quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Giovanni Levi no IFCS/UFRJ



O Programa de Pós-graduação em História Social, em colaboração com o Laboratório de História das Práticas Letradas do Instituto de História da UFRJ, convidam para o evento:


Conversações com GIOVANNI LEVI da Università di Ca' Foscari de Veneza

Dia 1º de novembro, quinta-feira, às 10h30, na sala Evaristo de Moraes (109)
Campus do Largo de São Francisco da UFRJ
Largo de São Francisco, n. 1 – Centro

domingo, 28 de outubro de 2012

Sociogênese do campo esportivo na África colonial: palestra com o prof. Sílvio Correa


O Laboratório de História do Esporte e do Lazer- Sport e o Laboratório de Estudos Africanos- LEÁFRICA, do Instituto de História da UFRJ, convidam para a palestra:

“SOCIOGÊNESE DO CAMPO ESPORTIVO NA ÁFRICA COLONIAL: CAÇA ESPORTIVA, CORRIDAS DE CAVALOS E GINÁSTICA – O CASO DO SUDOESTE AFRICANO”
 com o Prof. Dr. Sílvio Marcus de Souza Correa (Universidade Federal de Santa Catarina)

30 de outubro de 2012, terça-feira
Horário: 18h
Instituto de História da UFRJ - Largo de São Francisco nº1 – Centro - Rio de Janeiro, RJ, sala 107

Historiador, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). De 1995 a 1999, fez o doutorado na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Westfälische Wilhelms-Universität de Münster, Alemanha. Em 2005, realizou estágio pós-doutoral no Institut National de la Recherche Scientifique (INRS) do Québec, Canadá. Desde 2009, atua como professor adjunto do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e como professor permanente do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC.
Áreas de concentração: História da África e História Moderna e Contemporânea, trabalhando atualmente com o colonialismo na África, especialmente nos territórios sob domínio colonial alemão (1884-1919).

Confere-se certificado de participação.

sábado, 27 de outubro de 2012

Artigos de História Ambiental

Divulgamos a publicação de duas Revistas com dossiês sobre História ambiental. São elas:

Revista de História Oral




Cadernos de História

Ambas reúnem artigos que discutem a pesquisa histórica na perspectiva ambiental. Click nos links acima e divirta-se.
Agradecemos as indicações da Professora Susana Cesco (CPDA/UFRRJ).

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

É correto chamar os "defensores da natureza" de ecologistas?


Saiba por que não podemos chamar ‘defensor da natureza’ de ‘ecologista’:

Leitores pedem a palavra. Como este espaço é bem democrático, aqui estão alguns comentários interessantes.

1º) “Alguém já disse que uma mentira repetida à exaustão acaba virando verdade. Isto está acontecendo com algumas palavras da língua portuguesa que, de tanto serem repetidas de maneira errada ou inadequada, acabam por serem aceitas como corretas e vem daí a minha indignação. ECOLOGIA, por exemplo, é a parte da biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ou o ambiente em que vivem.

Pois bem, as pessoas andam usando e abusando da palavra para designar os danos causados ao meio ambiente. Tanto a imprensa escrita como a falada cometem o mesmo erro. Leio e ouço a toda hora expressões como: ‘O vazamento de óleo causou danos à ecologia’; ‘Os prejuízos causados à ecologia pelo desmatamento…’ O vazamento de óleo e o desmatamento causam danos ao meio ambiente, aos animais, às plantas e não à ecologia que, de acordo com a sua definição, é uma ciência que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ambiente e não o próprio meio ambiente. O senhor concorda comigo?”

Concordo. A exemplificação da leitora é claríssima.

Fonte: Blog do prof. Sérgio Nogueira http://g1.globo.com/platb/portugues

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

História de pelúcia: amizade entre ursos e humanos


E hoje eu descobri,/ O quanto eu te quero,
Ursinho de dormir,/ Vem que eu te espero assim,
Eu hei de conquistar,/ Teu coração durão demais,
Que não quis pagar pra ver,/ Nem dá o braço a torcer.

