quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

História Ambiental na ANPUH 2017: Simpósio Temáticos


ST 043 - História Ambiental: ciência, tecnologia e o mundo natural
Coordenadores:
Diogo de Carvalho Cabral (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Ely Bergo de Carvalho (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS)

ST 044 - História Ambiental: espaço, território e natureza Coordenadores: Eurípedes Funes (Pós Doutor - UFC), Dora Shellard Corrêa (Dou-tor ENS)
Dora Shellard Corrêa (ESNS), Eurípedes Antonio Funes (Universidade Federal do Ceará)

ST 045 - História Ambiental: o Antropoceno, desastres e biodiversidade
Coordenadores:
Eunice Sueli Nodari (Universidade Federal de Santa Catarina), Lise Fernanda Sedrez (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Para saber mais clique aqui

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

I Seminário Amazônico de História e Natureza


07 de dezembro (quarta-feira)

14:00 - Credenciamento
15:00 - 16:30  - Mesa 1
16:30 - 18:00 - Mesa 2
18:00 - Conferência de Abertura
Local: Campus Ananindeua - UFPA (Auditório da FAAM)
BR 316, KM 07, nº 590, Bairro Levilândia, Ananindeua-PA (em frente ao Instituto Evandro Chagas)

08 de dezembro (quinta-feira)

08:30 - 12:30 - Atividade de campo (atualizado)
Local: Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi
O ponto de encontro será na esquina da Travessa Nove de Janeiro com Avenina Magalhães Barata. 

09 de dezembro (sexta-feira)

08:30 - 10:00 - Mesa 3
10:00 - 11:30 - Mesa 4
11:30 - 12:30 -  Conferência de encerramento
Local: Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira ( Museu Paraense Emílio Goeldi)
A entrada será realizada pela portaria da Travessa Nove de Janeiro com Avenina Magalhães Barata. 

CONFERÊNCIAS E MESAS REDONDAS

Quarta-feira, 07 de dezembro
Prof. Dr. José Augusto Pádua
Título: Paisagens brasileiras na História do Antropoceno
Sexta-feira, 09 de dezembro
Profª Drª Maria de Fátima Costa
Título: Figurações de um rio: o Madeira em camadas de memória
***
MESAS REDONDAS
Quarta-feira, 07 de dezembro
15:00 - 16:30
MESA 1: AMAZÔNIA, HISTÓRIA E PAISAGENS
Prof. Dr. Aldrin Moura de Figueiredo (PPHIST/CMA/UFPA) 
Título: Um vapor do Mississipi na baía do Guajará: a abertura do Amazonas e a paisagem transnacional do Brasil no século XIX
Prof. Dr. Francivaldo Alves Nunes (PPHIST; FAHIS-Ananindeu/UFPA)
Título: Paisagens rurais na Amazônia Oitocentista: magia, espanto e admoestações
Prof. Dr. Wesley Oliveira Kettle (FAHIS-Ananindeua/UFPA)
Título: Paisagens do sertão como fronteira: relatos visuais da Amazônia setecentista

16:30 - 18:00
MESA 2: NATUREZA, PAISAGEM E MOVIMENTOS SOCIAIS
Prof. Dr. Eurípedes Funes (UFC)
Título: Trombetas, um rio no fio da navalha: terra de negros e conflitos socioambientais
Profª. Drª. Edilza Fontes (PPHIST/UFPA)
Título: A legislação agrária do Estado do Pará, a revolução de 30 e o Estado Novo: o debate sobre as terras devolutas, os castanhais e os seringais
Profª. Drª. Magda Ricci (PPHIST/UFPA) 
Título: Batalha dos sertões: as fronteiras enfrentadas pelos cabanos em suas lutas desiguais por liberdade e direitos no antigo Grão-Pará (1835-1840)

Sexta-feira, 09 de dezembro
08:30 - 10:00
MESA 3: FAUNA, PAISAGEM E EXPERIÊNCIA SENSORIAL
Prof. Dr. Mário Ferraro (UEG)
Título: História dos animais: a matança de aves silvestres para o aproveitamento comercial de suas penas (1860 -1914)
Prof. Dr. Diego Machado (UEPA)
Título: Esse "bípede miserável": o relato de Paul Marcoy sobre a exploração da tartaruga da Amazônia
Prof. Dr. Luis Otávio Airoza (FAHCTO/UFPA)
Título: Fauna e Sensorialidade na Amazônia Colonial de João Daniel 

10:00 - 11:30
MESA 4: NATUREZA, HISTÓRIA E CIÊNCIA: CONTRUINDO PAISAGENS
Prof. Me. Gabriel Pereira (IFRN; UFRJ)
Título: O fazer-se do Império brasileiro pelas águas de um rio: disputas pelo rio São Francisco entre 1848 e 1886
Profª. Drª. Leila Mourão (PPHIST/UFPA)
Título: Viagens científicas: o Brasil nas relações internacionais entre os séculos XVI e XVIII
Prof. Dr. Mauro Coelho (PPHIST/UFPA)

domingo, 20 de novembro de 2016

Seminário Amazônico de História e Natureza


O  Laboratório de História Ambiental (LABHAM/UFPA), tem a satisfação em convidar colegas pesquisadores a submeterem propostas de trabalho para o I Seminário Amazônico de História e Natureza. O evento acontecerá em Belém do Pará, entre os dias 07 e 09 de dezembro de 2016, na Universidade Federal do Pará /  campus universitário do Guamá. 

