domingo, 13 de dezembro de 2015

Da lama ao caos: música, história e natureza

Em 1994 a banda pernambucana Chico Science & Nação Zumbi lançava o álbum 'Da Lama ao Caos' misturando rock com maracatu. O grupo já chamava atenção para a relação desastrosa entre os humanos e o mundo natural. O posto de hoje é para lembrar esse registro musical e a tragédia ambiental provocada pela Vale no Rio Doce. 

A Nação Zumbi já chamava atenção para as transformações prejudiciais provocadas pelos humanos no ambiente habitado pelos aratus, caranguejos e chiés, especialmente nos manguezais. Além disso, a música 'Da Lama ao Caos" nos remete também a degradação social dos humanos em sua convivência urbana. Um trecho da canção:

O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um caranguejo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru

Outros artistas também protestaram por meio de músicas e vídeo clips, podemos citar Michael Jackson, em Earth Song; O Rappa, em Tribunal e rua e tantos outros.  Vanessa da Mata, com a música Absurdo reclama:

Havia tanto pra respirar
Era tão fino
Naqueles rios a gente banhava

Recentemente o cantor Thiago Delegado lançou uma música que denuncia especificamente o que aconteceu com o Rio Doce:

Quem Vai Pagar o Que Não Tem Preço? (Thiago Delegado e Marcio Borges)

Quem vai dizer fim da esperança
essa herança irracional
que outros filhos terão
lama letal
lamaçal
água da gente beber
o dragão
arrastou na lama
quem vai pagar tão imenso mal
matou o rio afinal
o que era doce acabou
Antes da lama tocar meu blue
o verde vale era azul azul blue
a plantação queria dar
o peixe só queria
nadar
e eu também 
ser alguém feliz então 
cantar
Mas quem vai pagar o que não tem preço
me devolver o que não tem mais
quem vai virar o que está ao avesso
quem vai salvar o meu blue



 

Esse tipo de material pode ser aproveitado para introduzirmos esse tipo de discussão em sala de aula, utilizando a música para falar de um tema tão atual. Pensamos nessas sugestões que podem ser aproveitadas por professores de biologia, geografia e história para o debate sobre os problemas ambientais. 

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