terça-feira, 25 de novembro de 2014

O Estado imperial e o desflorestamento na Corte (1850-1889)

Título: Colinas outrora verdejantes: o Estado imperial e a questão do desflorestamento na Corte e na província fluminense (1850-1889)

Autor: Pedro de Moraes Trovão Reis (UFRJ)

Resumo

Vale do Paraíba
Este trabalho tem como objetivo analisar o posicionamento e a atuação de membros do Estado imperial brasileiro em relação à questão do desflorestamento, especificamente na Corte e na província do Rio de Janeiro. Para este fim, foram investigadas principalmente fontes primárias oficiais, sendo estas em sua maior parte relatórios elaborados por membros do poder Executivo central e provincial. A destruição florestal era entendida por estes atores sociais como um problema na medida em que provocava a destruição de recursos econômicos vegetais valiosos, representados pelas madeiras de construção da rica fauna nacional, e também porque provocava alterações no meio ambiente prejudiciais para a vida e as atividades humanas, como a diminuição das chuvas e do volume dos mananciais.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

História ambiental: debates interdisciplinares (e-book)


A editora Edufpe ddisponibilizaon line o livro "Historia Ambiental: Debates Interdisciplinas", organizado por Patrícia Pinheiro de Melo. 


Esta publicação reúne mais de quarenta artigos dedicados à temática ambiental que é tratada a partir da perspectiva de diversas disciplinas, todas convergindo para o mesmo objetivo, esse grande encontro de pesquisa e extensão.

Acesse o link do e-book


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Seminário Internacional Sociedade-Natureza e Desenvolvimento



Nos próximos dias 27 e 28 de novembro acontecerá o Seminário Internacional Sociedade-Natureza e Desenvolvimento / Séminaire International Société- Nature- Développement, organizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, por intermédio da Cátedra UNESCO de Desenvolvimento Durável/ Chaire UNESCO du Développement Durable, do Programa EICOS-UFRJ.

O Seminário conta com o apoio do Consulado da França, no Rio de Janeiro.

Pré-inscrições no Seminário Internacional Sociedade Natureza e Desenvolvimento podem ser feitas no link:


Informações e programação no blog do Laboratório:

                         

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Manoel de barros, de águas, de flor e de passarinhos

Quando Ariano Suassuna faleceu, eu pensei em escrever um post sobre as formas como esse pernambucano insubstituível utilizou a natureza em sua produção artística - especialmente em "A Pedra do Reino" e a comparação do homem como um piolho no lombo de uma onça. Desisti do posto porque tive a certeza de não dar conta do tamanho da importância de Suassuna neste blog e do vazio que tomou conta da minha alma no instante que li a notícia de sua morte.

Hoje morreu Manoel de Barros, e pensei a mesma coisa, apesar de nunca ter assistido esse poeta do Mato-Grosso pessoalmente. Suas poesias sempre me tocaram muito pelo fato de o valor que os animais, plantas, rios e tudo mais desse tipo ganham em seus poemas. 

Diante disso, minha homenagem será publicar aqui a poesia que eu mais gosto e que sempre falo por aí, trata-se dos versos em que ele explica como os conceitos enfeiam as coisas. Você já pensou nisso ? Como nomear plantas, rios ou animais esvazia de poesia tudo isso ? Você sabia que cada vez que usa a nomenclatura de Lineu muitas plantas murcham e muitos pássaros deixam de voar se espatifando no chão ?

Mas, deixemos falar Manoel de Barros isso que sentimos em nosso coração:

"O rio que fazia uma volta
atrás da nossa casa
era a imagem de um vidro mole...

Passou um homem e disse:
Essa volta que o rio faz...
se chama enseada...

Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás da casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem".

terça-feira, 11 de novembro de 2014

A natureza em Alessandro Cervellati: arte e polêmica

Estive pesquisando na Biblioteca Comunale dell' Archiginnasio em Bolonha, em meados deste ano, em busca de documentos históricos referentes as questões de limites do Vale Amazônico no Século XVIII, pois alguns homens de ciência como Antonio Landi e Angelo Brunelli viveram nessa cidade italiana antes de viajarem para América. Nessa biblioteca encontrei uma exposição do trabalho de Alessandro Cervellati (1892-1974), eis o tema do post de hoje. 

Alessandro Cervellati concluiu seus estudos de arte no Instituto de Belas Artes de Bolonha, em 1919. Com alguns amigos, fundou um periódico que satirizava questões do cotidiano por meio de xilogravuras e ilustrações. A exposição, acima referida, conta que ele foi colunista e cartunista da "Pug Evening". Publicou ao longo de sua carreira de ilustrador uma série de polêmicas atrevidas sobre acontecimentos da sociedade italiana.