O Seminário abordará questões envolvendo a interação das sociedades humanas e o mundo natural. Interessa-nos discutir não apenas a Amazônia mas as mais diferentes  regiões da biosfera terrestre, em suas mais variadas temporalidades. O evento busca desenvolver um caráter interdisciplinar, portanto está aberto não apenas aos historiadores, mas  a pesquisadores de todas as áreas do conhecimento que investiguem a relação entre humanos e a Natureza. O idioma oficial deste seminário é o português, mas também aceitaremos trabalhos em espanhol. 


domingo, 6 de novembro de 2016

História ambiental no ENEM 2016

O debate sobre a relação entre as sociedade humanas e o mundo natural tem sido tema de muitas provas do Exame Nacional do Ensino Médio. A prova deste ano contou com o trecho de uma obra referência no campo da história ambiental. Trata-se de "Um sopro de destruição" de autoria do Prof. Dr. José Augusto Pádua (UFRJ).




Abordar sobre as visões humanas em relação ao mundo natural permite que os alunos reflitam não apenas sobre a história mas também que volte seu olhar para o debate sobre o meio ambiente, percebendo como essa discussão se desenvolveu ao longo do tempo. 

domingo, 18 de setembro de 2016

ST História e Natureza na ANPUH-PA

X Simpósio Nacional de História - ANPUH - PA
28 a 30 de novembro de 2016 - Belém - PA

Simpósio Temático 01: História, natureza e paisagens amazônicas
Coordenadores:
João Marcelo Babosa Dergan (Universidade Federal do Pará, campus Belém)
Wesley Kettle (Universidade Federal do Pará, campus Ananindeua)

Proposta:
Este simpósio pretende reunir trabalhos que investiguem as múltiplas interações entre os seres humanos e a Natureza na Amazônia, mediadas pelas relações sociais historicamente construídas, interpretadas por meio de diversas documentos históricos: manuscritos, orais, cartográficos, obras de arte, literários e cinematográficos, bem como sobre as possibilidades teórico-metodológicas que possam resultar para o ensino de história na Amazônia. Pretendemos desenvolver discussões sobre as transformações das paisagens amazônicas e seus impactos sociais, políticos, econômicos, culturais e ambientais, não apenas para a região, mas também em escala global. Propomos reunir temas que abordem estudos sobre a construção do território, das fronteiras, relatos sobre o mundo natural, a dinâmica da floresta, dos rios, do clima, do extrativismo, a exploração mineral e madeireira. Assim, compondo um painel que permita ampliar a compreensão sobre a história da Amazônia.

Submissão de trabalhos até 24.10.16

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Dossiê História ambiental e rural

Temos a satisfação de divulgar e a publicação do dossiê Historia Ambiental e Rural, da revista Historia: Debates e Tendencias, vinculada ao Programa de Pos-Graduacao em Historia da Universidade de Passo Fundo, organizado pelos professores Eunice, Ironita, Marcos.

Sumário:

Perfiles históricos de la Argentina rural: agro y política (1880-1970)
Noemí M. Girbal-Blacha

Gubernamentalidad, territorio y biopoder en los ´30: El Anuario Rural de la Provincia de Buenos Aires
Luis Ernesto Blacha, Emmanuel Cicirello

Transformaciones ambientales y producción agroforestal: El Gran Chaco Argentino en el siglo XX
Adrián Gustavo Zarrilli

Introdução de novas raças de gado no sul do Brasil (1870-1950)
Paulo Afonso Zarth

Entre a natureza ‘natural’ e a natureza ‘sonhada’: a propaganda de condomínios nas margens da represa Capivara, Rio Paranapanema, PR
Gilmar Arruda

Aportes de la cartografía histórica para una historia ambiental en Misiones, Argentina (1880-1980)
María Cecilia Gallero

Mediações em conflito na demarcação de áreas indígenas em região de colonização no norte do Rio Grande do Sul: dilemas e configurações
João Carlos Tedesco, Henrique Kujawa

O Brasil agrícola: o tortuoso e difícil “caminho da roça”
João Klug

Uma história ambiental da modernização da agricultura: o norte do Rio Grande do Sul
Marcos Gerhardt

sábado, 20 de agosto de 2016

Simpósio Nacional de Ciência e Meio Ambiente


O VII Simpósio Nacional de Ciência e Meio Ambiente – SNCMA, a realizar-se nos dias 24 a 27 de outubro de 2016, na cidade de Anápolis/Goiás, é um evento de divulgação científica organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente (PPSTMA) do Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA.

Os organizadores convidam pesquisadores, professores e alunos a participarem do debate que envolverá discussões sobre ciência, qualidade de vida, alimentação, legislação ambiental, bacia hidrográfica, biodiversidade, biotecnologia, resíduos sólidos, entre outras temáticas que estão interligadas as discussões multi e interdisciplinares das questões ambientais. Serão realizadas mesas redondas, conferências e apresentação de simpósios temáticos. Contribuições, reflexões, experiências relativas a essas temáticas são bem-vindas e consideradas como parte do processo de desenvolvimento das pesquisas científicas no Brasil.

O link do evento: http://mestrado.unievangelica.edu.br/sncma/2016/index.php?pg=home

quarta-feira, 6 de julho de 2016

História e Natureza no V Seminário de História e Historiografia

Estão abertas as inscrições para apresentações de trabalhos no V Seminário Internacional História Historiografia (nas modalidades comunicações em simpósios temáticos e apresentação de pôster de iniciação científica/PIBID). O evento será realizado no campus da UFPE, de 22 a 25 de novembro de 2016.

