segunda-feira, 1 de abril de 2013

'O amante da rainha' e 'César deve morrer': minhas dicas de História na tela

Nao resisti a vontade de indicar dois filme muito interessantes que assisti nas ultimas semanas. O primeiro deles é 'O amante da Rainha' que foi indicado ao Oscar, se passa na Dinamarca do século XVIII (período que me chama atenção tratando-se de qualquer coisa) e principalmente é uma história real. A história é assim: Caroline Mathilde (Alicia Vikander) é uma jovem britânica que se torna rainha da Dinamarca após se casar com o insano rei Christian VII (Mikkel Boe Folsgaard). Em viagem pela Europa, a saúde mental do monarca piora a cada dia e um acompanhamento médico torna-se necessário. O alemão Johann Struensee (Mads Mikkelsen) é escolhido e rapidamente conquista a confiança do rei, tornando-se seu confidente e principal conselheiro. Promovido a médico da corte, Struensee também se aproxima cada vez mais de Caroline. Aproveitando-se da fragilidade de Christian, os dois assumem o poder do país e iniciam uma surpreendente reforma de inspiração iluminista. 

Esse post é pra dividir com você por que eu acho valer a pena assistir "O amante da rainha". Primeiro, é um filme que não perde em nada para qualquer desses grandes romances de época. Segundo, que é uma crítica muito bem feita à relação entre Estado e Religião. É claro que o dilema do amor está em primeiro plano, mas além é uma ótima reflexão que vem bem a calhar na discussão que fazemos hoje no Brasil desse envolvimento de figuras religiosas com o poder dito laico. Por fim, o combate às doenças que assolavam o Norte da Europa naquele período. 

Outro filme que gostaria de destacar é o italiano "César deve morrer". A história se passa em uma prisão, onde os prisioneiros ensaiam a peça "Júlio César", de William Shakespeare. O local é a prisão de segurança máxima Rebibbia, localizada em Roma. Ao mesmo tempo que funciona como registro documental, trabalha a ficção por trás da trama original. Dirigido pelos irmãos Paolo e Vittorio Taviani e vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim 2012. O ponto alto do filme é quando um dos atores, retornando da apresentação para sua cela, olha ao redor e exclama: ""No momento em que conheci a arte, esta cela se tornou uma prisão." É a libertação que está em discussão em todas as cenas. Sei que não há nada de natureza nessas minhas palavras aqui, mas como não me canso de me justificar sobre essa fuga, os filmes são sobretudo recheados de HISTÓRIA em que as pessoas são retratadas íntima e indissociavelmente em diálogo com o ambiente. Espero que se aceitarem minha indicação se divirtam.

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