segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Gravidade: o filme de Cuarón e a história ambiental

Uma das quatro forças fundamentais da natureza, a gravidade, força que os objetos com massa exercem atração uns sobre os outros, é também o título do mais novo filme do diretor mexicano Alfonso Cuarón. A ficção conta coma a Dra. Ryan Stone, em sua primeira missão fora da Terra ao lado do astronauta Matt Kowalsky, na última missão de sua carreira, tiveram graves problemas. Durante uma caminhada em torno do ônibus espacial, eles são atacados por uma chuva de meteoros que os deixa sem contato com a base na Terra.

Ficção-científica, que é como o filme está indicado, nunca foi meu tipo predileto de história. Diante disso, tive muitas dúvidas se seria uma boa experiência assisti-lo. Qual foi minha surpresa, gostei muito e explico porque. O diretor teve o capricho de refletir sobre a existência dos seres humanos. Assim, enxerguei um convite para pensar sobre nossa dependência biofísica, quero dizer que necessitamos de oxigênio, gravidade e todas essas condições que a Terra nos dá.

Penso que muitos trabalhos acadêmicos de História, enquanto disciplina das ciências humanas, é escrita como se tratassem de humanos que não precisam sequer da gravidade para sobreviverem. O que quero dizer é que, assim como o filme de Cuarón, a história ambiental procuram lembra-nos que para a história existir é preciso de um mundo biofísico onde as pessoas e as coisas se movimentes, e sem elas não comunicação, reverberação de som, há um completo silêncio, logo não há história.

Para mim, o ponto auto do filme é o contato da protagonista com o mundo material. Não sei se foi proposito de Cuarón, de maneira poética fazer a dra. Ryan emergir da água, como um réptil sinalizado pelo sapo que nada junto com ela, e chega na beira do lago imitando os primeiros passos do homo sapiens - contado pelo evolucionismo. A garra com que a doutora segura a terra encharcada pode convidar meus nobres colegas historiadores a pensarem sobre a necessidade de incorporar o mundo biofísico em suas reflexões sobre o passado.

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