domingo, 28 de fevereiro de 2016

A construção do território brasileiro: lições de história ambiental



A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia e os membros do Grupo de Pesquisa e Estudos em História Ambiental convida Vossa Senhoria para a palestra “A Construção do Território Brasileiro: Lições de História Ambiental”, a ser proferida pelo prof. Dr. José Augusto Pádua, Professor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde coordena o Laboratório de História e Natureza. A Palestra será realizada no Auditório da Faculdade Ipiranga, situada a Av. Almirante Barroso, n 777, às 09:30 horas (Belém-PA).
Será emitido certificado de participação. 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Ecologia política da mineração e conflitos ambientais na América Latina

CURSO DE EXTENSÃO
Ecologia Política da Mineração e Conflitos Ambientais na América Latina

O curso é composto de aulas teóricas, atividades práticas e debates.
São 8 sessões presenciais, a serem complementadas com algumas atividades a distância.

Sessão 1: Ecologia Política e Justiça Ambiental;
Sessão 2: Ecologia Política da Mineração;
Sessão 3: Conflitos Ambientais e Valoração da Natureza;
Sessão 4: Coordenadas por professores do grupo Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade/PoEMAS;
Sessão 5: Coordenadas por professores do grupo Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade/PoEMAS;
Sessão 6: Análise de Casos (Argentina);
Sessão 7: Análise de Casos (Colômbia, Venezuela, México, Peru, Bolívia e Equador);
Sessão 8: Desenvolvimento e América Latina.

Público-alvo: alunos de graduação e pós-graduação, professores de ensino médio, servidores públicos, estudantes e representantes de movimentos sociais e organizações comunitárias com atuação e interesse na temática.

Objetivos:
Atualização e formação contínua de professores, agentes públicos e comunitários;
Exploração dos conflitos ambientais como sistemas complexos;
Análise das implicações da megamineração em distintas regiões e países da América Latina;
Identificação dos distintos critérios de valoração da natureza subjacente aos conflitos ambientais e sua importância para o debate sobre modelos de desenvolvimento;
Construir com os alunos estratégias para abordar o estudo de conflitos ambientais em distintas instâncias da educação formal e não-formal.

Período de realização: março e abril de 2016.
Dias 11/03; 18/03; 01/04 de 9h às 12h e 04/04; 15/04 e 29/04 de 9h às 16h.
Local: Auditório do Ippur/UFRJ (Prédio da Reitoria,5º andar, Ilha do Fundão)

Informações: Secretaria de Pesquisa, Documentação, Divulgação e Extensão
(21) 3938-1929/ e-mail: divulgacao@ippur.ufrj.br
Inscrições: www.ippur.ufrj.br

Realização: Laboratório Estado, Trabalho, Território e Natureza (ETTERN/IPPUR)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Dossiê "Patrimônio Histórico e ambiental"


Divulgamos o dossiê "Patrimônio Histórico e ambiental" publicado pela Revista Historiae v.6 n.2 (2015).

O sumário:

Flores de energia: o fazer acontecer da pesquisa na investigação dos intelectuais orgânicos do NEMA – Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental
Carla Valeria Leonini Crivellaro, Danilo Giroldo

Patrimônio industrial em Rio Grande: a estrutura da fábrica Rheingantz a partir do olhar de um operário
Carmen Gessilda Burgert Schiavon, Janaina Schaun Sbabo

Patrimônio cultural religioso no Paraná: a igreja de São Sebastião de Porto de Cima (Séculos XVIII ao XX)
Cláudia Eliane Parreiras Marques Martinez

Dilemas e provocações das análises dos problemas ambientais contemporâneos: pautas para pensar a atividade pesqueira
César Augusto Avila Martins

Uma introdução à crítica ambiental no extremo sul dos anos 70
Daniel Porciuncula Prado, Bread Soares Estevam

Patrimônio cultural negro no Paraná: lugares, celebrações e saberes
Delton Aparecido Felipe

“Muito além do subsolo”: memórias, audiências públicas, relatórios técnicos e degradação ambiental
Elton Laurindo da Costa

