terça-feira, 5 de março de 2013

Simpósio no CIFALE: A territorialidade da Amazônia em discussão



Esse simpósio faz parte do CIFALE que acontecerá entre os dias 02 e 05 de setembro de 2013 no Rio de Janeiro.

A territorialidade da Amazônia em discussão: problemas e realizações
Mariluci Guberman/UFRJ
Antonio Ferreira da Silva Júnior/ CEFET/RJ
mariluciufrj@yahoo.com.br

                O simpósio intitulado A territorialidade da Amazônia em discussão: problemas e realizações, que faz parte das atividades do Grupo de Pesquisa/ CNPq “Laboratório Interdisciplinar Latino-Americano”, criado em 2009, fundamenta-se nas reflexões sobre o imaginário do Rio Amazonas e o papel que ele exerce na preservação da natureza. No momento em que já se cumpriram mais de vinte anos da criação (1991) do Mercado Comum do Sul — bloco econômico que priorizou o fim de restrições ao intercâmbio comercial entre os países que o formam — verificam-se que o universo literário do Rio Amazonas e suas representações culturais são fatores preponderantes na integração humana e cultural do MERCOSUL, intensificando as relações entre os países do bloco e os associados.

Apesar dos variados trabalhos acerca da literatura amazônica, ainda não se percebe uma consolidação desses estudos de maneira integradora. Portanto, o simpósio pretende, em linhas gerais, provocar discussões e reflexões acerca dos estudos literários da América Latina de forma integrada a outras áreas do conhecimento, focalizando os diversos países onde a Amazônia se concentra. Para este fim, selecionou-se como fio condutor desse simpósio o imaginário do Rio Amazonas, um dos elementos da integração latino-americana. Sua bacia situa-se, principalmente no Brasil, e também no Peru, na Colômbia, na Bolívia, no Equador, na Venezuela, na Guiana, no Suriname e na Guiana francesa.

O simpósio pretende verificar as impressões do viajante, observando a geografia do território amazônico (rios, clima, habitantes e migrantes) e conduzindo para a reflexão sobre as condições geofísicas da Amazônia, que se refletem, em grande parte, nas condições humanas. Também pretende traçar a trajetória histórica da região considerando o imaginário, os mitos e os interditos que regulam a vida dos caboclos e dos ribeirinhos. O simpósio ainda pretende aprofundar as reflexões acerca dos estudos literários da América Latina, relativos aos países que integram a Amazônia, como os da América Hispânica e do Brasil.

O simpósio propõe também suscitar discussões de forma integrada a outras áreas do conhecimento: Antropologia, História e Geografia Humana. O homem da Amazônia é o foco desse grupo de pesquisa, desde os primeiros habitantes, passando pelos migrantes até chegar aos mestiços. Essas reflexões serão efetuadas através da análise crítica não só das obras literárias dos séculos XIX e XX, mas também das indicadas pelos cronistas e viajantes, que desbravaram aquelas regiões desde o século XVI e que registraram suas impressões sobre a natureza mítica, histórica e a biodiversidade da região.

A investigação sobre o imaginário da Amazônia busca também uma solução para o impasse entre meio ambiente natural e trabalho maquínico, acelerado pela revolução informática, que pode produzir danos à natureza e às forças produtivas da capacidade humana. Por esse motivo, o simpósio requer um diálogo de caráter multidisciplinar com outros campos do saber, como antropólogos, historiadores e geógrafos, integrados ao grupo de pesquisa.

Torna-se necessário instaurar o diálogo entre as diferentes ideias e culturas, integrando conhecimento científico e sabedoria dos nativos da floresta, despertando a consciência de pertencer a uma só natureza e promovendo uma grande rede vital de relações e interdependências ao revelar, simultaneamente, o uso sustentável da biodiversidade amazônica.

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