sexta-feira, 29 de março de 2013

Exposição "Os jardins fazem a cidade"

Uma homenagem e, ao mesmo tempo, uma chamada à reflexão sobre o papel dos jardins públicos nas grandes cidades. A exposição Os jardins fazem a cidade, uma iniciativa da Aliança Francesa, traz o fotógrafo francês Michel Corbou ao Museu do Meio Ambiente, com uma mostra inédita de seu trabalho, que promove, a partir de um olhar artístico, uma defesa dos jardins públicos pelo mundo.

Baseada no livro ‘Os jardins na cidade’ (La Martinière, 2011), do fotógrafo Michel Corbou, entra em cartaz esta sexta-feira, no Museu do Meio Ambiente, do Jardim Botânico do Rio, uma mostra de belas imagens de parques e jardins de todo o mundo. ‘Os Jardins Fazem a Cidade’ reúne 69 imagens de jardins e paisagens urbanas captadas na Europa (França, Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, Grécia e Suíça) e fotografias inéditas realizadas no Brasil (Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo), onde Corbou esteve entre novembro e dezembro de 2012. A ex
posição fica no Jardim Botânico até 5 de maio.

Palácio Fronteira, Lisboa, Portugal

A exposição nos ajuda a pensar sobre como o jardim reflete o relacionamento dos seres humanos com as plantas. A própria palavra jardim vem da junção do hebreu "gan" (proteger, defender) e "éden" (prazer, delícia) e expressa de certa forma a imagem de um pequeno mundo ideal, perfeito e privativo. Portanto, os grandes jardins da história são como um vocabulário do desenho idealizado da paisagem, como cada civilização desejava que ela fosse.

O jardim também é uma tentativa de organizar esse mundo natural desconhecido, selecionando as espécies e criando uma paisagem ideal de acordo com as referências de determinada sociedade. Um  reflexo importante da relação homem e natureza.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Entrevista de Donald Worster no O Globo

Donald Worster é professor emérito do Departamento de História da Universidade do Kansas nos Estados Unidos e um dos diretores do Centro para História Ecológica da Universidade Remin da China, em Beijing, tem se dedicado a pesquisas no campo da História Ambiental, especialmente os temas que abordam ciência, tecnologia e agricultura.

Em 2009 foi nomeado como membro da Academia Americana de Artes e Ciências.
Foi presidente e um dos fundadores da Sociedade Americana de História Ambiental.
Leia a entrevista do professor Donald Worster ao jornal O Globo em 10 de Março de 2013.

Como a natureza influencia a História?
A natureza, incluindo não apenas plantas e animais, mas também micro-organismos, vermes, vírus, recursos naturais, ou seja, a natureza em todas as suas dimensões, tem um grande impacto na vida humana. Se não temos água, temos um problema. Mas se temos água demais também. Muitos desastres são provocados pela natureza. As epidemias têm um grande impacto na História. Mesmo as guerras podem ser provocadas por questões ligadas à natureza, como a escassez de recursos. A natureza é de onde viemos em termos de origem e não podemos escapar de sua poderosa influência. Muitas pessoas podem não perceber isso porque vivemos em cidades, cercados de tecnologia, e pensam que se trata de um mundo feito pelo homem, em que não há forças naturais. Mas, certamente, somos muito influenciados pela natureza. Não somos tão poderosos quanto pensamos.

Historiadores costumam separar natureza de cultura. Por que?
Parte de uma longa tradição da Humanidade pensar literatura, filosofia, história como criações da mente humana e não como parte do mundo natural. Há o campo das humanidades e o das ciências. As ciências são com a natureza, as humanidades lidam com pessoas. Tendemos a dividir o mundo assim, não sei de onde vem isso, talvez da religião. E acho que isso nos cega para o fato de que as humanidades têm muito a ganhar compreendendo a natureza. E que há questões que não podem ser resolvidas só cientificamente.

O senhor citaria um exemplo?
As mudanças climáticas são um bom exemplo. A ciência explica o quanto de carbono está indo para a atmosfera, tem modelos para prever que vai acontecer, esclarece a dinâmica de todo o processo. Mas não explica por que queimamos combustível fóssil ou por que gostamos tanto de carros. Essas são questões culturais. E qualquer solução para o problema das mudanças climáticas vai requerer ciência, mas também compreensão da cultura humana e mudança social.