Destacamos também a mesa coordenada pelo professor Dr. Eurípedes Funes intitulada: História, Natureza e Cultura que contará com as seguintes intervenções:

Comunicação 1: Saberes e sabores na Amazônia: Comidas de nutrir, curar, alegrar e pensar.
Leila Mourão Miranda (UFPA)

Comunicação 2: Meio Ambiente e História: olhares transdisciplinares
Eurípedes Funes (UFC)

Comunicação 3: “Serra do Ororubá, um celeiro”: povos indígenas, secas e conflitos no “sertão verde”, o Semiárido pernambucano.
Edson Silva (UFPE)

Comunicação 4: Um balanço sobre os estudos de história ambiental no Ceará
Kenia Rios (UFC)

Detalhes sobre a mesa clique aqui

Também chamas atenção para o Simpósio Temático 10: Natureza e Cultura: territorialidades, trabalho e memória

Organizadores:
Eurípedes Funes (UFC)
Leila Mourão Miranda (UFPA)
Kênia Rios (UFC)
Edson Silva (UFPE)

Na dimensão da vida política e da vida social a História Ambiental confere atenção a diferentes níveis de aprofundamento teórico e empírico, temporalidades, fontes e perspectivas metodológicas. Os desafios da sustentabilidade, os movimentos sociais e as ameaças naturais no mundo contemporâneo são temáticas que estimulam os estudos no campo da História Ambiental. Neste sentido, a proposta deste Simpósio Temático envolve múltiplos objetos de investigação e relaciona os estudos das relações entre sociedade e natureza, desde a reconstrução do mundo natural até suas mais diversas representações e usos sociais, como discursos, práticas, tecnologias e ciências, percepções do mundo natural. Assim, os estudos apresentados devem de algum modo, compartilhar preocupação em pensar e relacionar, as formas de conhecimento e/ou saberes sobre o ambiente e as interações e/ou grau de intervenção na paisagem que o uso desse ambiente, especialmente como um recurso econômico, tem produzido.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Ensaios de imagens


