quarta-feira, 29 de abril de 2015

O rastro da onça: relações entre humanos e animais no Pantanal

O próximo encontro do Laboratória de História Ambiental da UFRJ, no dia 30 de abril de 2015, às 14:00, terá a visita do pesquisador Felipe Sussekind, da PUC-Rio, que apresentará o tema "O rastro e a visão: humanos e onças no Pantanal".

Felipe é antropólogo e publicou recentemente um livro sobre o mesmo tema chamado O Rastro da Onça. 

Resumo biográfico
FELIPE SÜSSEKIND é atualmente professor do Departamento de Ciências Sociais da PUC-Rio. Lançou, em 2014, o livro "O rastro da onça: relações entre humanos e animais no Pantanal", pela Editora 7Letras. Foi um dos organizadores do Colóquio internacional 'Os Mil Nomes de Gaia: do Antropoceno à Idade da Terra', realizado na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, ainda em 2014. É doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional, UFRJ (2010) e mestre em História Social da Cultura pela PUC-Rio (2000). Fez pesquisa de campo sobre projetos de conservação da onça-pintada no Pantanal do Mato Grosso do Sul, e seu trabalho na região gerou também um documentário, Onceiros (2012), que pode ser assistido no link: https://vimeo.com/45760818.

O documentário 'Onceiros' (2012)
Documentário realizado no Pantanal do Mato Grosso do Sul com depoimentos sobre a onça-pintada. Tradicionalmente perseguida e eliminada por criadores de gado, a onça é ao mesmo tempo temida e admirada pelos moradores das fazendas locais. Vaqueiros e caçadores relatam suas experiências, ligadas a relações contínuas de controle da vida animal – domesticação, manejo, rastreamento, captura – e enfrentamento de um ambiente hostil. As narrativas remetem aos zagaieiros, personagens de um passado indígena recente que lutavam com as onças armados apenas com uma lança (a zagaia).

Sinopse do livro
Como se constituem as relações homem-animal quando a onça deixa de ser um item numa coleção de história natural e passa a habitar um mundo? O rastro da onça, de Felipe Süssekind, explora a relação complexa entre ecologia, caça, criação de gado e turismo na região do Pantanal do Mato Grosso do Sul, em propriedades rurais que abrigam projetos de estudo e a preservação da onça-pintada. Através de uma pesquisa antropológica, o autor examina os mais variados aspectos da relação entre humanos e animais, detendo-se, mais especificamente, sobre a complexa trama de relações entre o homem e a onça que coabitam essas regiões. O recorte ecológico depende em geral da exclusão da espécie mais abundante da região, que é o gado. Por se alimentar do gado, a onça tem sido vista também, por muitos fazendeiros, como um problema a ser combatido. Além de detalhes sobre a preservação da Panthera onca, o leitor encontra relatos de caçadores de onça e de seus cães onceiros, que, ao lado das vacas e vaqueiras, constituem figuras centrais neste livro. Entre esses relatos, surgem as narrativas sobre os zagaieiros, caçadores antigos que enfrentavam onças com a zagaia, lança de origem indígena; histórias que carregam todo o imaginário indígena da região e se refletem na nossa cultura, por exemplo, no conto “Meu tio o iarauetê”, de Guimarães Rosa.

O convite está aberto para todos que estejam interessados no tema e no laboratório.

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