A história ambiental une os dois?
Comparada à história política e à história social, sim. Todos deveríamos ir à ciência em busca de dados, formar alianças, quebrar barreiras. Poderíamos ver o mundo de maneiras diferentes.

O senhor aplica a teoria da Evolução de Darwin à História. Como isso funciona?
Podemos falar de mudanças históricas como um processo de adaptação ambiental. Isso é bom para pensarmos por que fazemos as coisas de determinada maneira, por que criamos esta ou aquela tecnologia. Muitas vezes, estamos respondendo a algo. São adaptações à natureza ou a mudanças que nós mesmos fizemos no mundo. Então, tudo está evoluindo e mudando o tempo todo. É uma coevolução, uma coadaptação. A cultura não pode ser compreendida como a cor das penas de um pássaro ou os padrões comportamentais de formigas na floresta tropical; ela não é determinada pela genética. Mas não é uma coisa estática. Fazemos determinadas coisas porque o mundo em que vivemos está em constante movimento e precisamos sobreviver.
Parece, no entanto, que nos adaptamos mal. As mudanças climáticas seriam um boa prova disso, não?
Sim, de forma geral, parece que muito do que fazemos é não adaptar. Ignoramos os padrões e os limites do mundo. Mas temos que aprender a nos ajustar ou estaremos sempre mal adaptados. Vamos mudar uma plantação de lugar ou construir muros em torno das cidades para manter o mar longe? Seria melhor pensar em energias alternativas, não? O fato é que vamos nos adaptar de uma maneira ou de outra, não há escapatória. Mas podemos fazer isso bem ou mal. Ou tão mal que as sociedades desapareçam — conhecemos exemplos do passado. Mas não sou tão apocalíptico, não acho que a Humanidade vai acabar.

O tema de sua palestra no Rio é “Da era da abundância à era da vulnerabilidade”. Estamos perto do limite?
Isso veio de um livro lançado nos EUA em 1972 que foi um grande best seller e que levantava essa questão sobre como vamos ajustar economia, consumo, poluição, dinheiro e bem-estar. Questões que não desapareceram. E essa era começa com a descoberta da América por Cristóvão Colombo. É preciso lembrar que na Europa, na Idade Média, o capitalismo não era a forma dominante de pensar a economia, a agricultura era em pequena escala e havia uma grande noção de escassez e limites. A descoberta de uma grande quantidade de recursos naturais, como água e minérios, mudou profundamente sua forma de ver o mundo, o capitalismo, o comércio, os negócios em escala global. Vivemos na fronteira do novo mundo.

Essa era acabou?
Estamos alcançando um ponto em que todos dizem que essa era acabou. Não haverá outra América, outro Brasil. A Lua não vai servir, nem Marte. Isso é normal, a História é feita de ciclos, embora muitas pessoas tenham problemas para se ajustar. Os economistas têm mais dificuldade, mas mesmo eles já estão falando em economia ecológica, economia ambiental. Temos que pensar em soluções, em como viver num mundo de limites.

Podemos voltar a modelos antigos?
Não será um mundo como no passado, com pequenas vilas, cosmologia religiosa e sem revolução científica. Não vamos voltar a isso. A História não volta. Mas podemos ter ecos do passado, talvez vivermos em comunidades menores, descobrir novas formas de energia, usar o conhecimento científico e tecnológico que adquirimos ao longo dos anos para criar um novo tipo de cultura, que seja compatível com o meio ambiente.

domingo, 24 de março de 2013

Fauna misteriosa: a criptozoologia e a verdade do método cientíico

Gravura de uma serpente marinha
Você já ouviu falar em criptozoologia? Pois é, se trata da investigação dos seres de existência incerta ou então o estudo dos animais ocultos. Zoólogos mais puristas desdenham essa prática, que taxam de pseudociência e associam à procura de criaturas folclóricas como o pé-grande ou o chupa-cabra. Mas há quem defenda que é válido investigar esses relatos e que é possível fazer boa ciência sobre animais desconhecidos.

Essa é a proposta do Journal of Cryptozoology, uma nova revista que batalha pelo reconhecimento formal da criptozoologia ao lado de outros ramos da biologia. A publicação inglesa promete adotar o mesmo rigor dos periódicos científicos tradicionais na revisão dos artigos – é a primeira do tipo desde o fechamento da Cryptozoology, em 1996. Seu editor é o britânico Karl Shuker, zoólogo de formação e autor de livros e um blog muito interessante sobre o tema.