Apresentação
Gianne Chagastelles

Os textos preparados para esta antologia se referem aos estudos sobre cidades. Apesar dos ensaios serem independentes, a escolha dos textos teve um critério básico: o uso das imagens como fonte, fossem elas fotografias, desenhos, charges, ilustrações, pinturas ou objetos estéticos ligados às experiências sensoriais. Estão aqui reunidos pesquisadores e professores de várias instituições, de diversos estados, de níveis diferenciados de titulação, e também, de distintas concepções metodológicas. Essa diversidade abre para diferentes olhares e percepções sobre a cidade, que é pensada como o espaço ˗ de sociabilidades, de encontros, de circulação ˗ que é apropriado pelas pessoas. Tais representações demonstram hábitos mentais, posicionamentos ideológicos, éticos e morais, resultantes de condições de interações e imposições, resistências e incorporações, destacando dessa maneira a atenção para as forças criadoras de habitus inerentes a cada grupo, em uma determinada época.
 Nesse contexto, a cidade começa a ser entendida como lugar de controle, codificação e regulação do conjunto de práticas sociais que nela se realizam, bem como da racionalização de seus espaços a serviço de um projeto global de organização social. A cidade comunica e informa seus processos. Reflete e é atravessada por representações e símbolos que traduzem hegemonias e contra-hegemonias. Max Weber e Sombart, Pirenne e Braudel são unânimes em apontar a centralidade do fenômeno urbano como sintoma e determinante das grandes transformações sociais, políticas, econômicas, culturais e psicológicas que vão marcar o Ocidente moderno. As cidades significam um novo padrão de sociabilidade, permitem novas relações políticas e econômicas, moldam novos costumes, sensibilidades, mentalidades. Trata-se de reconhecer que a cidade é dominação, como quer Braudel, capacidade de comando, espaço de exercício do poder; e muito mais é a cidade: é memória coletiva, no sentido de Halbwachs, é língua, é artefato, é índice do desenvolvimento histórico global. Há também um sentido econômico na realidade urbana. Werner Sombart vê a cidade como resultado da concentração de riqueza, como espaço formado pelo luxo, pelo consumo, pela busca da fruição do prazer.
Ao resgatar as paisagens mais representativas das cidades através das imagens, possibilita-se a construção de representações e significações que o espaço urbano contém. Acreditamos, ainda, que mediante seleção e interpretação dessas paisagens seja possível mapear possibilidades de reconhecer a cidade em seus múltiplos e dinâmicos significados históricos, e assim possibilitar ao cidadão exercitar a competência política e a capacidade de resistência. A coletânea apresenta-se, como seu título indica, com o propósito de estimular a renovação dos rumos da história das cidades, campo de estudos que tem crescido e despertado um interesse sem fronteiras nos últimos anos, seja no âmbito das ciências sociais, seja na história da arte. A cronologia não foi priorizada, pois buscamos uma sequência através das linhas de pesquisa – história cultural, história política e história da arte – e dos tipos de fontes e temáticas.
Na primeira parte do livro, destacam-se os ensaios ligados à história cultural que trabalham com fotografia, algumas vezes fazendo diálogo com outras fontes, como por exemplo, ilustrações, charges, música e história oral. Escrevi Um Rio frenético: o ambiente urbano e o lazer na era Vargas. Estou acompanhada nesse segmento do livro pelos artigos Cidade e imprensa – Belo Horizonte através das revistas ilustradas da primeira metade do século XX de Carla Corradi; e Às margens da linha do trem: representações imagéticas do subúrbio carioca de Andrea Vizzotto. 
Em Um Rio frenético, apresento uma leitura histórica sobre as práticas, complexas, múltiplas, diferenciadas de apropriação do lazer no Rio de Janeiro, na era Vargas. O texto propõe um poder de conversa entre as entrevistas com pessoas que vivenciaram o lazer na era Vargas, as fotografias e as charges de J. Carlos das revistas ilustradas que circulavam na cidade. Naquela época, surgia uma nova forma de lazer e de sociabilidade no Rio de Janeiro ˗ carnaval, banhos de mar, footings, esportes, prostituição e cocaína ˗ assim como também, um novo modo de vida e uma nova cidade que resultou das próprias transformações dos propósitos humanos diante das experiências da modernidade. A cidade espetacular e de lazer mostrava-se ao mundo, concorrendo com outras metrópoles. O ambiente da cidade se tornava cada vez mais abarrotado, caótico e estimulante, tanto pelo aumento da população urbana quanto pela intensificação da atividade comercial, a proliferação dos sinais, o acréscimo da densidade do trânsito nas ruas e das atividades de lazer oferecidas ao consumo. A cidade tornava-se hiperestimulante e hiperlotada, enfim, uma metrópole delirante, recreativa e frenética. Entretanto, mesmo nos momentos de lazer, persistia um intuito homogeneizador dos corpos, a normalização da disciplina dos indivíduos andava junto com a modernização da cidade, destacando assim a relação entre o lazer e as formas de controle do espaço e do corpo do sujeito na nova urbe, em que se operava uma expansão infinita da força e do vigor. 
Carla Corradi também descreve as transformações da cidade na primeira metade do século XX. Ela trabalha com fotografias e ilustrações das revistas em seu ensaio que tem como objetivo recuperar de certa forma o mercado do impresso na cidade. Ela discute as ideias entre tradição e modernidade da cidade de Belo Horizonte, através da relação intrínseca entre imprensa e cidade. Ela estuda como a cidade-capital foi representada em diversas revistas mineiras; e como o periodismo ilustrado produziu e disseminou sentidos sobre a cidade-capital dentro de um quadro de transformações técnicas e sociais. A autora ressalta que o conceito de cidade será considerado para além do espaço físico, pois os meios de comunicação criam novas formas de interação humana, dissociadas do ambiente físico-espacial. 
Andrea Vizzotto trabalha com o diálogo de fontes: música e fotografia. Discute a ideia de subúrbio na cidade do Rio de Janeiro na imagem oferecida pelas fotografias de Marcelo Feitosa e nos versos da poesia de Chico Buarque. Ela afirma que esse artigo não propõe a leitura paralela dessas duas expressões artísticas, mas uma conversa sobre esses diferentes olhares sobre a cidade. O que está em jogo em seu texto são profundas mudanças ocorridas na cidade, mais especificamente, no que se conhece como subúrbio carioca. A autora ressalta que seu ensaio versa sobre a cidade na produção musical de Chico Buarque, que como um cronista não só descreve o cotidiano, como também a ele acrescenta a subjetividade do narrador que observa e vivencia, aproximando-se do fato que narra. A autora propõe uma abordagem onde a fotografia é trabalhada como uma expressão artística que interpreta, cria e constrói realidades. Em relação às canções, a discussão pretende ir além das representações para discutir também a sua circulação social e presença na cidade e no imaginário popular. O subúrbio que Vizzotto problematiza não trata-se do entorno da cidade frequentado por classes sociais mais abastadas, mas refere-se às localidades proletárias e pobres que margeiam a linha ferroviária. 
A preocupação com os menos favorecidos economicamente e com estudos de cunho político presentes no ensaio de Vizzotto aparece de outras maneiras nos ensaios O olhar artístico do PCB sobre as favelas cariocas no Tribuna Popular (1945-1947) de Karina Pinheiro; O movimento estudantil da transição nas imagens da cidade de Gislene Lacerda; e Disputas por espaço na paisagem: experiências e trajetórias de artistas de rua na história recente de Florianópolis de Débora Daniel.
Karina Pinheiro estuda como uma imagem das favelas cariocas foi criada pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) através das artes plásticas, especificamente das ilustrações veiculadas no jornal Tribuna Popular, ligado ao partido. São desenhos que mostram o ambiente, os barracos, as dificuldades do cotidiano das pessoas que sobreviviam nestas áreas precárias na cidade do Rio de Janeiro. A autora ressalta que a década de 1940 foi marcada pelo grande aumento da população pobre na cidade e, consequentemente, na extensão e criação de favelas. Estes espaços foram ocupados na região central da cidade e na zona sul. Buscava-se estar próximo ao trabalho. No entanto, as condições de moradia eram extremamente precárias: faltavam estrutura e serviços públicos mínimos para a sobrevivência digna desta população. As providências tomadas pelo poder público seriam a remoção das favelas das áreas que passaram a se valorizar, como o entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, por exemplo. Desta forma, apesar de toda dificuldade do cotidiano dessas pessoas, o governo primava pela manutenção dos privilégios da elite econômica que expandia seus empreendimentos imobiliários. Nessa perspectiva, Pinheiro problematiza o contexto no qual estas ilustrações são produzidas e a relação com a atuação do PCB e do poder público na vida dos moradores, ou seja, abarcar os possíveis sentidos destas representações na cidade. 
