quarta-feira, 31 de julho de 2013

Cidade das mangueira, de Luiz Airoza (participe do sorteio)

O post de hoje é muito especial porque junto com ele anunciamos o sorteio do livro "Cidade das Mangueiras" do professor Luiz Otávio Airoza em nossa página no facebook, no final desse post você fica sabendo como participar do sorteio.

Entrevistamos o autor do livro que falou um pouco sobre esse trabalho que em nossa opinião é não só original como muito gostoso de ler.

Sobre o livro "Cidade das Mangueiras"
O livro, “Cidade das Mangueiras”, analisa o processo histórico de constituição da paisagem urbana belenense arborizada predominância com e por mangueiras. Desta maneira, divide-se em três partes. Na primeira discuti a origem indiana da mangueira, sua incorporação na cultura indiana, sua difusão territorial para outros continentes e seu processo de aclimatação na região amazônica e em terras belenenses durante os anos setecentos. Na segunda discuti as primeiras experiências onde mangueiras começaram a serem utilizadas na arborização de logradouros belenenses nos oitocentos, como o Passeio Público do Conde dos Arcos e as Estradas de Nazaré e das Mongubeiras. Na terceira discute as ações arborizadoras ocorridas durante as reformas implementadas na malha urbana belenense pela intendência municipal, quando esta espécie passou a ser utilizada prioritariamente em suas ruas, avenidas e praças durante entre fins dos oitocentos e início dos novecentos.
A escrita do livro destaca que, ao longo desse tempo, desde sua aclimatação até sua predominância na arborização, as mangueiras com suas características botânicas (folhagem permanente e copa ampla) exerceram suas próprias influências na trama histórica.

Durante os oitocentos os belenenses experimentaram o convívio com várias espécies arbóreas em seus logradouros. Estabeleceram comparação entre a folhagem e copa das mangueiras com as de outras espécies, perceberam diferenças entre as sombras que produziam. Particularmente numa região onde o sol tropical sobressai, a sombra que uma determinada espécie arbórea pode produzir passa a ser um elemento importante na escolha que os habitantes da cidade realizam sobre a mais adequada para a arborização de seus logradouros. Os belenenses observaram sensitivamente que a copa das mangueiras produzia sombras maiores e por isso mais adequada para as suas necessidades. Ao longo dos oitocentos, através de sucessivas experiências sensitivas, os belenenses concluíram que as qualidades das mangueiras eram mais adequadas as suas necessidades de protegerem-se do sol. Ou, dito diferentemente, as mangueiras e suas qualidades conquistaram seu espaço na paisagem urbana belenense. Disputando-o com outras espécies arbóreas, convenceram os habitantes da cidade da superioridade de suas sombras. A mangueira se fez presente por suas características botânicas que as necessidades humanas locais consideravam qualidades.

Ao longo destes anos, a mangueira e suas características botânicas construíram entre os belenenses a preferência por sua utilização na arborização de seus logradouros. Para isso, um longo diálogo foi estabelecido. Não com a linguagem falada, habitualmente utilizada nas relações sociais, mas sim por meio de outras formas que incluem a visão e a imagem, o olfato e o aroma, o paladar e sabor, etc. Um diálogo com os elementos naturais que permitem a interação do homem com a natureza da qual é parte inseparável. Um diálogo próprio das relações socioambientais.

HN: Como surgiu a ideia de escrever o livro??
Luiz  Airoza: Em relação às origens do livro “Cidade das Mangueiras”, acredito estarem relacionadas a duas questões fundamentais. A primeira é que sua escrita está associada a minha participação no Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia, da Universidade Federal do Pará, pois o mesmo é em sua integra a dissertação que apresentei à obtenção do título de mestre. A segunda é que, por se tratar de um tema que despertava o interesse de parte da população belenense, apesar de considerar as exigências acadêmicas e normativas, preocupei-me em produzir uma escrita que estivesse acessível a um público mais amplo, o que facilitou o interesse editorial por sua publicação.

HN: Nesta obra, quanto a sua relação com a Mangueira influenciou na escrita?
Luiz Airoza: Influenciou bastante, pois vivi toda minha infância e juventude entre as mangueiras centenárias belenenses. Na infância muito mais entre aquelas plantadas nos quintais da casa de meus avós, como também nas dos quintais dos vizinhos que frequentávamos secretamente, no bairro da Cremação. Na juventude entre as que arborizavam as ruas dos bairros da Cremação, São Brás, Guamá, Nazaré e Batista Campos, e por onde em tempo de temporal ou vendaval saíamos a recolher seus apetitosos frutos dispersos no chão. Os túneis verdes de mangueiras ainda existentes são verdadeiros “túneis do tempo”. Nesses residem grande parte de minhas lembranças pessoais que são despertadas pelas experiências sensoriais que me provocam o frescor de suas sombras, a aspereza de seu caule enrugado, o aroma de suas flores e a doçura de seus frutos. Esse livro não deixa de ser uma homenagem às mangueiras que mantem vivas essas lembranças.

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Aí é só esperar o sorteio no dia 05 de Agosto de 2013, próxima segunda-feira. Enviaremos o livro para o ganhador pelo correio.

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