segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A natureza em Eric Hobsbawn

Hoje morreu um grande historiador - Eric Hobsbawn. Sua obra conta com inúmeras reflexões caríssimas ao estudo do passado. No post de hoje, que é uma tentativa de homenageá-lo, trazemos sua percepção sobre a natureza, ou melhor, qual importância ele deu para a preocupação com o meio ambienta.

Em suas importantes reflexões sobre os problemas consequentes do capitalismo ele enumera "conseqüências do desenvolvimento capitalista mundial que escaparam ao controle" de países que tem tido êxito em manter um certo equilíbrio social . Propõe que essas consequências ajudem a definir a plataforma socialista para o século XXI. 

"A primeira é a ecologia. A humanidade atingiu agora o ponto em que pode de fato destruir a biosfera – a habitação de plantas, animais e humanos no globo – ou pelo menos muda-la para pior de formas imprevisíveis e dramáticas. O “efeito estufa” é algo com que todos nós temos que aprender a conviver. Isto é o resultado de crescimento econômico desmedido em passo acelerado. É verdade, a teoria socialista sempre foi  favor disto e a prática socialista, especialmente no Leste europeu, produziu poluição maciça. Mas o capitalismo, diferentemente do socialismo, compromete-se pela sua natureza ao crescimento sem limites. E o crescimento de agora em diante precisa ser controlado de alguma forma. O “desenvolvimento sustentável” não pode operar através do mercado, mas deve operar contra ele. Não pode funcionar por meio da livre escolha do consumidor, mas através do planejamento e, onde for necessário, contra a livre escolha. Neste momento a Comunidade Européia decidiu proibir a pesca no Mar do Norte durante uma semana a cada mês para não acabarem os peixes".

 A segunda é a desigualdade social e a terceira é o vácuo moral criado pelo individualismo próprio do capitalismo.

O prof Hobsbawn foi um exemplo de história propositiva. Uma história que busca questionar o status quo, analisando o passado sem esquecer de contribuir com a sociedade atual. Penso que essa forma de fazer história está bem próxima da história ambiental.
Sentiremos saudades.

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