segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Natureza e história na Amazônia Colonial no laboratório de história e ecologia

As atividades do Laboratório de História e Ecologia - UFRJ do II semestre iniciam no próximo dia 02 de Outubro às 14h00 com o tema "Natureza e história na Amazônia colonial: o tempo das demarcações de limites (1750-1799)" por Wesley Kettle. Apresentarei algumas reflexões resultantes da pesquisa que desenvolvo sob a orientação do professor doutor José Augusto Pádua.

Mais informações, inclusive um texto que preparei como base para discussão, podes encontrar no website do laboratório clicando aqui

Resumo da apresentação

Em 1750, foi assinado pelos reis espanhol e português o Tratado de Madri com o objetivo de resolver os problemas envolvendo as fronteiras de seus domínios na América. Foram contratados e enviados para esse território homens de ciências capazes de realizar os trabalhos das demarcações de limites. Nossa pesquisa tem como objetivo investigar as visões de natureza dos personagens que participaram dessa tarefa, como astrônomos, desenhadores, engenheiros, clérigos, ouvidores, secretários, entre outros que percorreram a bacia hidrográfica do Amazonas como membros de expedições, descimento de índios ou mesmo coleta de drogas do sertão. Nesta apresentação pretendemos analisar esse contexto na perspectiva da história ambiental, percebendo esses sujeitos em interação com o mundo natural do Vale Amazônico.

Calendário do Laboratório

16 de outubro - SOLCHA - NÃO HAVERÁ REUNIÃO

30 de outubro - Mark Stoll (título a combinar)

13 de novembro - José Augusto Pádua - O Dilema do Berço Esplêndido: o Brasil na História do Antropoceno

27 de novembro - Felipe Süssekind (PUC-Rio/ CAPES/FAPERJ)  Os Desaparecidos do Antropoceno,

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Descendo o morro da vó Salvelina: taca-lhe pau Marcos!

Pedrinho, o personagem de Monteiro Lobato, conheceu o Reino das Águas Claras no terreno de sua Vó, a Dona Benta. Foi descalço, correndo pra lá e pra cá que vivia incríveis aventuras com Emília e o Visconde de Sabugosa. O post de hoje é inspirado em um dos vídeos mais acessas das ultimas semanas, que você pode ver aqui abaixo. Trata-se de uma narração empolgada e empolgante da performance do piloto Marco descendo o morro da vó Salvelina.



Leandro e Marcos Martinelli, os protagonistas do vídeo, me fizeram pensar como é bom e saudável brincar no campo e como isso tem sido mais raro diante de tanto eletroeletrônicos invadindo as residências. As aventuras de Pedrinho e Narizinho também aconteceram descendo morros, com os pés sujos de barros, rolando pela grama.

É o carrinho de madeira que me fez escrever o posto de hoje. Parece-me uma cena contra tudo o que conhecemos nas grandes cidades. Meninos brincando ao ar livre, carros livres de congestionamentos e divertindo gente, brinquedos rústicos e o até o som de passarinhos ao fundo. É aí que encontramos a felicidade, nas coisas simples, na interação com a natureza, ao ar livre.

Marcos, Leandro, Pedrinho, Dona Benta e a vó Salvelina estão cada vez mais raros em nosso dia-a-dia. Deixamos de experimentar essas aventuras em alta velocidade muito pela falta do contato com esse chão de terra. Outro lado dessa história é que a indústria automobilística já contratou Leandro para participar de comerciais vendendo seus infinitos carros que mal podem trafegar pelos engarrafamentos.

Quis dividir convosco essa saudade de descer correndo um barranco, imaginar aventuras incríveis com os pés sujos de barro. Por menos tablets, aparelhos celulares, menos televisão e computadores. A criatividade está na contemplação do horizontes, em construir brinquedos mágicos que nos levem aonde nossa imaginação permitir! Taca-lhe pau marcos! Taca-lhe pau!

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

"A natureza invade a cidade": onde estão as plantas e animais?


O que se quer no fim do dia é terminar esparramado em uma grama falando dos sonhos. Pois bem, o fim da tarde foi quase assim. Terminei esparramado em um tapete verde que imitava grama. Fui assistir a instalação audiovisual montada pelos artistas Ygor Marotta e Ceci Soloaga na Caixa Cultural (RJ) com o título "A natureza invade a cidade", que fica em cartaz até o dia 28 de setembro.

