Foi o tigre de bengala que me fez assistir 'As Aventuras de Pi". Desde que vi pela primeira um um desses felinos, tudo que diz respeito a tigres me chama muito atenção. Mas não é sobre isso o post de hoje, é sobre essa aventura e como Ang Lee retratou a natureza nessa fábula que gostaria de escrever.
O filme trata da travessia de um rapaz indiano na incômoda companhia de um tigre de bengala. O jovem se chama Piscine Patel, e aqui é meu primeiro destaque. A trama se desenvolve em uma relação muitíssimo interessante com a água. Desde garoto, Pi tem que aprender a nadar. Sua interação com o hinduísmo (e esta cena é primorosa) se dá em um ritual sobre um lago. Acontece o naufrágio e a aventura se desenrola por completo no oceano.
Um diálogo que nos remete às discussões de história ambiental é quando o pai de Pi o repreende por querer se aproximar do tigre e diz: "seus sentimentos se refletem nos olhos do tigre". Querendo convencer que projetamos nossas emoções nos animais. E essa relação entre o tigre e o protagonista prossegue até o final.
Um ultimo ponto que queria destacar é que o filme nos permite refletir sobre como quando narramos um fato, a travessia do nosso oceano por exemplo, damos a dimensão que queremos, mas sempre no nosso universo fantástico existe uma verdade. Nossas invenções estão baseadas em alguma medida em coisas reais. Ao lidarmos com os relatos e ao construirmos uma narrativa, devemos ter essa sensibilidade.
Para além dessas questões filosóficas, o filme é muito bom. Nos faz acompanhar Pi em seus devaneios. E quem não precisa disso? Sua relação com a religião nos diverti e sua criatividade nos faz torcer por ele. Recomendo "As aventuras de Pi" é um relato de viagem delicioso!
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