Assim como Pinheiro, Gislene Lacerda desenvolve um ensaio ligado à esquerda política. Lacerda ressalta que o seu artigo busca analisar a cidade de São Paulo como espaço de mobilização política do movimento estudantil no ano de 1977, através das imagens produzidas por fotógrafos de jornais de grande circulação que, a partir de sua lente e seu prisma, captaram formas de ver a cidade como espaço de prática social e onde uma nova cultura política se construía a partir da ocupação das ruas por uma geração de estudantes que desempenhou grande protagonismo no processo de transição democrática (1974 – 1985) vivido no Brasil. O AI-5 de 1968 marca o silenciamento das vozes das ruas acompanhado pelo medo, controle e repressão. Entretanto, 1977 rompeu com este silêncio e marcou a retomada das ruas das cidades como espaço de mobilização social. O primeiro momento desse movimento, protagonizado pelo movimento estudantil paulistano, consistiu na realização de uma passeata no dia 30 de março, com a participação de cerca de cinco mil estudantes que saíram de dentro dos muros da USP e seguiram até o Largo de Pinheiros. As imagens de fotojornalismo registram a ousadia estudantil expressa na faixa, levada à frente da passeata, com os dizeres “Pelas Liberdades Democráticas” e apresentam o olhar do fotógrafo para o confronto, indicando as disputas de diferentes grupos na cidade. A violência da ditadura, antes ocorrida de forma “silenciosa” e mascarada, passou a ser levada para a esfera pública e apresentada frente ao confronto registrado e divulgado em imagens do fotojornalismo.
Débora Daniel problematiza as disputas entre grupos sociais, políticas de preservação da memória e convenções estipuladas pelo poder do que seja arte pública. Ela discute o lugar que artistas de rua vêm ocupando na história recente de Florianópolis, a partir de suas experiências, trajetórias e desejos que foram e são atravessados por disputas com o poder público por espaços na paisagem da cidade. Ela mostra como a questão do projeto urbano de Florianópolis se confronta com o conceito de arte pública, pois segrega do espaço urbano certos atores considerados indesejados. Estando estes atores em sua maioria ligados à arte de rua, seja na produção de peças artesanais ou na execução de arte circense, o artigo questiona tanto o que é arte pública para os gestores municipais como o lugar que a mesma ocupa na imagem desejada da cidade. No caso específico de Florianópolis, a autora lembra que sob a justificativa de ordenação do espaço urbano, a prefeitura proibiu a apresentação de malabaristas nos semáforos da cidade. Conforme afirmaram, à época, os gestores municipais, a medida foi tomada com a finalidade de limpar a cidade e dotá-la de noção de organização administrativa. Através da análise de fotografias de obras de arte, articulada à legislação municipal e aos depoimentos de artistas, a autora pretende mostrar as disputas em relação ao conceito de arte pública e o resultado estético das medidas proibitivas da prefeitura na paisagem urbana.
O livro traz também um segmento com ensaios mais diretamente ligados às artes visuais: Sobre livros e labirintos - Arte e narrativa nas obras públicas e coletivas de Lygia Pape, Amelia Toledo e Hélio Oiticica, de Daniela Name; e Viagens de artistas e o trânsito das pinturas de paisagem no início do século XX, de Moema Alves. 
Daniela Name desenvolve um ensaio sobre as obras públicas e coletivas de Lygia Pape, Amelia Toledo e Hélio Oiticica que, segunda a autora, se relacionam com uma noção de narrativa e literatura, especialmente a partir do convite à experiência do observador em formas orgânicas (ovos, teias), espirais e labirintos. Ela ressalta que as espirais e os labirintos, tão presentes na trajetória destes três criadores, se aproximam de uma noção de biblioteca, e da capacidade infinita que elas têm de sobrepor camadas de informação e de percepção. Diz ela: “como as bibliotecas, labirintos não são lugares, são experiências”. Seu texto discorre sobre as obras destes artistas que mantêm diálogo constante com a cidade, caso do penetrável Magic Square, de Oiticica, que tem versões no Museu do Açude, no Rio de Janeiro, e no Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais. Ela escreve que esta obra pode ser síntese do desejo de Oiticica de levar a experiência da cor para o espaço e de emular o labirinto das ruas estreitas das favelas cariocas. O texto também problematiza as intervenções de Amelia Toledo para as estações de metrô Brás, em São Paulo, e Cardeal Arcoverde, no Rio de Janeiro, além do conjunto de esculturas Sete Ondas e o Parque das Cores do Escuro, que estão no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Name lembra que estes trabalhos levam para a escala monumental elementos reincidentes não apenas na trajetória da própria Amelia, mas de toda a sua geração. A terceira artista que Name estuda é Lygia Pape. Ela explica que as noções de teia e do ato de tecer percorrem muitas das obras da artista, como a experiência e a série de gravuras Tecelares e a instalação Tteia. Name ressalta que Lygia criou uma série de trabalhos experimentados coletivamente ao ar livre, caso de Ovo e Divisor.
Moema Alves também trabalha com as artes visuais, porém em seu ensaio procura, a partir dos estudos de caso de viagens feitas pelos pintores Antonio Parreiras e Francisco Aurélio de Figueiredo por diferentes cidades do Brasil, problematizar como, através da imagem e de seu trânsito, essa paisagem brasileira, entendida num sentido amplo, de vistas, cidades e natureza, sempre tão diversificada, era conhecida e apresentada nas diversas regiões do país. A autora busca ressaltar aquelas imagens que representam as cidades e o urbano. Alves defende que, se a partir da instauração da República travou-se um debate sobre o reconhecimento de uma arte nacional e de disputas por novos mercados, essa disputa levou muitos artistas brasileiros a investirem em viagens pelo país em busca de compradores para suas obras e reconhecimento para seu trabalho. A partir, então, desse trânsito de artistas, passamos a ter maior trânsito também de imagens e, consequentemente, como estilo de pintura bastante valorizado à época, de paisagens.
O livro contempla ainda uma parte ligada à cultura da moda que pode ser vista através do ensaio: Fluxos Visuais: as narrativas entre modas e modos dos cariocas de Copacabana de Christiane Arcuri. A autora desenvolve um artigo que versa sobre os fluxos visuais no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Seu texto volta-se às narrativas imagéticas intermitentes no espaço da cidade - das modas nas vitrines das lojas aos modos do comportamento dos moradores de Copacabana. A autora, que acabou de se mudar para o bairro, se coloca como turista tentando desvendar as imagens e identidades que são construídas sobre o carioca copacabanense. Ela trabalha com imagens estereotipadas expostas nas vitrines em que os designers deslocam fragmentos das ruas do bairro, como por exemplo, ondas das calçadas da praia de Copacabana e coqueiros, e até fragmentos que não são do bairro, mas que ajudam a criar a ideia do que é ser carioca, como o Pão-de-açúcar e o Cristo Redentor, formando uma cidade imaginária e fantástica dentro de suas caixas expostas. Apesar de toda a diversidade social, econômica e cultural do bairro, as vitrines analisadas exportam para os turistas um fluxo de imagens homogeneizadas e clichês que formam a moda carioca de Copacabana. A autora ressalta que a moda é avaliada como um código imagético, um conjunto de representações coletivas ou um sistema de linguagem visual que contribui para decifrar significados e inúmeras interpretações subjetivas. Percebe-se como determinados objetos estéticos engendram os processos narrativos absorvidos por diferentes classes sociais e grupos culturais de faixas etárias díspares, apesar de pertencerem ao mesmo bairro.
Apostando na diversidade de temas, Ensaios de imagens: cidades reúne um time de pesquisadores preocupados em levantar questões, problematizar e enriquecer a reflexão e perspectivas dos leitores sobre as cidades; atendendo aos anseios dos estudiosos, ou interessados nas questões das cidades, traz, portanto, textos inéditos e esclarecedores sobre esse tema. 

