terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

A History of the Wind, por Alain Corbin


A History of the Wind
Alain Corbin (transl. William Peniston) Polity (2022)

Por milênios, pouco se sabia sobre a ciência do vento. Aristóteles o via como um fluido elementar, ao lado da água, da terra e do fogo. No final do século XVIII, a composição química do ar foi revelada; posteriormente veio o desenvolvimento da meteorologia através do mapeamento das correntes de ar globais e dos conceitos de troposfera, estratosfera e corrente de jato. Tudo isso faz parte da breve história de Alain Corbin, mas ele se concentra na reação de artistas, escritores e viajantes desde a Grécia antiga ao “enigma indecifrável” do vento.

Todos conhecem o toque do vento, sua presença, sua força. Às vezes ele ruge e uiva, outras vezes ouvimos seus suspiros melancólicos e sentimos suas carícias calmantes. Desde a antiguidade, os humanos testemunham o vento e contam com ele para navegar nos mares. E, no entanto, apesar de sua presença no cerne da experiência humana, o vento evitou o escrutínio em nossas crônicas do passado.

Alain Corbin mostra como, antes do século XIX, o ruidoso vazio do vento era experimentado e descrito apenas de acordo com as sensações que provocava. As imagens do vento aparecem com destaque na literatura, desde os épicos gregos antigos, passando pelo Renascimento e o romantismo até a era moderna, mas pouco se sabia sobre de onde vinha o vento e para onde ia. Foi somente no final do século XVIII, com a descoberta da composição do ar, que os cientistas começaram a entender a natureza do vento e suas trajetórias. A partir daí, nossa compreensão do vento foi moldada pela meteorologia, que mapeou os fluxos de ventos e correntes ao redor do globo. Mas enquanto a ciência nos permitiu entender o vento e, em alguns aspectos, para aproveitá-lo, o vento não perdeu nada de sua força misteriosa. Ele ainda tem o poder de destruir, e na presença etérea do vento ainda podemos sentir sua conexão com a criação e a morte.

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