Muitos desses estudos revelam a verdadeira identidade de animais fantástico que fazem parte dos primeiros relatos dos viajantes europeus nas terras conquistadas ou vistos durante as travessias. Mas ainda hoje esse animais são avistados em matas e rios do mundo inteiro.
Ilustração de preguiça gigante

O ornitólogo David Oren nasceu nos Estados Unidos, mudou-se para o Brasil em 1977 e trabalhou mais de 25 anos como pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém. Em 1996, tornou-se brasileiro – costuma dizer que é naturalizado paraense. É desde 2009 o coordenador de ecossistemas e biodiversidade do Ministério da Ciência. Ele foi um dos primeiros a se debruçar sobre essa fauna misteriosa.


Oren tem uma hipótese para explicar um dos mais emblemáticos personagens do folclore amazônico: o mapinguari, descrito em muitos relatos como uma criatura gigante e malcheirosa de pelagem avermelhada, que solta urros pavorosos e pode passar de 2 metros de altura.

Numa viagem ao Acre nos anos 90, Oren conheceu um homem que disse ter visto uma fêmea de mapinguari com filhotes e descreveu como eram as fezes do animal, qual era sua comida predileta e outros detalhes de sua biologia. “Eu estava diante de uma pessoa que claramente não estava mentindo”, disse o pesquisador num português sem sotaque. “A luz acendeu: o que esse homem estava descrevendo só podia ser uma preguiça-gigante.”

Oren se referia a um grupo de mamíferos que povoou o continente americano e se extinguiu há cerca de 10 mil anos. Ao contrário das preguiças atuais, que vivem em árvores, eram animais terrestres, alguns maiores até que os elefantes de hoje. Se uma espécie desse grupo tivesse sobrevivido até nossos dias, raciocinou, poderia explicar as aparições do mapinguari.

David Oren

O que Oren trouxe de mais convincente é uma pegada “absolutamente consistente” com a pata traseira de uma preguiça-gigante. A hipótese e a busca foram relatadas em dois artigos publicados em 1993 e 2001.

Oren disse que foi ridicularizado por mais de um colega por sua hipótese, mas não teve sua reputação comprometida. Admitiu que seu estudo “não deixa de ser criptozoologia, no sentido em que tratou de um animal não formalmente revelado ao mundo”. Mas se mostrou reticente quanto à ideia de publicar no Journal of Cryptozoology. “Tem um monte de doido nessa área”, disse ele. “Você não imagina os e-mails que recebo.”

Aqui vemos o problema da verdade no método científico. Também é possível refletirmos sobre a existência de uma fauna desconhecida por nós, tanto por estar intocada quanto por ter sido extinta por diversos motivos. Vale a pena dar uma olha no blog do professor Suker.

terça-feira, 19 de março de 2013

Ultimo dia do Seminário: agenda de pesquisas comparadas Brasil-EUA

 O ultimo dia do Seminário Diálogo Brasil-EUA de História Ambiental abriu os trabalhos com o Painel sobre Movimentos, Idéias e Legislações Ambientais contando com a apresentação de Thomas Dunlap (Universidade de Texas A&M) e Ely de Carvalho (Universidade Federal de Minas Gerais).

A excelente apresentação do professor Dunlap trouxe a questão de como os movimentos ambientalistas são frutos do diálogo entre seres humanos e a terra, isso acontecendo com a intermediação da experiência cultural que faz parte da sociedade. As leis que surgem dessa interação seriam expressões de alguns valores desse grupo de indivíduos - hoje em escala global.


Como encerramento do Seminário aconteceu uma discussão com o objetivo de criar uma agenda de pesquisas comparadas Brasil-EUA. Mediado pela professora Lise Sedrez tivemos um profícuo debate nesse sentido, chamando atenção para observar diferenças e semelhanças entre as experiências históricas e de análise dos dois países envolvidos.

