
Ficção-científica, que é como o filme está indicado, nunca foi meu tipo predileto de história. Diante disso, tive muitas dúvidas se seria uma boa experiência assisti-lo. Qual foi minha surpresa, gostei muito e explico porque. O diretor teve o capricho de refletir sobre a existência dos seres humanos. Assim, enxerguei um convite para pensar sobre nossa dependência biofísica, quero dizer que necessitamos de oxigênio, gravidade e todas essas condições que a Terra nos dá.
Penso que muitos trabalhos acadêmicos de História, enquanto disciplina das ciências humanas, é escrita como se tratassem de humanos que não precisam sequer da gravidade para sobreviverem. O que quero dizer é que, assim como o filme de Cuarón, a história ambiental procuram lembra-nos que para a história existir é preciso de um mundo biofísico onde as pessoas e as coisas se movimentes, e sem elas não comunicação, reverberação de som, há um completo silêncio, logo não há história.
Para mim, o ponto auto do filme é o contato da protagonista com o mundo material. Não sei se foi proposito de Cuarón, de maneira poética fazer a dra. Ryan emergir da água, como um réptil sinalizado pelo sapo que nada junto com ela, e chega na beira do lago imitando os primeiros passos do homo sapiens - contado pelo evolucionismo. A garra com que a doutora segura a terra encharcada pode convidar meus nobres colegas historiadores a pensarem sobre a necessidade de incorporar o mundo biofísico em suas reflexões sobre o passado.
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