segunda-feira, 27 de junho de 2016

ANPUH 2017

CRONOGRAMA

15/08/2016: Data prevista para inauguração do site do SNH 2017.

14/10/2016: encerramento do prazo para inscrição de propostas de Minicursos e Simpósios Temáticos. Os Simpósios Temáticos podem ter até dois coordenadores, mas somente um será financiado pela ANPUH;

16/11/2016: divulgação do resultado das avaliações das propostas de Simpósios Temáticos e Minicursos;

06/03/2017: prazo final para inscrição de apresentação de trabalhos nos Simpósios Temáticos;

07/03/2017 a 07/04/2017: avaliação das propostas para apresentação nos Simpósios Temáticos;

11/04/2017: divulgação do resultado das avaliações dos trabalhos a serem apresentados nos Simpósios Temáticos;

14/07/2017: prazo final para inscrição nos Minicursos.

Atenciosamente,

Comissão Organizadora do XXIX Simpósio Nacional de História

domingo, 19 de junho de 2016

As tartarugas e a Amazônia nos tempos do império

Spix e Martius, Escavação e preparo dos ovos de tartaruga. In: Viagem pelo Brasil.

O Laboratório de História Ambiental - UFPA convida para a palestra:

"Rude, imprevidente e sem método: aspectos da crítica ambiental nos discursos imperiais sobre o extrativismo animal da tartaruga da Amazônia", que será proferida pelo prof. Msc. Diego Ramon Silva Machado (UEPA).

Resumo
No norte do império do Brasil a crítica ambiental sobre a indústria extrativista animal foi marcada por uma série de discursos de presidentes das províncias do Pará e Amazonas, relatores de viagem, deputados, intelectuais e legisladores que fizeram considerações enfáticas sobre o assunto. A sensibilidade destes sujeitos históricos na Amazônia é identificada constantemente durante o reconhecimento dos recursos naturais disponíveis na região, o estimulo à agricultura local e estabelecimento de normas de controle sobre a coleta dos recursos naturais às margens dos rios, lagos e praias amazônicas, sendo estes mais contundentes quando se tratou do caso da pesca do peixe boi, pirarucu, tartaruga da Amazônia e a coleta dos seus ovos para a produção da manteiga de tartaruga. Grande parte desta crítica é encontrada nos documentos oficiais tais como relatórios dos presidentes da província, roteiros de viagem de vapores para reconhecimento ou exploração de rios, mapas comerciais de exportação importação, balanços da fazenda e numa coleção de leis elaboradas naquele período, além de serem encontrados também em obras escritas e artigos de personagens como Barão de Sant'anna Nery, José Veríssimo e João Martins da Silva Coutinho. Sendo assim, a presente comunicação pretende discutir a construção da crítica ambiental sobre a tartaruga da Amazônia, um destes recursos naturais mais explorados nas localidades do rio Amazonas e seus tributários, abordando os diagnósticos, argumentações, opiniões e posicionamentos sobre seus extrativismo e tentativas de controle em relação ao declínio da espécie, desde 1839, momento da primeira lei de regulação da pesca destes animais, até 1881, quando várias praias da Província do Amazonas tiveram a atividade de produção da manteiga dos ovos de tartaruga e captura das fêmeas proibidas.


A exposição do palestrante será baseada em um de seus capítulo em formação que fará parte de sua sua tese de doutoramento que pode ser lida clicando aqui. O capítulo também está disponível na xerox do bloco B na UFPA (bloco de história). Após a fala do prof. Diego, teremos a oportunidade de debater o capítulo apresentado.

Data: 23 de junho de 2016
Horário: 14:00
Local: Prédio do laboratório de história (PPHIST-UFPA)
Haverá emissão de certificado ao final do semestre. Não é preciso inscrição prévia.

Informações: labham.ufpa@yahoo.com

Sobre o palestrante

Diego Ramon Silva Machado

Professor da Universidade do Estado do Pará (UEPA), desde 2012, onde atua nas disciplinas de história e epistemologia da ciência para os cursos de ciências naturais e história da mesma instituição. É doutorando do programa de pós-graduação em história da ciência e da saúde da Casa de Osvaldo Cruz (COC), orientado pela Professora Magali Romero Sá. Ultimamente tem desenvolvido pesquisa no âmbito da história da ciência e epistemologia do conhecimento científico  em interface com o ensino de ciências, história das instituições cientificas e história ambiental, com ênfase nas história da prática extrativa animal na Amazônia.

domingo, 12 de junho de 2016

Laboratório de história ambiental UFPA recebe prof. Diogo Cabral

No ultimo dia 09 de junho, realizamos a abertura das atividades deste semestre do Laboratório de História Ambiental - UFPA. A discussão aconteceu em torno do artigo "O Brasil é um grande formigueiro': território, ecologia e a história ambiental da América portuguesa" de autoria do prof. Dr. Diogo Cabral (Geógrafo da Coordenação de Geografia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Um dos alunos fazendo uma pergunta ao prof. Diogo


Estavam presentes graduandos, pós-graduandos e professores que tiveram a oportunidade de ouvir o professor Diogo Cabral em tempo real por meio de vídeo conferência. Além de escutarmos atentamente sua apresentação pudemos debater com o autor abrindo para que os participantes perguntassem sobre o tema em questão. 


Um dos pontos mais importantes discutidos foi a importância de desenvolvermos narrativas históricas para além do antropocentrismo, atentando para a importância de compreendermos a construção da ideia de território como um processo que envolve agentes humanos e não-humanos. 


