![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNge0KDOkGkzLk0zDxCOU21w03s4SeRNjdyj5w7yCwjGfNhjJWIv34yJXu7eF_x8fApEwGtnVbHhVW9IcfMNM2wqSFB6MX3dhrEux-D35jxBCKbeM0KyRdgoEGwtx36A9pdyemj6_1xQan/s400/AH1302115117x9444.jpg)
Passado, presente, futuro
por Paul Klee e Walter Benjamin
Há um quadro de Klee que se chama Angelus Novus.
Representa um anjo que parece querer afastar-se de algo que ele encara fixamente.
Seus olhos estão escancarados, sua boca dilatada, suas asas abertas.
O anjo da história deve ter esse aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado.
Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés.
Ele gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las.
Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. Essa tempestade é o que chamamos de progresso.
Tradução de Sergio Paulo Rouanet (in Obras Escolhidas, Brasiliense, 1994)
Nenhum comentário:
Postar um comentário