No reggae acima transcrito o autor, Armandinho, se refere a garota como um bichinho de pelúcia, o título da música é "Ursinho de dormir". Temos uma historicidade nessa declaração de amor. Me refiro ao fato de o urso, como animal selvagem, ter adquirido esse valor "fofinho" que tem hoje, haja vista ser um bicho não dócil, predador. Por isso, o post de hoje procura pensar quando foi forjada essa amizade o homem e os ursos.

Este post surgiu depois de assistir dois filmes: Intocáveis e Ted. Apesar de serem muito diferentes, ambos discutem a amizade. Na opinião trazem o argumento de que a amizade é uma escolha, você seleciona quem serão seus amigos. Mas, para além dessa questão, me atenho ao filme Ted, no qual um ursinho de pelúcia é o protagonista. Nos faz pensar como a figura do urso faz parte do imaginário estadunidense.

Conta-se que o presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt, é o por dar ao ursinho de pelúcia o nome de Teddy. Em 14 de novembro de 1902, Roosevelt estava envolvido nas disputas de fronteira entre o Mississippi e Louisiana. Durante seu tempo livre, ele trartou de participar da caça ao urso nas florestas do Mississippi. Durante a caçada, Roosevelt teria encontrado um urso jovem ferido por outros caçadores e fora convidado a atirar no animal. O presidente teria se recusado de fazê-lo mas, diante da condição debilitada do urso, ordenou que o matassem não ficar sofrendo.  

O jornal Washington Post, tomando do conhecimento da história, publicou uma ilustração criada pelo cartunista político Clifford K. Berryman sobre ocorrido. O cartoon foi chamado de "Drawing the Line no Mississipi" (Desenhando a fronteira do Mississípi). Primeiro Berryman havia desenhado o urso com um aspecto feroz e assassino de cães, mas depois redesenhou como um filhote fofinho. Em um ano o urso Teddy tornou-se um brinquedo de pelúcia para crianças nos Estados Unidos.

 Esse episódio nos permite acessar, por meio de uma figura pouco usual, uma história do contato entre os seres humanos e os ursos nos Estados Unidos. Como o mundo natural serve de plataforma para histórias de heroísmo e coragem. Conhecemos também a história das demarcações de fronteiras  no interior dos Estados Unidos. E o que nos chama mais atenção o relato da prática de caça aos ursos nas florestas estadunidenses no início do século XX, como prática recreativa, uma interação com o mundo natural onde estão envolvidos cães, homens, ursos e todos os outros seres vivos.

Nesse período, início do seculo XX os Estados Unidos estão promovendo os animais empalhados nos museus - fato que , ao meu ver, tem uma relação com a ideia da criação do ursinho de pelúcia como brinquedo infantil (que não discorrerei para não cansá-los). Uma série de imagens foram publicadas desse episódio, algumas delas colocamos aqui, mas você pode encontrar muitas outras. 

Pena que os humanos escolheram enche-los de pelúcia, alterar seu habitat e fazê-los desenhos animados para contarem suas histórias. Quisemos também demonstrar como a figura de um animal pode ser um acesso interessante para contarmos a história de um lugar.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O mapa cultural Suruí

O programa "Cidade e soluções" da Globo News é muito bom, apesar de não questionar algumas experiências de sustentabilidade. Me parece que, algumas vezes, falta aos jornalistas perguntarem a quem interessam determinadas ações de empresários ao apoiarem projetos ecológicos.

Nesta semana o programa apresentou o caso do povo Suruí, que desde 2007 fecharam uma parceria com o Google para elaborarem juntos um mapa cultural que reúne fotos, vídeos, depoimentos e animação em 3D sobre os hábitos e tradições dos 1.300 indígenas que moram na comunidade. O título do projeto chama-se Mapa Cultural Suruí.

Nosso destaque é para o fato de o povo Suruí abrir suas portas para os estrangeiros virem estudar a floresta, diante de tantos casos de biopirataria. Fica a reflexão e a sugestão de assistir o programa clicando aqui.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Amazônia, lugar da experiência: exposição no MUFPA

O Museu da Universidade Federal do Pará, a Fundação Nacional de Artes e o Ministério da Cultura convidam para a abertura do projeto AMAZÔNIA, LUGAR DA EXPERIÊNCIA, que constitui a coleção amazoniana na Universidade Federal do Pará.

