quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Nossa ideia de natureza no filme "A espuma dos dias"

Quando fiquei sabendo que o diretor de "Brilho eterno..." havia dirigido a adaptação do livro de Boris Vian "A espuma dos dias" pensei que seria no mínimo instigante assistir esse filme. E foi. O post é a indicação do filme de Michel Gondry: "L'ecume des jours". 

Poderíamos dizer que é a história de Colin, um rapaz simpático, rico e desocupado, que se apaixona por Chloé, portadora de uma rara doença. Mas o filme é muito mais do que isso. Mas cuidado, se você gostar de como essa história é contata correrá o risco de desgostar dos filmes passados em Nova Iorque cheios de romances previsíveis. Gosto de histórias que me levam a conhecer uma realidade diferente daquela que vivo. "A espuma dos dias é assim".

É um surrealismo que faz o expectador pensar para muito além da história. Pensar na vida, na sobrevivência e como os sinais da natureza fazem parte da nossa existência.  O autor procurar explicar como nossa memória insiste em preservar o qu
e gostamos e queremos. A nostalgia que é vizinha da história.

Destaque para o rato cinza que faz parte de toda a história. Ele vive com Colin, o protagonista. Com o passar do tempo, a casa vai encolhendo e tornando-se cada vez mais escura (escurece e encolhe dependendo do humor e os pensamentos de Colin). É o ratinho que se preocupa em tornar aquele lugar mais leve. Mas ele falha em sua luta desigual, e acaba cometendo suicídio nas presas de um gato. 

Entre muitas coisas abordadas no filme, nos faz pensar como a natureza que percebemos também uma construção das experiência que acumulamos em toda nossa vida. É o clima, os relacionamentos, a saúde, os cheiros, tudo isso contribui para formularmos nossa visão do mundo que nos cerca e como encaramos essa realidade física. Recomendo.

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