É possível falar de ciência com beleza, por meio da arte. Sem aquele discurso árido, duro, buscando no pragmatismo quase positivista uma seriedade. Como se essa forma cartesiana de falar da ciência lhe garantisse o status de verdade.
Gosto muitos do trabalho de Tim Burton. A história contada por ele prova que é possível falar de ciência com leveza. ´Recomendo seu "Frankenweenie", e o seus questionamentos sobre a vida e especificamente sobre a utilização do conhecimento.
A história é assim...
Victor adora fazer filmes caseiros de terror, quase sempre estrelados por seu cachorro Sparky. Quando o cão morre atropelado, Victor fica triste e inconformado. Inspirado por uma aula de ciências que teve na escola, onde um professor mostra ser possível estimular os movimentos através da eletricidade, ele constrói uma máquina que permita reviver Sparky. O experimento dá certo, mas o que Victor não esperava era que seu melhor amigo voltasse com hábitos um pouco diferentes.
O que há de mais importante no filme é a relação do menino solitário com o seu cachorro. Para Tim Burton o comportamento dos animais de estimação representam a personalidade de seus donos (ignorância e ganância). Muito interessante como ele aborda essa relação - mesmo que exagerada.
Uma questão interessante abordada em "Frankenweenie" é a de que não existe ciência boa ou ruim, mas que a tecnologia pode ser pervertida por aqueles que desejam mal-uso dela e negada por aqueles que querem permanecer ignorantes.
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