Este livro de Gianne Chagastelles toca em uma herança fundamental da arte brasileira, até hoje pouco estudada. Se o Barroco é o estilo da alegoria, nosso Barroco, especificamente, é a alegoria da alegoria: uma resposta híbrida, corrompida, metafórica, àquilo que já é um outro de si mesmo. Além da obra de Aleijadinho, há outros indícios deste Barroco mestiço e deliciosamente desvirtuado em todo o país. Gianne nos mostra, neste livro, que a matriz barroca é uma fonte que nunca cessa, irrigando a arte brasileira até hoje. Gianne envereda na obra de artistas importantes como Arthur Bispo do Rosário; Leda Catunda, Beatriz Milhazes, Adriana Varejão e Jorge Duarte dos anos 1980; e Jarbas Lopes, Marcos Cardoso e Edmilson Nunes dos anos 1990. Em todos estes trabalhos, há a criação de uma narrativa de suspensão, que nos leva ao mesmo tempo a um estado de abrigo e reconhecimento, mas também à repulsa e ao exílio, próprio da alegoria, reinventada em roupagem pós-moderna*.
Lançamento do livro Alegoria na arte brasileira (1980-2000) de Gianne Chagastelles, dia 20 de agosto, terça-feira, às 18 horas, no Espaço Multifoco, na Avenida Mem de Sá, 126- Lapa- Rio de Janeiro-RJ.
Lançamento do livro Alegoria na arte brasileira (1980-2000) de Gianne Chagastelles, dia 20 de agosto, terça-feira, às 18 horas, no Espaço Multifoco, na Avenida Mem de Sá, 126- Lapa- Rio de Janeiro-RJ.
* Por Daniela Name
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