Um Seminário que certamente marcou o espaço da história ambiental como uma área do conhecimento em expansão no Brasil. Foi muito bom!!!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Terceiro dia de Diálogo Brasil-EUA de História Ambiental

O terceiro dia do Seminário Diálogo Brasil-EUA de História Ambiental iniciou os trabalhos com o painel sobre Políticas Públicas e Construção Territorial com a comunicação dos professores John McNeill (Universidade de Georgetown) e José Augusto Pádua (Universidade Federal do Rio de Janeiro) buscando comparar a construção histórica e bio-física de diferentes regiões como a Amazônia, a Mata Atlântica e a experiência estadunidense. Ficou claro como a o recorte espacial proposto pela história ambiental rompe o formato das fronteiras políticas, podendo analisar, por exemplo a experiência atlântica.


O Painel sobre Populações Tradicionais, Migrações e Sociedades Multiculturais contou com os professores Louis Warren (Universidade da Califórnia, Davis), Eunice Nodari (Universidade Federal de Santa Catarina) e Leila Mourão (Universidade Federal do Pará) trouxeram análises de questões regionais mas que não deixam ser importantes como estudo amplo e profundo como no caso da história do uso do açaí.


O painel sobre Doenças, Saberes Científicos e Representações da Natureza contou com Linda Nash (Universidade de Washington), Lorelai Kury (Casa de Oswaldo Cruz) e Dora Corrêa (Centro Universitário FIEO). Foram debatidos a experiência do homem em relação ao seu próprio corpo e como o contato com patógenos impactou sua trajetória no Rio de Janeiro, São Paulo e nas cidades estadunidenses.

Com a mediação da professora Lise Sedrez, a mesa redonda Cidades, Corpos e Culturas: Perspectivas da História Ambiental foi formada pelos professores Martin Melosi (Universidade de Houston), Nancy Langston (Universidade de Wisconsin) e Thomas Dunlap (Univeridade de Texas A&M). Os depoimentos de como esses historiadores escolheram e desenvolveram seus estudos e como a história ambiental fez parte dessa trajetória. Destaque para a excelente intervenção do professor Dunlap e seus estudos sobre os pássaros.



Segundo dia do Seminário Diálogo Brasil-EUA de História Ambiental

O segundo dia do seminário Diálogo Brasil-EUA de História Ambiental contou com os painéis de sobre ambientes urbanos composto por Martin Melosi (Universidade de Houston, Lise Sedrez (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Regina Horta Duarte (Universidade Federal de Minas Gerais). A relação das sociedade com o meio ambiente foi destacado na fala dos professores que chamaram atenção para a particularidade das análises no espaço urbano e como essa interação assume característica específicas. 



 Nancy Langston (Universidade de Wisconsin), José Luiz Franco (Universidade de Brasília)e Rogério Oliveira (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro)formaram o painel sobre Florestas, Mineração e Unidades de Conservação, destacando como esses temas são marcados pela relação com o futuro mesmo que políticas tentem escamotear os impactos da ação humana, criando um isolamento ilusória das sociedades humana em relação o que se chama de mundo natural. 


Para encerrar as atividades do dia, foi formada a Mesa redonda "Ecologias, Populações e Saberes Científicos: Perspectivas da História Ambiental" com a presença de John McNeill (Universidade de Georgetown), Louis Warren (Universidade da Califórnia, Davis)e Linda Nash (Universidade de Washington), tendo como debatedor o professor José Augusto Pádua (Universidade Federal do Rio de Janeiro). O auditório estava lotado para ouvir essa discussão que contou com depoimentos pessoais sobre a trajetória acadêmica dos professores membros da mesa e também apontamentos sobre a abordagem da História Ambiental.

sexta-feira, 15 de março de 2013

As memórias de nosso patrimônio


Para abrir uma seção que se propõe a refletir questões referentes ao patrimônio devemos começar pela sua relação com nossa memória. Por que nosso patrimônio cultural mexe tanto com nossas emoções e lembranças? Toda sociedade precisa encontrar um sentido para o que não lhe é compreensível e para isso usa a história como instrumento.


Por: Moema Alves*

O apelo que fazemos à preservação de nossa memória perpassa pela necessidade de reconstituição de nossa sociedade, tomada como algo formado do passado para o presente, em virtude disso, preservamos vestígios arqueológicos, prédios, monumentos, etc. Precisamos desses símbolos para criar nossa identidade e por isso os preservamos. Comemoramos eventos históricos, estabelecemos feriados e criamos espaços para que exercitemos nossa memória. Esses espaços produzem uma memória coletiva, baseada na realização de práticas culturais e, por isso, deve ser preservado.

