quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Caindo no esquecimento: o patrimônio natural de Ananindeua, memórias ambientais

A modernização de uma cidade, em alguns momentos, pode deixar de lado a natureza e suas grandiosidades. Isso é péssimo! A cultura, a sociedade, os seres vivos não vivem sem ela. Desde que o mundo é mundo, o meio ambiente está presente em todas as mudanças feitas no espaço e tempo. A cultura depende também da biodiversidade, principalmente na Amazônia.

O Parque Antônio Danúbio, primeiro parque ambiental do município de Ananindeua - PA acabou caindo no esquecimento, da população, e será que também das políticas públicas? Ou será que até mesmo ele fora apresentado para a sociedade ananindeuense?



Recentemente, ao buscar o Parque na internet, especificamente no Google, você verá que o mesmo se encontra fechado. Segundo Murakami Vidigal (2021), o Parque tem um grande potencial patrimonial para a cidade de Ananindeua, mas infelizmente, sem a preservação e o cuidado populacional e governamental, esse tipo de coisa acaba ocorrendo, ou seja, ele fecha. É muito triste perceber que o primeiro parque ambiental da cidade está esquecido e largado, não existem mais as estruturas e atividades de antigamente. A fauna e a flora que ali existem, estão ali sobrevivendo, dentro de um centro urbano, e mesmo assim, não tendo reconhecimento de seus valores.

A biodiversidade, principalmente na Amazônia, fala demais de nossos habitantes. Dentro do próprio Parque podemos reconhecer a identidade, cultura e história de Ananindeua através desses símbolos naturais. Contudo, sem esse cuidado e valorização do espaço, acaba-se caindo no esquecimento, não sendo reconhecido o valor e a potencialidade do espaço. É importante conhecer o nosso passado, o nosso presente, para preservá-los também no hoje e no amanhã.

Falar do futuro requer falar antes de qualquer coisa do tempo presente. Como pensar em uma sociedade melhor se não estamos preservando o nosso próprio presente? O Parque como patrimônio pode ser um recurso em tempo de crise, articulando o passado, presente e futuro de uma região, além de memórias coletivas, identidade e semióforos. (HARTOG, 2019).

Será possível resgatá-lo? Se “salvo”, será que a comunidade também iria interagir cotidianamente no espaço?

Referências

HARTOG, François. Regimes de Historicidade: presentismo e experiências do tempo.
Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

MURAKAMI VIDIGAL, Victória Emi. Patrimônio Ambiental e Espaços Socioambientais e
Educativos no Parque Ambiental de Ananindeua Antônio Danúbio. Diálogos Ambientais
[recurso eletrônico]: com(ciência) e tecnologia. Belém – Pa: Cabana, 2020, p. 49 - 61.
Disponível em: https://drive.google.com/file/d/12FastWk_Qh-C1mfRrlMHxWRy12ZDRFS/view

*Victória Emi Murakami Vidigal é graduada em história pela Universidade Federal do Pará - campus Ananindeua e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Patrimônio Cultural - UFPA.

Um comentário:

Wendell P. Machado Cordovil disse...

Muito bons e necessários os questionamentos.
Fiquei espantado quando, planejando uma visita recentemente, vi que ele estava fechado. Espero que o espaço continue como Parque Ambiental.