A instalação conta a trajetória de uma menina e seu gato que fora vagando pela cidade se deparam com pensamentos que nos levam a refletir sobre a escassez de plantas e animais nos espaços públicos dos grandes centros urbanos. A dupla destaca os elementos que infelizmente compõem o cotidiano dos moradores das cidades: policiais, bandidos, carros, desigualdade social e a tv que muitas vezes nos distrai para pensar sobre essa realidade.

A menina e seu gato vagueiam por outras dimensões encontrando elementos que faltam a cidade, como árvores, lagos, indígenas, pássaros, a espiritualidade, cores, e tudo que realmente tornaria o cinza das cidades menos agressiva e opressiva. Uma instalação com poesia visual e uma discussão de fundo bastante pertinente hoje. Vale a pena conferir!!!

domingo, 7 de setembro de 2014

Animais divinos no Louvre: natureza no Egito Antigo

Todos que visitam o Museu do Louvre, em Paris, sabem que é muito difícil dar conta de tudo. Comigo não foi diferente. Decidi não visitar a parte das esculturas (olha que eu cheguei cedo). De todas as secções, a que apresenta os artefatos da mesopotâmia foi o que mais gostei. O post de hoje é sobre a sala dedicada ao animais de caráter divino - que quando eu visitei (jul-2014) estava em formação.

A relação dos egípcios com o mundo animal é no mínimo curiosa. Eles se alimentavam de gado, aves, peixes e caçavam animais silvestre ao passos que veneravam os representantes destas mesmas espécies. O carneiro, o crocodilo, o cachorro, o gato e outros tantos outros animais representavam divindades na vida religiosa do Egito desde os primeiros Faraós, como Nagda III e Ramsés.


O museu Louvre teve a sensibilidade de perceber quão importante eram os animais não apenas da dimensão espiritual, mas também como amigos dos moradores do Egito. Os gatos embalsamados são muito interessantes, a quantidade surpreende. Digo isso pelo fato de muitas das descrições das obras de arte ignorarem completamente a presença de animais nas pinturas.

Até mesmo crocodilos eram mumificados depois de serem oferecidos como oferendas nos templos, cenas que chamaram muito a atenção dos gregos e romanos. Fiquem pensando em que momento nossa sociedade perdeu esse respeito com os animais. Em que momento o cristianismo, por exemplo, virou as costas, para o mundo animal.


São inúmeros os monumentos, holocaustos, esculturas, histórias que envolvem os animais no Egito Antigo. As múmias de vários animais expostas no Louvre testemunham de uma sociedade que considerava os animais quando pensava no mundo sobrenatural. Nos ajuda também a pensar sobre as técnicas desenvolvidas no que se refere a mumificação desses bichos.

Não podemos pensar a história do Egito antigo sem levarmos em consideração os animais que faziam parte da alimentação, transporte e no caso do assunto aqui tratado, a religiosidade daquela civilização. A sala do Louvre , ao dedicá-la aos animais divinizados chama total atenção para essa parte indispensável da história do Egito no tempo dos Faraós.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Do Lyceu ao Foyer: exposições de arte e gosto no Pará (fins do XIX e início do XX)

A dissertação de Moema Alves, Do Lyceu ao Foyer: exposições de arte e gosto no Pará da virada do século XIX para o século XX, defendida no Programa de Pós Graduação da Universidade Federal Fluminense em abril do ano de 2013, em maio deste ano recebeu o primeiro prêmio Roberto Santos, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará.

O prêmio, entregue 05 de maio, data em que o Instituto Histórico e Geográfico completou 114 anos, consistiu na entrega de um diploma do Prêmio e na publicação da dissertação - que ainda está em andamento.

Para fazer o download da dissertação click aqui


Resultado do Concurso

Prêmio Eidorfe Moreira: Não houve inscritos.

Prêmio Arthur Napoleão Figueiredo:

Premiada: Anna Maria Alves Linhares, com o trabalho: "De caco a espetáculo: a produção cerâmica de Cachoeira do Arari, ilha do Marajó, Pará".

Prêmio Roberto Santos:

Premiada: Moema de Barcelar Alves, com o trabalho: "Do Lyceu ao Foyer: exposições de arte e gosto no Pará da virada do século XIX para o séulo XX".

Menção Honrosa: Domingos Sávio de Castro Oliveira, com o trabalho: "Capela Pombo, Belém/Pa: interpretações e perspectivas".