Cronos, Mnemosine, Clio e a defesa do patrimônio
Eric de Sales

Estatuária, patrimônio histórico e ensino de história: o caso do monumento ao Barão do Rio Branco na cidade do Rio Grande
Francisco das Neves Alves

Patrimônio cultural documental: os manuscritos de Coriolano Benício e as suas escritas de si
João Paulo Borges da Silveira

História da conservação da natureza e das áreas protegidas: panorama geral
José Luiz de Andrade Franco, Gilberto de Menezes Schittini, Vivian da Silva Braz

O que vem depois do progresso? Agricultura e destruição
Jussemar Weiss Gonçalves

Extensão universitária no contexto de crise do capital: uma crítica a partir da educação ambiental e popular
Leonardo Dornelles Gonçalves, Conceição Paludo, Carlos Roberto da Silva Machado

Educação ambiental e história ambiental em diálogo como possibilidades para o ser mais: um contraponto ao pensamento dualista
Lisiane Costa Claro, Vilmar Alves Pereira

Educação e patrimônio: uma experiência com a igreja Nossa Senhora do Socorro em Tomar do Geru/SE
Maria Socorro Soares dos Santos

Patrimônio para brincar: criando um jogo de percurso para o Museu da Baronesa – Pelotas/ RS
Marlise Buchweitz, Carla Gastaud, Tatiana Lebedeff

Planaltina e suas narrativas: cultura, memória e patrimônio em publicações locais desde o Século XX
Pedro Paulo Palazzo

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O fortalecimento da História Ambiental como campo de pesquisa

Existem inúmeros incidentes na história que podem ser explicados com mais profundidade se analisarmos a dimensão ambiental dos fatos e as interações entre humanos e o que podemos chamar de mundo natural. Um ótimo exemplo disso é a história dos países imperialistas europeus que se lançaram às conquistas ultramarinas desde o século XVI até o início do século XX. O sucesso dessa conquista estava intimamente relacionado com as habilidade desses europeus em lidar com os desafios impostos pelo ambiente que encontraram nas regiões tropicais. 

A professora Kim Ji-myung, presidenta do Instituto de Educação Patrimonial da Coréia do Sul, chama atenção para o exemplo da conquista e ocupação da Manchúria pelos japoneses. O oficial responsável para comandar a investida foi o cientista e médico Shimpei Goto (1857-1929), tornando-se mais tornando-se mais tarde o governador em Taipei, e em seguida, o presidente da Manchúria Southern Railway Company em 1906. 

O fato de um médico ser escolhido como governador se explica devido a importância dos programas de higiene militar que permitiram que o Japão garantisse superioridade na gerra russo-japonessa em 1905. 

Percebendo a importância da dimensão ambiental nos estudos históricos, iniciaram-se recentemente os trabalhos da Sociedade Coreana de História Ecológica e Ambiental. Seu presidente, Kim Don-Jing, considera que fatores ecológicos e ambientais estão profundamente ligados à vida cotidiana das pessoas Ao adicionar esta dimensão na pesquisa histórica, podemos chegar a respostas valiosas para questões sobre as relações homem-ambiente

O professor Hughes lembra do caso da Ilha de Páscoa e como apenas os registros escritos sobre as causas do colapso daquela sociedade não dão conta de explicar os motivos de seu declínio. Ele mostra que a análise de pólen encontrada na ilha revela a presença de florestas a cerca de 500 anos atrás. Isso indica que uma ilha densamente florestada ficou desmatada durante o período de ocupação humana. Havia grande atividade agrícola por quase toda a ilha durante 1500 anos.

É claro que o debate pode ser muito mais aprofundado, mas a história ambiental da Ilha de Páscoa é um importante estudo para ampliar a discussão e o conhecimento sobre o passado dessa região. O que podemos perceber é que o campo da história ambiental cada vez mais se fortalece, e o aparecimento de grupos de pesquisa em torno dessa forma de análise contribui efetivamente para isso.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A natureza na História: possíveis diálogos entre os campos historiográficos (simpósio)

Com muita satisfação o HN divulga o o V Encontro de Pesquisa em História - UFMG, um evento nacional que cresceu muito desde sua primeira edição. A edição deste ano contará com 20 simpósios temáticos e um deles será para discutir temas ligados à História Ambiental. Objetivo é  dialogar com pesquisadores que não fazem/discutem diretamente a história ambiental, mas que abordam em alguma medida as interações entre as sociedades humanas e os sistemas naturais.