Há um filme nacional, de Eliane Caffé, chamado Narradores de Javé que é muito interessante. Nele, uma pequena cidade do interior nordestino – Javé – deixará de existir para se construir ali uma hidrelétrica. Os moradores, inconformados, se informam que para salvar a cidade de ser submersa em água, precisam identificar nela um patrimônio e então começa uma busca pela história do local, pois, na concepção deles, se conseguissem escrever um livro provando que tinham um grande herói e grandes fatos, sua história seria então o dito patrimônio e conseguiriam manter sua cidade. Cada personagem conta uma versão diferente para o mesmo acontecimento: a fundação de Javé. Cada grupo, na verdade, conta a história de acordo com suas concepções de mundo. Não cabe a mim contar àqueles que ainda não viram o filme se eles conseguem ou não salvar a cidadezinha, mas não apenas questões como memória, identidade, história oral e história nos chamam a atenção no filme, mas a própria questão do “progresso” e do que significa patrimônio para a sociedade. No caso, os moradores acreditaram na memória para resolver a situação e de certa forma, todos nós nos apegamos à memória para criar nossa identidade.

Sendo assim, proponho um pequeno exercício para a valorização de nosso patrimônio. Ao sair pelas ruas de sua cidade, que tal observar o que sabe sobre elas? Que histórias conhecem? Que manifestações – culturais ou políticas – você associa a sua cidade? E que tal observar também que memórias determinados pontos lhe despertam? Essa brincadeira simples mostrará o sentido de pertencimento do patrimônio ao seu redor. Conhecendo a cidade e se reconhecendo nela. E quando nos reconhecemos enquanto portadores da memória de um determinado lugar, entendemos que aquilo também nos pertence, portanto, também é nosso dever zelar por esse patrimônio.

A memória é portadora de uma herança que dá sentido e forma a uma sociedade. Ela é dinâmica e (por que não?) formadora de mitos. Já a história analisa, critica. A história procura criar uma identidade universal e para isso precisa absorver as várias identidades fragmentadas, cada qual com sua memória específica. Compartilhando esse passado comum nos identificamos com essa sociedade, nos tornamos parte dela.

* Historiadora, Mestranda em História Social pela UFF.
Fonte: http://www.vertentecultural.com.br/site/index.php?p=noticia-detalhar&i=10

quarta-feira, 13 de março de 2013

Palestra de abertura do Simpósio Brasil-EUA de História Ambiental

Ontem aconteceu a abertura do Simpósio Diálogo Brasil-EUA de História Ambiental. O professor Donald Worster realizou a palestra de abertura destacando a obra "The limits to growth" publicado na década de 1970 nos Estados Unidos.


O auditório do Museu do Meio Ambiente estava lotado por estudantes e professor de várias instituições do Brasil que ouviram o professor Worster refletir sobre os problemas do modelo de crescimento que acompanhamos hoje. Segundo ele"o que é desejável tem que ser possível".


Worster encerrou a palestre com a seguinte indagação: a saída do problema do progresso auto destrutivo estaria na tecnologia e as solução que ela pode criar? 

segunda-feira, 11 de março de 2013

A história ambiental no Brasil: palestra da prof. Drª Susana Cesco (UFRRJ)



A partir de meados dos anos 70, quando o tema Meio Ambiente começa a adquirir importância nos debates sociais, emerge o campo da História Ambiental, uma ciência que pensa a trajetória da relação histórica do homem com a natureza. Integrado ao Simpósio Diálogo Brasil/ Estados Unidos em História Ambiental, que será realizado no Museu do Meio Ambiente entre os dias 12 e 15.03, o Encontros com a Pesquisa do dia 12.03 traz o campo de pesquisa da História Ambiental para um debate com a  pesquisadora Susana Cesco.

Doutora em História Social e professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Susana Cesco aborda marcos importantes da História Ambiental brasileira: sua origem e métodos e as perspectivas da pesquisa na área, além de refletir sobre o percurso trilhado pela humanidade para o reconhecimento da natureza como patrimônio.

