos e macacos. Nenhum rastro deles. Minha hipótese é a de que os resorts desequilibraram de tal forma o ambiente que esses animais não existem mais ali, outra opção é a de que esses hotéis eliminaram propositalmente determinadas espécies.

A foto que apresento aqui acima mostra um carro que ao cair da noite passava por toda a região do resort espalhando uma fumaça, provavelmente para matar os mosquitos. Nunca vi ali um sapo. Imagino o quanto aquele ecossistema está desequilibrado, apesar da exuberância aparente. Vale tudo para o turismo?