Com o objetivo de criar uma coleção de arte contemporânea sobre a Amazônia e seus artistas, o projeto "Amazônia, Lugar da Experiência" abre hoje para o público. Vencedor do Prêmio de Artes Plásticas Marcatonio Vilaça e do Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais 2010, da Fundação Nacional de Artes, a inauguração será a partir das 19h, na Universidade Federal do Pará (UFPA). Vindos da própria região e de outras partes do país, os artistas expõem seus olhares em um grande mapa de experiências na região amazônica, com obras das quatro últimas décadas de produção artística no Norte do Brasil.

A coleção de arte que pretende refletir sobre a Amazônia é composta por mais de 30 artistas e tem idealização e curadoria de Orlando Maneschy. Por meio da Coleção Amazoniana de Arte da UFPA, "Amazônia, Lugar da Experiência" pretende dar visibilidade às discussões presentes nas obras e provocar reflexão e circulação de ideias.

O projeto quer aumentar a produção reflexiva relacionada com a pesquisa, ensino e extensão universitária, por meio de ações educativas que sugerem atividades presenciais e on-line. "Olhar para a Amazônia sempre foi uma necessidade para mim, na tentativa de entender como sua história adiciona às produções artísticas e geram obras que ativam questões que ultrapassam regionalismos. Foi aí que nasceu este projeto", afirma o criador do projeto, que também é artista, pesquisador e curador independente (O Liberal).

Exposição: AMAZÔNIA, LUGAR DA EXPERIÊNCIA
Data: 04 de outubro de 2012 a 06 de janeiro de 2013
Local: Museu da Universidade Federal do Pará
Endereço: Avenida Governador José Malcher, 1192 – Nazaré – Belém – Pará - Brasil, CEP : 66055 – 260, Fone: 00–55–91–3224.0871 / 3242.8340
Entrada Franca

domingo, 7 de outubro de 2012

Antes eleger um rinoceronte do que um asno

Hoje é dia de eleição, portanto, o post de hoje lembra quando animais do zoológico receberam juntos quase 500 mil votos. Estamos falando dos votos de protesto confiados ao rinoceronte Cacareco e o chipanzé Tião.

As eleições de 1959 em São Paulo tiveram a surpresa de conhecer a "candidatura" de Cacareco para vereador. Esse rinoceronte conquistou 100 mil votos. Hoje, votamos em máquinas, naquele tempo o voto era por escrito, e o nome Cacareco foi um dos mais lembrados pelos eleitores. Enquanto ele conquistou 100 mil votos, o partidos  o partido mais votado não chegou a 95.000 votos.



Após o resultado das eleições, Stanislaw Ponte Preta comentou no jornal Última Hora que "diversos membros da cúpula do PSP andaram rondando a jaula de Cacareco, para o colocarem no lugar de Adhemar de Barros". Já o então presidente Juscelino Kubitschek declarou: "Não sou intérprete de acontecimentos sociais e políticos. Aguardo as interpretações do próprio povo".

O jornalista Itaboraí Martins foi o responsável pelo lançamento da candidatura do bicho, talvez pelo fato de os rinocerontes serem amigos leais. Dois dias antes da eleição, o bicho foi devolvido para o zoológico do Rio de Janeiro. O rinoceronte vereador veio a falecer prematuramente, antes de completar dez anos de idade.

O estrago, porém, já havia sido feito. Cacareco ganhou até as páginas da revista Time, que citava um eleitor:
 - É melhor eleger um rinoceronte do que um asno.

Outro caso de voto de protesto foi do Macaco Tião.Tornou-se uma celebridade no Brasil, quando em 1988, após uma brincadeira criada pela revista Casseta Popular em defesa do voto nulo, foi lançada a sua candidatura não oficial para a Prefeitura do Rio de Janeiro

Estima-se que o Macaco Tião tenha "recebido" naquele pleito mais de 400 mil dos votos dos eleitores, alcançando o que seria equivalente ao terceiro lugar, de um total de doze candidatos. Este fato o fez constar no Guinness World Records como o chimpanzé a receber mais votos no mundo.Famoso nacionalmente, vários jornais brasileiros, e também o frances Le Monde registraram a notícia do falecimento do macaco, em 23 de dezembro de 1996.