O evento ocorreu no CTIC-UFPA


O laboratório de história ambiental - UFPA contará neste semestre com discussões sobre a relação história e o mundo natural, trazendo para o debate pesquisas que se debruçam sobre essa perspectiva. A proposta também consiste no diálogo interdisciplinar com o objetivo de ampliar a perspectiva histórica.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

O Brasil é um grande formigueiro: território, ecologia e a história ambiental da América portuguesa (parte 1)

Cabral, Diogo de Carvalho . 'O Brasil é um grande formigueiro': território, ecologia e a história ambiental da América portuguesa, parte 1. Historia Ambiental Latinoamericana y Caribeña (HALAC) , v. 3, p. 467-489, 2014.

Resumo:
Neste artigo compósito, proponho uma leitura não-antropocêntrica da história territorial brasileira. Na Parte I, procuro reconstruir teoricamente o conceito de território de modo a ‘subjetificar’ toda e qualquer coisa terrena, descentrando a agência histórica. Para isso, sugiro encarar o território como um campo vital contínuo (i.e., sem ‘buracos’), diversificado e todo-abrangente de que os seres humanos participam, como condição necessária de sua existência terrena. A partir dessa perspectiva, estar no território significa ‘vibrar’ na mesma faixa de frequência vital dos outros seres e coisas naturais, influenciando suas atividades e sendo influenciado por elas. Desenvolvida essa teoria, passo a utilizá-la, na Parte II do artigo, para a construção de uma breve narrativa acerca do encontro e das adaptações recíprocas entre florestas costeiras, ameríndios, colonos neoeuropeus e formigas cortadeiras, durante a colonização portuguesa. A título de conclusão, ressalto o contraste entre a atitude ‘dialogal’ e a atitude ‘colonial’ com que ameríndios e neoeuropeus, respectivamente, participavam dos encontros ecológicos, mais-do-que-humanos, que proponho chamar de territórios. (parte 1: publicada em HALAC, v.3, n. 2, mar-ago 2014).

O autor:
Geógrafo da Coordenação de Geografia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Possui graduação em Geografia (2004), mestrado em História Social (2007), e doutorado em Geografia (2012) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem atuado nas áreas de História Ambiental, História Regional, Ecologia Aplicada e Geografia Humana/Ambiental.
Informações coletadas do Lattes em 28/02/2016


Notícia
Na abertura das atividades do Laboratório de História Ambiental - UFPA - 2016/2, que acontecerá no dia 09 de junho de 2016, às 14:00, no CTIC (ufpa - campus Guamá - prox. ao hangarzinho) teremos como base para discussão o texto em destaque nessa postagem. O prof. Dr. Diogo Cabral conversará com o grupo por meio de videoconferência. As vagas são limitadas.
Inscrição:
Enviar os seguintes dados para o email labham.ufpa@yahoo.com 
Nome
Telefone
Instituição

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Golpe ? Traição ? Oswald de Andrade explica o Brasil

Sobre os episódios que estremecem nossa república, lembrei dos versos de Oswald de Andrade, que explica:

"O Sul-Americano Calabar

Torcida indígena a favor de um imperialismo "civilizador". Leitor pequeno-burguês, não será você?
No Brasil há duas correntes de opinião: os que acreditam que a guerra holandesa acabou e os que sabem perfeitamente que ela continua, através de fundings, empréstimos e tomadas de poder por este ou aquele grupo calabarista."


Oswald de Andrade está se referindo a Domingos Fernandes Calabar (1609 — 1635), senhor de engenho na capitania de Pernambuco, aliado dos holandeses que invadiram o nordeste brasileiro. 


terça-feira, 26 de abril de 2016

Encontro da Sociedade Americana de História Ambiental (ASEH 2017)

Encontro da Sociedade Americana de História Ambiental com o tema "Winds of change: global connections across space, time and nature" que acontecerá em Abril de 2017.
Para informações clique aqui



 


sexta-feira, 22 de abril de 2016

Solos frágeis: caracterização, manejo e sustentabilidade

Solos frágeis: caracterização, manejo e sustentabilidade

CASTRO, S. S. de; HERNANI, L. C. (Ed.). Solos frágeis: caracterização, manejo e sustentabilidade. Brasília, DF: Embrapa, 2015. 367 p. il. color.

Autoria: CASTRO, S. S. de; HERNANI, L. C.

Resumo: Fragilidade de solos: uma análise conceitual, ocorrência e importância agrícola para o Brasil; Identificação e mapeamento de solos frágeis no Município de Mineiros, GO; Levantamento e caracterização de solos frágeis no Município de Luís Eduardo Magalhães, BA; Mapeamento convencional e digital de classes de solos desenvolvidos de arenitos em Microbacia Hidrográfica em Botucatu, SP; Contribuição ao estudo de solos frágeis na Região Semiárida, Petrolina, PE; Potencial natural de erosão e geotecnologias para a classificação de capacidade de uso dos solos; Dinâmica da fertilidade em solos frágeis; Comportamento de nutrientes em solos frágeis sob cultivo de cana-de-açúcar na região de Mineiros, GO; Atributos de um Neossolo Quartzarênico sob mangueira irrigada e sob vegetação de Caatinga ? estudo comparativo em Petrolina, PE; Mudanças no uso e impactos da expansão canavieira sobre solos frágeis no Sudoeste Goiano; Avaliação da expansão recente da cana-de-açúcar em solos frágeis na microrregião Vale do Rio dos Bois, GO; Compartimentação morfopedológica aplicada à distribuição de padrões espaciais de processo erosivo em solos frágeis; Município de Mineiros, GO; Funções de uso e indicadores de sustentabilidade; casos de expansão sucroalcooleira no Sudoeste de Goiás; Cenários para expansão da cana-de-açúcar no Sudoeste Goiano ? estudo de caso de Mineiros.

