terça-feira, 15 de novembro de 2011

A república e os cavalos

Hoje, comemora-se a proclamação da república brasileira - ocorrida em 1889, liderada por Deodoro da Fonseca. Mas não queremos discorrer sobre as tramas que envolveram esse levante político militar. Apresentaremos algumas representações desse evento que justifica o feriado do dia 15 de novembro em nossa país, destacando a presença do CAVALO.

A primeira delas (ao lado) é uma homenagem da Revista Ilustrada à proclamação da República. Apesar de em primeiro estar representada a Pátria como uma mulher portando um escudo, nos interessa ao fundo perceber o militar sob o cavalo.


Na importante obra de arte Proclamação da República (abaixo) de 1893 (óleo sobre tela) de Benedito Calixto (1853-1927) podemos observar uma grande quantidade de cavalos, valorizando e garantindo o status nobre da ação de Deodoro da Fonseca e sua comitiva - nos permite até dizer que ocupam espaço de destaque na pintura (parte do acervo da pinacoteca de São Paulo) - participando da cena principal no centro do quadro.


Em seus estudos, Gilberto Freyre já salientava o papel distinto exercido pelo cavalo no Nordeste da cana-de-açúcar. A montaria enobrecia o homem, seja ele senhor de engenho ou comandante militar - "do alto do cavalo foi quase uma figura centauro: metade homem, metade cavalo [...] amava o seu cavalo que lhe completava a figura senhorial" (FREYRE, 1937: 36 e 93). Os cavalos de raça retratados nas imagens republicanas, os cavalos de carro da família patriarcal, possuíam valor diferente dos cavalos de cangalha e, sobretudo, do cavalo de matuto, do sertanejo, e das bestas dos molinetes.


Assim vemos se repetir a função do cavalo na figura de Deodoro da Fonseca no quadro de Henrique Bernadelli (acervo da pinacoteca de São Paulo) - é o animal que reforça e garante o status que o pintor quer dar a Deodoro e sua comitiva ao fundo na sombra.



Em uma inscrição no The Horse Park em Kentuchy - EUA, lemos: "A história foi escrita sob o cavalo". A frase que parece uma brincadeira nos faz pensar na importância desse animal para entendermos a História. Na Eurásia, há uma profunda diferença entre as civilizações que contaram com o cavalo em suas expansões territoriais e aquelas que não possuíram esse animal.
As populações ocidentais, que não contavam com o cavalo, permaneceram por muito tempo dispersas - vide os Incas, Mais e Astecas, que apesar de avançado conhecimento não contavam com animais velozes capazes de transportá-los para o resto da América e foram vencidos pelos europeus montados sob cavalos.

Finalizamos com uma frase bem humorada: "O cachorro é o melhor amigo do homem, mas foi por meio do cavalo que houve civilização". (Do homem ou do cão?)

Consultamos: FREYRE, Gilberto. Nordeste. Rio de Janeiro. Livraria José Olympio, 1937. p. 36 e 93.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu gostei obrigada vou pasar no meu trabalho