O Simpósio Diálogo Brasil/ Estados Unidos em História Ambiental é uma iniciativa do Programa de Pós-graduação em História Social do Instituto de História da UFRJ. Sete dos mais importantes historiadores ambientais norte-americanos e quinze proeminentes pesquisadores do tema no Brasil estarão reunidos para três dias de mesas-redondas com foco na formulação de uma agenda de pesquisas e intercâmbio acadêmico e cultural entre Brasil e Estados Unidos. Nos dias 12, 13 e 14.03, a partir das 18h, os debates são abertos ao públicos e contam com tradução simultânea.

Encontros com a Pesquisa acontece na terça-feira, 12.03, das 10h às 12h.
 Simpósio Diálogo Brasil/ Estados Unidos em História Ambiental: dias 12, 13 e 14.03, a partir das 18h.

Museu do Meio Ambiente
Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Rua Jardim Botânico, 1008 
museudomeioambiente@jbrj.gov.br

quinta-feira, 7 de março de 2013

Site do Simpósio Diálogo Brasil-EUA em História Ambiental

Está on line o site do Simpósio Diálogo Brasil-EUA em História Ambiental.
Lá vocês encontrarão mais detalhadamente a programação, horários, mapa com local do evento, informações sobre transporte e alimentação etc. Clicando nos nomes dos participantes, vocês também terão acesso aos resumos das apresentações de cada um. Nem todos já estão disponíveis, mas os textos continuarão a ser inseridos no site.



quarta-feira, 6 de março de 2013

A natureza surrealista de Wolf Erlbruch

Encontrei em um jornal italiano on-line que noticiava a desistência do Papa uma propagando do livro de Wolf Erlbruch (nascido em 1948 em Wuppertal, Alemanha ). Trata-se de um ilustrador e escritor de livros infantis que eu não conhecia mas gostei uito do seu trabalho.

Ele combina corte e colagem, desenho e pintura em suas obras. Seu estilo é surrealista e seus temas preferidos são a morte e o sentido da vida. Dentre seus livros destaco Leonard, inspirado em seu filho quando tinha 6 anos de idade. Conta a história de um um garoto que para vencer seu medo de cães, torna-se um cão de si mesmo. 

Muitos dos personagens em seus livros, como a toupeira de he Story of the Little Mole Who Went in Search of Whodunit , têm pequenos óculos redondos pretos como os que ele mesmo usa.



A morte é um tema recorrente nos livros de Erlbruch. Duck, Death and the Tulip (2008) apresenta um pato que se torna amigo da morte, e em Ein Himmel für den kleinen Bären ("Um paraíso para o pequeno urso") um filhote de urso tenta encontrar seu avô recentemente falecido no céu dos ursos.


Assim Erlbruch se apropria de animais para contar suas história surrealistas. O recado que ele busca passar em suas ilustrações e narrativas é que as pessoas querem negar em si aquilo que as incomoda e ele recomenda que assumamos e aceitemos até mesmo o que não é tão bonito ou agradável em nós - isso pode ser especial.

terça-feira, 5 de março de 2013

Simpósio no CIFALE: A territorialidade da Amazônia em discussão



Esse simpósio faz parte do CIFALE que acontecerá entre os dias 02 e 05 de setembro de 2013 no Rio de Janeiro.

A territorialidade da Amazônia em discussão: problemas e realizações
Mariluci Guberman/UFRJ
Antonio Ferreira da Silva Júnior/ CEFET/RJ
mariluciufrj@yahoo.com.br

                O simpósio intitulado A territorialidade da Amazônia em discussão: problemas e realizações, que faz parte das atividades do Grupo de Pesquisa/ CNPq “Laboratório Interdisciplinar Latino-Americano”, criado em 2009, fundamenta-se nas reflexões sobre o imaginário do Rio Amazonas e o papel que ele exerce na preservação da natureza. No momento em que já se cumpriram mais de vinte anos da criação (1991) do Mercado Comum do Sul — bloco econômico que priorizou o fim de restrições ao intercâmbio comercial entre os países que o formam — verificam-se que o universo literário do Rio Amazonas e suas representações culturais são fatores preponderantes na integração humana e cultural do MERCOSUL, intensificando as relações entre os países do bloco e os associados.

