domingo, 19 de junho de 2016

As tartarugas e a Amazônia nos tempos do império

Spix e Martius, Escavação e preparo dos ovos de tartaruga. In: Viagem pelo Brasil.

O Laboratório de História Ambiental - UFPA convida para a palestra:

"Rude, imprevidente e sem método: aspectos da crítica ambiental nos discursos imperiais sobre o extrativismo animal da tartaruga da Amazônia", que será proferida pelo prof. Msc. Diego Ramon Silva Machado (UEPA).

Resumo
No norte do império do Brasil a crítica ambiental sobre a indústria extrativista animal foi marcada por uma série de discursos de presidentes das províncias do Pará e Amazonas, relatores de viagem, deputados, intelectuais e legisladores que fizeram considerações enfáticas sobre o assunto. A sensibilidade destes sujeitos históricos na Amazônia é identificada constantemente durante o reconhecimento dos recursos naturais disponíveis na região, o estimulo à agricultura local e estabelecimento de normas de controle sobre a coleta dos recursos naturais às margens dos rios, lagos e praias amazônicas, sendo estes mais contundentes quando se tratou do caso da pesca do peixe boi, pirarucu, tartaruga da Amazônia e a coleta dos seus ovos para a produção da manteiga de tartaruga. Grande parte desta crítica é encontrada nos documentos oficiais tais como relatórios dos presidentes da província, roteiros de viagem de vapores para reconhecimento ou exploração de rios, mapas comerciais de exportação importação, balanços da fazenda e numa coleção de leis elaboradas naquele período, além de serem encontrados também em obras escritas e artigos de personagens como Barão de Sant'anna Nery, José Veríssimo e João Martins da Silva Coutinho. Sendo assim, a presente comunicação pretende discutir a construção da crítica ambiental sobre a tartaruga da Amazônia, um destes recursos naturais mais explorados nas localidades do rio Amazonas e seus tributários, abordando os diagnósticos, argumentações, opiniões e posicionamentos sobre seus extrativismo e tentativas de controle em relação ao declínio da espécie, desde 1839, momento da primeira lei de regulação da pesca destes animais, até 1881, quando várias praias da Província do Amazonas tiveram a atividade de produção da manteiga dos ovos de tartaruga e captura das fêmeas proibidas.


A exposição do palestrante será baseada em um de seus capítulo em formação que fará parte de sua sua tese de doutoramento que pode ser lida clicando aqui. O capítulo também está disponível na xerox do bloco B na UFPA (bloco de história). Após a fala do prof. Diego, teremos a oportunidade de debater o capítulo apresentado.

Data: 23 de junho de 2016
Horário: 14:00
Local: Prédio do laboratório de história (PPHIST-UFPA)
Haverá emissão de certificado ao final do semestre. Não é preciso inscrição prévia.

Informações: labham.ufpa@yahoo.com

Sobre o palestrante

Diego Ramon Silva Machado

Professor da Universidade do Estado do Pará (UEPA), desde 2012, onde atua nas disciplinas de história e epistemologia da ciência para os cursos de ciências naturais e história da mesma instituição. É doutorando do programa de pós-graduação em história da ciência e da saúde da Casa de Osvaldo Cruz (COC), orientado pela Professora Magali Romero Sá. Ultimamente tem desenvolvido pesquisa no âmbito da história da ciência e epistemologia do conhecimento científico  em interface com o ensino de ciências, história das instituições cientificas e história ambiental, com ênfase nas história da prática extrativa animal na Amazônia.

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