Talvez o grande motivo desse primata ter ganho a simpatia dos eleitores é que, apesar de seu mal-humor, atirava excrementos e lama em políticos. Já o rinoceronte, apesar da sisudez e grosseria, e demonstrava lealdade com os passarinhos que colaboravam com sua higiene.

Uma lição para eleitores e candidatos: indignem-se, revoltem-se, e não esqueçam da lealdade. Para quem vai seu voto, Cacareco ou Macaco Tião?

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Rousseau, John Cage e a natureza na Cult

A edição 172 da Revista Cult traz um dossiê sobre Rousseau, mostrando que o autor de O contrato social, que está fazendo 250 anos, tratou de assuntos como a democracia, educação e feminismo ainda no século XVIII.

Particularmente, não gosto de análises que procuram mostrar que um personagem histórico antecipou determinado debate que apenas seria travados 100 anos depois. Mas, que destacar um dos artigos, trata-se de "Devaneios de um ecofilósifo"escrito por José Augusto Pádua. Nele o autor apresenta de maneira equilibrada as influências de Rousseau sobre o ecologismo, "mais pela reflexão do que pela preocupação efetiva com questões ambientais".

Outro texto na mesma edição, de autoria de Vladmir Safatle, fala sobre John Cage, que faria 100 anos em Setembro. Segundo ele, Cage "renovou a música ao reconstruir o conceito de natureza". O texto aponta alguma obras desse artista, um deles "In a landscape" coloca aqui para você escutar. "E uma natureza que não funciona mais como a imagem de um sistema de causalidade fechada".

A revista está nas bancas ainda neste início do mês de Outubro.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

São Francisco de Assis e a ecologia

Se acha que hoje, o cachorro entrou na igreja só porque encontrou a porta aberto - você corre o risco de estar enganado. 

Em 29 de Novembro de 1979, na bula «Inter Sanctos», o Papa João Paulo II proclamou S. Francisco de Assis como Padroeiro dos cultivadores da Ecologia:

"Entre os santos e os homens ilustres que tiveram um singular culto pela natureza, como magnífico dom feito por Deus à humanidade, inclui-se justamente S. Francisco de Assis. Com efeito, ele teve em grande apreço todas as obras do Criador e, com inspiração quase sobrenatural, compôs aquele belíssimo “Cântico das Criaturas”, através das quais […] rendeu ao omnipotente e bom Senhor o devido louvor, glória, honra e toda a bênção.»

Hoje, comemora-se o dia de São Francisco, e este post é para refletir sobre como a religião católica, em 1979, oficializou esse padroado que nos parece significar um reconhecimento não apenas sobrenatural e divino da relação humana com o mundo natural (e é claro que o cristianismo sempre percebeu essa relação) mas também um discurso oficial do líder da igreja chamando atenção para a discussão ecológica posta naquele momento.

Interessante notarmos como os fiéis se apropriaram desse padroado. Ao meu ver mais aplicado aos animais de estimação do que em relação a própria crise ambiental, que mais tarde o Papa Bento XVI chamará atenção. Soa também como uma resposta aos fiéis que sempre, de maneira até mesmo subversiva, criavam por conta própria a relação de seus animais com o sagrado - buscando cura para enfermidades ou mesmo sua entrada no reino celeste.

Este é um bom dia para pensarmos em como as instituições respondem - mesmo que de maneira tardia - às demandas do seu público e como estes reelaboram os discursos oficiais. E um ultimo ponto: como a religião e a religiosidade se utilizam da percepção de natureza e até a ideia de ecologia em seus discursos.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Philippe Descola no IFCS-UFRJ


O Consulado da França do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, representada pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) e pelo Programa de Pós-graduação em História Social (PPGHIS), com a colaboração do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social (PPGAS), convidam para as atividades da Cátedra Claude Bernard, ocupada por Philippe Descola, Professor do Collège de France.

Dia 4 de Outubro, quinta-feira, às 17 horas, no Salão Nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, conferência de abertura dos trabalhos: “A ontologia das imagens”.

Dia 8 de Outubro, segunda-feira, às 14 horas, na Sala Roberto Cardoso de Oliveira do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, conferência: “A animação das imagens”.

