quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Aquaman, História e Natureza

O filme 'Aquaman' (2018) tem atingindo arrecadações recordes desde seu lançamento nos Estados Unidos. O post de hoje é pra compartilhar com a/o nobre leitora/o algumas reflexões que a película nos permite pensar sobre a história e o meio ambiente. Iniciando com uma citação do livro Vinte e mil légua submarinas, de Julio Verne, o filme se vale dos conflitos envolvendo espécies animais diferentes, com destaque, é claro, para a condição mestiça de Arthus Curry - o Aquaman.

A cena que revela uma passagem de sua infância, mostra o protagonista em idade juvenil visitando com seus colegas de escola o aquário da cidade. O narrador lembra que para entender a vida em terra é preciso estudar e conhecer a vida e as dinâmicas próprias do mar. Essa questão aparece em muito momentos do filme, inclusive advertindo que a paz dos litorais que concentram a maiorias dos moradores do planeta depende do 'bom convívio' com as marés.

A referência a cidade perdida de Atlântida e os percursos de Arthur faz pelo deserto do Saara nos remete a questões sobre as mudanças climáticas, o avanço do mar e um ponto muito caro à História Ambiental de que as paisagens estão sempre em mutação e que a natureza não é dinâmica e interfere diretamente no transcurso da história da humanidade ao moldar a face da Terra. 


Mapa de Atlantis elaborado por Athanasius Kircher ,localizando-a no Oceano Atlântico, publicado em Amsterdã na obra Mundus Subterraneus 1669. O mapa é orientado com o sul no topo .

Aquaman assume um tom de sarcasmo ao abordar temas polêmicos como o direito de matar e ridiculariza as pessoas que um dia acreditaram que a Terra fosse redonda. Além de divertir, o filme pode nos servir para pensar na vida marinha como um componente merecedor de atenção dos seres humanos. Vale-se também dos mistérios e desafios das profundezas dos oceanos que sempre povoaram a imaginação de poetas, pintores e leitores. 

Assim, Aquaman, o filme, suscita muitos pontos interessantes sobre a relação entre os humanos, os mares e seus habitantes. Usa também a mitologia Antiga para entreter o público contemporâneo - algo que por si só já merece um olhar atento de historiadores e cientistas sociais. 

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