quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Vende-se uma monografia: a capela viva do sr. morto

Vende-se uma capela

Além de ter recebido algumas solicitações para baixar minha monografia, fui movido também pela mobilização do Fórum Landi diante da situação de venda em que se encontra a Capela Pombo - consequência do descaso das autoridades com o patrimônio artístico cultural da cidade (endereço da capela: Travessa Campos Sales, entre as Ruas Manoel Barata e 13 de Maio, Bairro do Comércio, em Belém-PA - quase em frente ao Arquivo Público).

O sentimento de que um trabalho acadêmico tem muitas dificuldades em pular para fora dos muros da universidade também me moveu para este post. Li que se arrematada, a capela pombo pode ser transformada em Centro Cultural. Seu uso religioso deve ser respeitado - esta é a conclusão mais importante da minha monografia que poderia ser levada ao menos em consideração intra muros acadêmicos. A Capela Pombo é o que o seus féis fizeram e fazem dela, seu dinamismo está na FÉ não nos traços de uma autoria NÃO comprovada de Antonio Landi. Espero que a capelinha não se tenha o mesmo destino que a Igreja de Santo Alexandre, mas que também seja preservada.
Você que é historiador me responda: Como sua pesquisa se relaciona com o mundo real? Em que ele contribui com a sociedade?

A Igreja poderia se envolver nesse assunto também, não?
O Fórum Landi está liderando um crowdfunding para arrecadar dinheiro e assim comprar a capela. Para acessar a campanha clique aqui.

MINHA MONOGRAFIA (download clique aqui)

Estou disponibilizando para download minha monografia de especialização, sob a orientação do professor Doutor Aldrin Moura de Figueiredo, realizada no departamento de arquitetura da Universidade Federal do Pará em 2007 / defendida em 2008, com o título CAPELA VIVA DO SENHOR MORTO: usos do oratório público no Grão-Pará do século XVIII.

Resumo
Este trabalho faz uma análise da trajetória da capela doméstica do século XVIII no Grão-Pará, especialmente o caso da Capela do Senhor Morto em Belém, e sua utilização como patrimônio histórico na construção da identidade da cidade. Na parte inicial faz-se um histórico da Capela Pombo e da utilização pública e particular, servindo aos objetivos religiosos e sociais da igreja ou da família patriarcal. Em um segundo momento traz uma análise da elaboração do discurso oficial realizado por alguns intelectuais para promoção da Capela a Patrimônio Histórico e Artístico valendo-se, como instrumento de valorização, da afirmação de que o arquiteto Antônio José Landi seria o autor do projeto de construção da Capela Pombo. Apesar disso o Oratório encontra-se em profundo estado de degradação física necessitando de reparos, mesmo assim os muitos visitantes diários garantem, como diria o educador patrimonial, o espaço vivo. O conteúdo do trabalho pode servir de instrumento para pensar a importância da Capela Pombo, não apenas pela sua história, seus traços arquitetônicos e artísticos ou pela autoria de seu projeto, mas pela sua dinâmica atual que contraria os esquemas de atração para visitação e preservação do patrimônio. E (re)pensar a construção do discurso patrimonial.

Palavras-chave: narrativa, capela, patrimônio.

3 comentários:

Domingos Oliveira disse...

Wesley,
Essa foi minha preocupação maior. Quando vi CENTRO CULTURAL, lembrei imediatamente no que foi transformada a Igreja de Santo Alexandre.
Já questionei isso e me deram a resposta de que a função primeira será mantida.
Espero!
Que Deus e o Senhor dos Passos protejam a Capela!
obs: espero que a "lombada" não seja destruída

Claudia disse...

Não conheço sua monografia, mas já tinha ouvido falar. Vou baixar no meu PC e comentar, mas já antecipo: CONCORDO PLENAMENTE com o que colocaste!
Acho que se querem discutir a Capela, que tal fazer agora, lá, de portas abertas, promover um ciclo de debates onde a população, real detentora de qualquer bem que se diga cultural, possa opinar e entender o discurso da academia e se posicionar?
Ontem estive lá. Ela está desnudada das imagens e das velas. Mesmo assim, em poucos minutos, quanta gente entrou com olhos assustados, fez o sinal da cruz e saiu!
Parabéns. Quero ter a chance de discutirmos muito sobre outras lombadas que o rolo-compressor das políticas públicas têm passado por cima!

Anônimo disse...

Olá amigo do Patrimônio (cmo eu). Gostaria de saber como está a Capela hoje,2015. Foi restaurada? Ou o descaso criminoso imperou? Abraços. Rosa. e-mail: