terça-feira, 4 de novembro de 2014

Relatos selvagens: crônicas de vingança

O post de hoje é sobre o filme argentino "Relatos Selvagens". Os filmes em que Ricardo Darín participa sempre me deixam curioso, e este não foi diferente. Trata-se de seis histórias sem conexões diretas, mas que se tornam coerentes sob o mesmo título pelo fato de serem crônicas de vingança, abordando como esse sentimento é tão visceral, que de tão humano torna-se animal (não que os humanos não sejam animas).  

A abertura do filme já dá pistas das intenções do  diretor  Damián Szifron.. Ao apresentar o nome dos produtores, diretores e elenco, as imagens são de animais: zebras, chipanzés, elevantes, tigres, relacionando de maneira muito bem humorada a equipe com os bichos das fotos. 

Foi apenas quando terminou o filme que pensei: "Claro! Vou escrever um post sobre isso". 

Você já pensou como a "vingança" e os considerados ruins estão de alguma maneira relacionados com as espécies não humanas. Expressões como "virar bicho" confirmam isso.

Além das seis histórias serem muito boas, fiquei pensando como quando somos verdadeiros somos bichos, logo, o que caracteriza nossa espécie é a falsidade. Todos os personagens da película são selvagens porque expressam o desejo de vingar, sem medir as consequências. 

O filme acaba evidenciando essa interpretação de nossa sociedade: são os animais (espécies não humanas) que se vingam, matam e destroem. Quando na verdade os relatos mostram o quanto somos selvagens, o quanto isso faz parte de nossa vida. 

Recomendo "Relatos Selvagens". Você vai se divertir e pensar quanto de bicho há nas suas atitudes, quanto de selva existe na cidade e como essa ideia de que ser civilizado passa pela atitude de negar nossas vontades.

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