terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Adversidade gera longevidade: história nos anéis das árvores

Em 1900, o corte de sequoias foi considerado um feito incrível . 
As histórias entre árvores e seres humanos são sempre muito boas, sejam elas de cunho espiritual, filosófico, literário ou mesmo acadêmico. Não sei qual dessas perspectivas o post de  hoje se enquadra, provavelmente nenhuma delas, pois que apresentar algumas fotografias e formas de relacionar as árvores, o tempo e os humanos.

No ano de 1964, Donald Rusk Currey (geólogo), no deserto de Nevada, descobriu a coisa viva mais antiga da Terra, pena que isso só aconteceu depois de tê-la matado. Currey estava estudando a idade do gelo no leste de Nevada. A árvore que foi cortada era da espécie Pinus longaeva, também conhecida como Bristlecones.  O objetivo do pesquisador era mapear a idade desses vegetais para desenvolver uma linha de tempo glacial para a região.

Currey descobriu que as Bristlecones eram mais antigas que a fundação dos Estados Unidos, as grandes cruzadas, os impérios grego e romano, e os antigos egípcios. Um desses vegetais em especial, a partir da contagem de seus anéis apresentava a idade de 5.000 anos. Até então os cientistas não poderiam considerar que uma árvore mediana teria tantos anos de vidas. Eram as sequoias, pela sua altura, consideras as mais antigas.  

Em 1958, o Dr. Edward Schulman publicou um artigo em que fazia uma relação entre condições adversas e a longevidade das árvores. Vegetais com cerca de 4000 haviam experimentados condições severas em seu desenvolvimento. Esse é o cenário onde crescem as Bristlecones: grande altitude, incêndios, erosão e grande incidência de relâmpagos.

A obsessão dos humanos por coisas grandes parece ter deixado a salvo as Bristlecones. Ao longo do século XIX, o oeste dos Estados Unidos vibrava com vistas panorâmicas de montanhas, promessa de terra vasta e árvores gigantescas. As sequoias se transformaram na maior atração daquela região, mas eram derrubadas para construção de casas e cortadas para carros passarem por dentro.

Cartão postal de 1950 da árvore de Wawona, agora derrubada no Parque Nacional de Yosemite
Mas as mudanças climáticas da região tem favorecido a proliferação de um fungo que tem ameaçado a longevidade das Bristlecones. Alguns importantes institutos foram criados para estudar a relação entre os anéis das árvores e o tempo da Terra. Algumas dessas plantas foram mortas nesses estudos. As árvores mais antigas tem sua localização mantida em secreto para evitar uma aglomeração turística.

Todas essas fotos e fatos envolvem humanos, cultura, árvores e a contagem do tempo. Essas relações que nos mostram a importância de ao escrever a história de um lugar, considerar as plantas (e os animais). 

Fonte: http://www.collectorsweekly.com/articles/oldest-living-tree-tells-all/

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