Rute Torres, umas das coordenadoras, nos conta que a  ideia de realizar um ST foi fruto dos encontros realizados entre alguns alunos que se conheceram na II Escola de Pós-Graduação em História Ambiental, em novembro do ano passado. Já o tema a ser discutido surgiu após uma  conversa com alguns estudantes de História da África. Em alguns de seus trabalhos percebemos, por exemplo, como os rios eram utilizados para comércio, colonização e catequização; como os grupos locais se relacionavam com a dinâmica dos rios (como as enchentes e os cursos d'água) e que envolviam crenças religiosas, mitos, organização da produção, dentre outras formas.  A princípio, esses historiadores estão preocupados com outras problemáticas e, na maioria das vezes, essa natureza passa desapercebida, encoberta pela falta de um olhar mais direcionado a ela. Então, procuramos com o ST propor um diálogo entre vários campos historiográficos que trazem em suas abordagens, objetos, fontes, etc. ideias, representações e apropriações da natureza.

O evento ocorrerá entre os dias 6 e 10 de junho na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. As inscrições começam dia 12/fev e terminam 13/mar.





Titulo do Simpósio: A natureza na História: possíveis diálogos entre os campos historiográficos 

Ementa:
O objetivo deste Simpósio Temático é discutir como as representações, apropriações e ideias sobre a natureza estão presentes nas atuais pesquisas historiográficas. Apesar do crescimento do campo específico da História Ambiental, muitos trabalhos inseridos em outras linhas da pesquisa histórica também revelam as interações entre as sociedades humanas e o mundo natural ao longo do tempo. Isso porque essas interações perpassam as esferas cultural, política, social e econômica, nas quais a natureza foi documentada e analisada ou, outras tantas vezes, encoberta pela falta de um olhar direcionado especificamente para a sua presença nos temas, objetos e fontes trabalhadas.

Desde a conferência da Organização das Nações Unidas, em 1975, até os Parâmetros Curriculares Nacionais para a educação básica no Brasil, há duas décadas, é observada a necessidade de pesquisadores e professores transpassarem fronteiras disciplinares para entender, debater e trabalhar questões ambientais. A História, nesse sentido, tem se mostrado uma área privilegiada para essa discussão, para refletir sobre os planos de dominação e manejo dos recursos naturais; a conquista e conformação de territórios e territorialidades; a formação, circulação e intercâmbio de ideias sobre a natureza e de agentes científicos e intelectuais; a criação, divulgação e debate sobre tecnologias de apropriação da natureza; o espaço e os elementos naturais como objetos de disputas sociais e políticas; a apropriação da natureza na formação das identidades nacionais ou locais; a constituição dos patrimônios naturais; as construções culturais e sociais das paisagens, bem como as representações sobre fauna, flora e lugares tidos como naturais; as legislações e os marcos regulatórios sobre o uso dos recursos naturais; as pesquisas sobre saúde, pragas e saberes locais que envolvem o conhecimento das dinâmicas naturais; dentre vários temas possíveis.

Procuramos promover um enriquecimento das abordagens acadêmicas, tanto para aqueles que trabalham diretamente com as questões socioambientais como para os que falam de culturas políticas, de intelectualidades, de ciência e técnica, de artes, dentre outros vieses aplicáveis. Sendo assim, este Simpósio pode contribuir para um profícuo diálogo historiográfico ao fomentar a importância dos estudos sobre as interações entre sistemas humanos e naturais.

Coordenadores:
Darcio Rundvalt
Mestrando em História - Universidade Estadual de Ponta Grossa

Jamerson de Sousa Costa
Mestrando em História - Universidade Federal de Minas Gerais

Jonathan Coulis
Titulação: Doutorando em História - Emory University - USA / Universidade Federal de Minas Gerais

Rute Guimarães Torres
Mestranda em História - Universidade Federal de Minas Gerais