Apesar dos variados trabalhos acerca da literatura amazônica, ainda não se percebe uma consolidação desses estudos de maneira integradora. Portanto, o simpósio pretende, em linhas gerais, provocar discussões e reflexões acerca dos estudos literários da América Latina de forma integrada a outras áreas do conhecimento, focalizando os diversos países onde a Amazônia se concentra. Para este fim, selecionou-se como fio condutor desse simpósio o imaginário do Rio Amazonas, um dos elementos da integração latino-americana. Sua bacia situa-se, principalmente no Brasil, e também no Peru, na Colômbia, na Bolívia, no Equador, na Venezuela, na Guiana, no Suriname e na Guiana francesa.

O simpósio pretende verificar as impressões do viajante, observando a geografia do território amazônico (rios, clima, habitantes e migrantes) e conduzindo para a reflexão sobre as condições geofísicas da Amazônia, que se refletem, em grande parte, nas condições humanas. Também pretende traçar a trajetória histórica da região considerando o imaginário, os mitos e os interditos que regulam a vida dos caboclos e dos ribeirinhos. O simpósio ainda pretende aprofundar as reflexões acerca dos estudos literários da América Latina, relativos aos países que integram a Amazônia, como os da América Hispânica e do Brasil.

O simpósio propõe também suscitar discussões de forma integrada a outras áreas do conhecimento: Antropologia, História e Geografia Humana. O homem da Amazônia é o foco desse grupo de pesquisa, desde os primeiros habitantes, passando pelos migrantes até chegar aos mestiços. Essas reflexões serão efetuadas através da análise crítica não só das obras literárias dos séculos XIX e XX, mas também das indicadas pelos cronistas e viajantes, que desbravaram aquelas regiões desde o século XVI e que registraram suas impressões sobre a natureza mítica, histórica e a biodiversidade da região.

A investigação sobre o imaginário da Amazônia busca também uma solução para o impasse entre meio ambiente natural e trabalho maquínico, acelerado pela revolução informática, que pode produzir danos à natureza e às forças produtivas da capacidade humana. Por esse motivo, o simpósio requer um diálogo de caráter multidisciplinar com outros campos do saber, como antropólogos, historiadores e geógrafos, integrados ao grupo de pesquisa.

Torna-se necessário instaurar o diálogo entre as diferentes ideias e culturas, integrando conhecimento científico e sabedoria dos nativos da floresta, despertando a consciência de pertencer a uma só natureza e promovendo uma grande rede vital de relações e interdependências ao revelar, simultaneamente, o uso sustentável da biodiversidade amazônica.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Primera escuela de posgrados de Solcha



La Escuela busca contribuir a forjar una visión comparada y general de la historia ambiental de América Latina, así como fortalecer la red de investigadores en historia ambiental latinoamericana que se ha creado en torno a Solcha.
En la Escuela participarán 18 estudiantes de posgrado (maestría o doctorado) que trabajen sobre temas de historia ambiental de América Latina desde la historia, la antropología, la geografía, los estudios ambientales o disciplinas afines. Tendrán prelación las personas de la región que estudien en instituciones de la región, pero son bienvenidos estudiantes de todas partes del mundo. Todos los interesados deberán enviar antes del comienzo de la Escuela un texto de su proyecto de investigación para ser discutido. Este texto puede ser el proyecto de investigación, un capítulo o un borrador de artículo para publicación.
Profesores: Stefania Gallini (Colombia), Claudia Leal (Colombia), Andrés Guhl (Colombia), Shawn Van Ausdal (Colombia), Camilo Quintero (Colombia), John Soluri (EEUU), Adrián Gustavo Zarrilli (Argentina), Reinaldo Funes (Cuba) y Nicolás Cuvi (Ecuador).

Actividades:
1. Sesiones de seminario de discusión de lecturas.
2. Discusiones de los proyectos o avances de investigación enviados por los estudiantes. 
3. Charlas.
4. Un taller de espacialización de información.
5. Una salida de campo de un día.

Aplicaciones:
Los interesados deberán enviar al correo escuelasolcha@uniandes.edu.co la siguiente información:
1. Una página con los siguientes datos: nombre completo, identificación (cédula de ciudadanía para los colombianos y pasaporte para los demás), institución, programa, semestre en el que ingresó a dicho programa, notas hasta el momento y título de la tesis.
2. Resumen de un párrafo del texto para discusión.
3. Escrito de una página de porqué quiere participar en la Escuela.
4. Una carta de recomendación de su tutor.

Você pode fazer o download do programa neste linl http://solcha.uniandes.edu.co/info.php/15/index.php