Victória Emi Murakami Vidigal
A cidade de Ananindeua, segundo o site do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem mais de 350 mil habitantes. A
cidade é a mais habitada do estado do Pará, perdendo apenas para a capital,
Belém. Para Eliane
Bastos, a cidade é considerada uma cidade dormitório, contudo, a crescente urbanização e o aumento da
população, houve a necessidade de criar espaços de lazer e turismo para o
local. Eduardo Yázigi também defende que é preciso uma organização espacial
para abranger todas as novas necessidades econômicas, sociais e culturais da
cidade.
Viveiro da Vilma, 2017, Victória Vidigal |
O Parque Antônio Danúbio Lourenço da Silva, localizado
na BR-316, km 5, encontra-se em um espaço totalmente modificado e urbanizado,
sua paisagem característica com arvoredo é notória no território. O Parque fora
construído no governo do Helder Barbalho, quando era prefeito da cidade, e
inaugurado no dia 01 de outubro de 2010 como o primeiro parque ambiental da
cidade de Ananindeua, com o intuito de promover diversas atividades de lazer e
pesquisa para os moradores.
No Parque encontramos diversos espaços, aquele que tem
como forte característica do parque com a cidade é o bosque dos Ananins, a
árvore Anani (Symphonia globulifera)
foi a inspiração para o nome Ananindeua. O espaço traz atividades socioambientais,
pesquisas e lazer para visitantes e estudantes. Abriga animais de pequeno porte
e atividade visando à educação ambiental na sociedade de Ananindeua. O lago que
se encontra no mesmo é nascente natural do Utinga, dos lagos
Bolonha e Água Preta. O lugar fica aberto de segunda a sexta, das 8h às 17h,
e aos finais de semana, das 8h às 12h.
Infelizmente o espaço encontra-se com poucos
investimentos, a falta de acesso a certa parte da população acaba deixando o
Parque no esquecimento. Segundo Pierre Nora, os espaços devem constituir
memórias, sejam elas coletivas os individuais, essa construção da memória e
identidade são alguns pontos importantes para a preservação do Parque, para
fazê-lo em constante preservação e atuação. A LEI No. 2.154, De 08 de julho de
2005 traz essa preocupação e preservação com os espaços ambientais de
Ananindeua, logo, é importante reconhecer os espaços da cidade e promover meios
de interação da sociedade com o espaço através da administração e propaganda,
assim como a população enxergar o Parque como um patrimônio de sua cidade e que
abrange uma cultura e identidade da mesma e para todos. Para que isso ocorra, é
interessante a participação mais ativa dos habitantes, de escolas e
universidades e do governo, juntos, em promover, reconhecer e exaltar as
atividades e preservação dentro do Parque Danúbio.
Fonte:
Bosque dos Ananins no Parque Antônio Danúbio, maio de 2017, por Victória Emi
Murakami Vidigal
Fonte: blog Escola Ananis. http://escoladosananins.blogspot.com/2019/10/o-primeiro-parque-ambiental-de.html?m=1
Referências
BASTOS, Eliana Benassuly Bogéa. Diagnóstico do
território da cidade: Ananindeua. In: A contribuição da cultura para o
desenvolvimento do território: um olhar de Ananindeua, na região metropolitana
de Belém, Pará. Dissertação de Mestrado em Gestão de Recursos Naturais e
Desenvolvimento Local na Amazônia – Núcleo de Meio Ambiente, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2013, p. 27 – 35.
BRASIL,
LEI No. 2.154, De 08 de julho de 2005. Dispõe sobre a política municipal de
meio ambiente no município de Ananindeua e de outras providências.
IBGE.
Estimativas de população dos municípios para 2019. Disponível em:
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/25278-ibge-divulga-as-estimativas-da-populacao-dos-municipios-para-2019.
Acesso em: 11 de outubro de 2019.
NORA,
Pierre et al. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto
História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 10,
1993.