Ano de publicação: 2015
Tipo de publicação: Livros
Unidade: Embrapa Solos
Palavras-chave: Agricultura sustentável, Classificação do solo, Manejo do solo, Reconhecimento do solo, Recurso natural, Solo, Solos frágeis

sábado, 16 de abril de 2016

Destruição e conservação em debate: história ambiental do Brasil


Chamada para comunicações   

Workshop  “Destruição e conservação em debate – história ambiental do Brasil em uma perspectiva pluridisciplinar e transnacional”  -  13 e 14 de outubro no Centre Alexandre Koyré (EHESS), Paris, França

Desde a invasão europeia em 1500 o vasto território chamado Brasil é associado à imagens de uma natureza tropical exuberante, gerando fascinação e ganância. Embora o Brasil abrigue a maior biodiversidade do mundo, ele sofre de uma reputação de vilão ambiental, sobretudo devido as taxas elevadas de desmatamento que chamam a atenção da mídia internacional desde o final da década de 1970.

Apesar da existência de muitos estudos sobre o meio-ambiente na América Latina feitos por economistas, antropólogos e geógrafos, a história ambiental do Brasil só emerge recentemente enquanto disciplina acadêmica. No entanto, a historiografia brasileira articulou desde muito cedo a análise da construção da nação, da identidade e da raça com as representações e transformações da natureza. Euclides da Cunha, no começo do século 20 por exemplo, argumentava (de uma maneira um tanto determinista) da influência do meio natural no caráter nacional. Desde então outros autores “clássicos” se apropriaram dessa questão tentando criar uma narrativa nacional que não deixava de lado o espaço tropical, o clima e a diversidade natural, como Capistrano de Abreu, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Junior.

Até recentemente, os efeitos de uma economia de pilhagem, perpetrada primeiramente pelos poderes coloniais e depois pelo Estado e por empresas multinacionais, dominaram as histórias ambientais do Brasil e da América Latina. Ainda que essas narrativas sejam baseadas em um quadro interpretativo que possui fortes implicações políticas, elas tendem a negligenciar as análises sobre como as populações locais usam e representam o meio natural com o qual interagem. Além disso, ao atribuir a função de agentes históricos apenas aos atores humanos, a história feita sobre o meio ambiente do Brasil, acaba muitas vezes veiculando uma concepção pessimista onde a fauna, flora, paisagem e o clima são perpétuas vítimas da expansão capitalista. Nos trabalhos recentes essa narrativa declinista tem sido posta de lado e emergem leituras mais complexas. Através de uma análise mais matizada da experiência do país, estudos recentes têm apontado tendências de destruição descontrolada, mas também uma forte tradição brasileira de crítica conservacionista, alinhada à poderosas narrativas nacionais.

Um terreno menos explorado nesses trabalhos é a dimensão internacional da história ambiental brasileira. Em áreas transnacionais como a Amazônia ou os Pampas, as identidades coletivas baseadas no meio ambiente regional são muito importantes e por isso uma maior exploração das dinâmicas socioambientais que existem na América do Sul é necessária. Igualmente, necessitamos colocar a história ambiental brasileira em perspectiva com experiências de outras regiões e países do mundo. Por exemplo, alguns autores sugeriram que a cultura brasileira, sob alguns aspectos, mostra uma consciência ambiental excepcional comparada com outros países tropicais, mas faltam estudos comparativos para apoiar ou rejeitar essas ideias. A questão das responsabilidades compartilhadas de países europeus na degradação de ambientes tropicais também foi pouco tratada. Da mesma maneira, as ligações com o resto do mundo para a exploração, transformação, gestão e negociação da natureza brasileira é uma área com poucos estudos, apesar do grande foco que existe em alguns recursos, como a borracha. A história ambiental ainda não explorou de maneira exaustiva a circulação de animais, plantas e minerais além das fronteiras brasileiras. Ainda que as temáticas sobre o meio ambiente e a natureza tenham sido tratadas em diversas pesquisas europeias sobre o Brasil, seja na sociologia rural, na antropologia, na história das ciências ou na economia, como atestam as teorias de ecodesenvolvimento de Ignacy Sachs, os(as) historiadores(as) do Brasil da Europa tem se mantido longe dessa discussão.

Esse workshop busca discutir as perspectivas atuais e futuras da história ambiental brasileira no sentido amplo do termo: incluindo estudos sobre as representações, políticas e mudanças materiais produzidas pela interação entre humanos e não humanos. Convencidos que apenas um esforço pluridisciplinar pode ajudar a pesquisa acadêmica a responder aos desafios climáticos e ambientais que enfrentamos, esse evento será também um espaço de diálogo entre pesquisadores(as) de diversos horizontes científicos.

Propostas para comunicações orais de aproximadamente 300 caracteres devem ser escritos em francês ou em inglês e enviados juntamente com uma breve biografia do autor, de preferência em formato Word, para: workshop.histenvdubresil@gmail.com . O prazo final é o dia 28 de maio de 2016.

Informações adicionais:

Esse evento resultará em uma publicação coletiva. Para isso, após o workshop os participantes serão convidados à submeter uma contribuição que será reavaliada por um comitê científico.

Os organizadores estão explorando diferentes possibilidades de financiamento para a participação de pesquisadores de fora de Paris. Se os(as) candidatos(as) não tem possibilidades de financiamento em suas instituições, por favor, informar em suas propostas. Infelizmente não poderemos financiar voos intercontinentais.

Questões podem ser endereçadas à :

Antoine Acker – International Research Group Environmental Humanities – University of Turin – antoine.acker@unito.it
Nathalia Capellini – Centre d’Histoire Culturelle des Sociétés Contemporaines – University of Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines – nathalia.capellini@uvsq.fr


Com o apoio das seguintes instituições:
European Society for Environmental History
Centre d’Histoire Culturelle des Sociétés Contemporaines de l’Université de Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines
Centre de Recherches sur le Brésil Contemporain de l’EHESS
Agence Nationale de la Recherche à travers le Projet «  CAT-NAT »
Association pour la Recherche sur le Brésil en Europe

Centre Alexandre Koyré de l’EHESS