Dia 18 de Outubro, quinta-feira, às 14 horas, na Sala Amarela (109) do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais: “Entrevista com Philippe Descola”.  

As conferências serão realizadas em espanhol e a entrevista em francês. Todas as atividades, inclusive esta última, serão abertas ao público, sem inscrição prévia.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A natureza em Eric Hobsbawn

Hoje morreu um grande historiador - Eric Hobsbawn. Sua obra conta com inúmeras reflexões caríssimas ao estudo do passado. No post de hoje, que é uma tentativa de homenageá-lo, trazemos sua percepção sobre a natureza, ou melhor, qual importância ele deu para a preocupação com o meio ambienta.

Em suas importantes reflexões sobre os problemas consequentes do capitalismo ele enumera "conseqüências do desenvolvimento capitalista mundial que escaparam ao controle" de países que tem tido êxito em manter um certo equilíbrio social . Propõe que essas consequências ajudem a definir a plataforma socialista para o século XXI. 

"A primeira é a ecologia. A humanidade atingiu agora o ponto em que pode de fato destruir a biosfera – a habitação de plantas, animais e humanos no globo – ou pelo menos muda-la para pior de formas imprevisíveis e dramáticas. O “efeito estufa” é algo com que todos nós temos que aprender a conviver. Isto é o resultado de crescimento econômico desmedido em passo acelerado. É verdade, a teoria socialista sempre foi  favor disto e a prática socialista, especialmente no Leste europeu, produziu poluição maciça. Mas o capitalismo, diferentemente do socialismo, compromete-se pela sua natureza ao crescimento sem limites. E o crescimento de agora em diante precisa ser controlado de alguma forma. O “desenvolvimento sustentável” não pode operar através do mercado, mas deve operar contra ele. Não pode funcionar por meio da livre escolha do consumidor, mas através do planejamento e, onde for necessário, contra a livre escolha. Neste momento a Comunidade Européia decidiu proibir a pesca no Mar do Norte durante uma semana a cada mês para não acabarem os peixes".

 A segunda é a desigualdade social e a terceira é o vácuo moral criado pelo individualismo próprio do capitalismo.

O prof Hobsbawn foi um exemplo de história propositiva. Uma história que busca questionar o status quo, analisando o passado sem esquecer de contribuir com a sociedade atual. Penso que essa forma de fazer história está bem próxima da história ambiental.
Sentiremos saudades.

ST com tema Natureza no III Seminário Internacional de História e Historiografia


 Dia 01 de Outubro de 2012 (Segunda-feira)

10h às 12h - Conferência de Abertura: Reflexões sobre importância da história da historiografia na periodização do conhecimento histórico.
Conferencista: Prof. Dr. Fernando Catroga - Universidade de Coimbra

Local: Auditório da Faculdade de Direito da UFC

Destaque para o ST 8. Natureza, memória e trabalho


Coordenação: Kênia de Souza Rios (UFC), Eurípedes Antonio Funes (UFC) e Leila Mourão (UFPA)

Este Simpósio tem a intenção de por em discussão as possíveis articulações entre Natureza, Memória e Trabalho. Interessa- nos, portanto, propor a construção de uma reflexão que leve em conta as várias transformações da paisagem, bem como as diferentes apropriações de uma ideia de natureza que não se limita a um território esvaziado, ou para usar a expressão de Alain Corbin, ao “Território do Vazio”. Ou melhor, nosso entendimento parte do pressuposto de que a natureza é uma necessária relação com a cultura, de modo que o nosso estudo deve dar conta de uma certa composição cultural em face da conexão com aquilo a que chamamos natureza. Vale, portanto, alimentar o debate sobre a natureza/cultura não como uma polaridade mas como uma condição histórica intrínseca com infinitas possibilidades de combinações. O que abre o leque de estudos adequados a esta ementa, uma vez que pesquisas que articulem a ideia de natureza em diferentes grupos e tempos históricos, sejam a partir dos trabalhos da memória oral ou mesmo registros escritos ou próprios da cultura material, estudos sobre o confronto/acordo entre ciência, técnica e natureza, relações entre natureza e trabalho ou outros temas que envolvam essas combinações fazem parte dessa reflexão nem sempre fácil entre Natureza, Memória e Trabalho.