Muitas de suas metáfora utilizaram a figura de animais. Dessa forma, ficava subtendido quem ele queria realmente atacar. A fauna comumente tem servido para esse fim ilustrativo, sendo atribuído aos animais características ou personalidades que nem sempre eles possuem. Meu objetivo aqui foi mais apresentar alguns desenhos desse italiano e como ele utilizou peixes, cavalos, porcos e outros seres vivos em seu trabalho.

Não só por conta do espírito polêmico quisemos mostrar no post de hoje, mas simplesmente alguns desenhos desse autor e como ele representou a Natureza. Além de seus animais servirem de metáfora, também podemos percebê-los como sendo ícones usados com inteligência, peixes transformados em símbolos, porcos enviando mensagens e críticas.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Relatos selvagens: crônicas de vingança

O post de hoje é sobre o filme argentino "Relatos Selvagens". Os filmes em que Ricardo Darín participa sempre me deixam curioso, e este não foi diferente. Trata-se de seis histórias sem conexões diretas, mas que se tornam coerentes sob o mesmo título pelo fato de serem crônicas de vingança, abordando como esse sentimento é tão visceral, que de tão humano torna-se animal (não que os humanos não sejam animas).  

A abertura do filme já dá pistas das intenções do  diretor  Damián Szifron.. Ao apresentar o nome dos produtores, diretores e elenco, as imagens são de animais: zebras, chipanzés, elevantes, tigres, relacionando de maneira muito bem humorada a equipe com os bichos das fotos. 

Foi apenas quando terminou o filme que pensei: "Claro! Vou escrever um post sobre isso". 

Você já pensou como a "vingança" e os considerados ruins estão de alguma maneira relacionados com as espécies não humanas. Expressões como "virar bicho" confirmam isso.

Além das seis histórias serem muito boas, fiquei pensando como quando somos verdadeiros somos bichos, logo, o que caracteriza nossa espécie é a falsidade. Todos os personagens da película são selvagens porque expressam o desejo de vingar, sem medir as consequências. 

O filme acaba evidenciando essa interpretação de nossa sociedade: são os animais (espécies não humanas) que se vingam, matam e destroem. Quando na verdade os relatos mostram o quanto somos selvagens, o quanto isso faz parte de nossa vida. 

Recomendo "Relatos Selvagens". Você vai se divertir e pensar quanto de bicho há nas suas atitudes, quanto de selva existe na cidade e como essa ideia de que ser civilizado passa pela atitude de negar nossas vontades.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Ilha Grande: história e Ramos


[Mayra Biajante - São Paulo] A fotografia do post de hoje registra um instante da história da Ilha Grande,  sudeste do Rio de Janeiro, no município de Angra dos Reis.

O nome realmente faz jus ao tamanho da ilha. Ela é a maior do litoral da cidade, com 193 quilômetros quadrados e é preciso alguns dias e bastante fôlego para poder percorrer toda a sua extensão e conhecer as belezas que ela oferece (ou voltar algumas vezes, como eu pretendo fazer). 

Além das praias lindas, a Ilha já foi palco de dois presídios. Um deles, na Vila de Dois Rios, encarcerou o escritor Graciliano Ramos. E depois de algum tempo ele até escreveu um livro baseado na experiência que viveu naquele lugar, o Memórias do Cárcere.

Hoje existem somente escombros e histórias sobre essa época, que podem ser vistos no museu construído no local.

Mas voltando á fotografia, o Arqueduto da Vila de Abraão foi construído na época imperial, em 1893.

Considerado uma das construções mais importantes da época, era responsável pelo abastecimento de água do Lazareto, uma casa de quarentena para onde eram levados os passageiros doentes que chegavam de navio ao Brasil.

Construído com pedra e óleo de baleia, o imponente Arqueduto tem 30 metros de altura e 140 metros de comprimento. Um artefato que atravessado por várias histórias, e que a natureza destrói ao mesmo tempo em que preserva.

Vale a pena conhecer a Ilha e fazer a trilha para lá, que é bem curtinha, cerca de 20 minutos saindo da Vila do Abraão.

* Um obrigada especial para o Victor, que me acompanhou na aventura e também está na foto :)

(O texto é de Mayra Biajante, fotógrafa e colaboradora deste blog, conheça seu trabalho clicando aqui)