sábado, 6 de julho de 2013

Dossiê sobre açúcar na RHBN

A edição deste mês da Revista de História da Biblioteca Nacional apresenta como tema principal o açúcar e toda a importância desse produto para o entendimento da História não apenas do Brasil mas também do mundo. Este post, além de divulgar o dossiê, destaca o artigo do professor José Augusto Pádua (UFRJ) com o título "O amargo avanço da doçura". Reproduzimo trecho a seguir:

Com as campanhas de Alexandre Magno na Índia, e o retorno  de alguns dos seus participantes, começaram a chegar à Europa notícias sobre a existência, no Oriente, de “uma espécie de bambu que produzia mel sem intervenção das abelhas, servindo também para preparar uma bebida inebriante”, nas palavras do historiador português Henrique Parreira.

Era por volta de 327 a.C., e aquelas notícias inscreviam-se em um dos movimentos mais fascinantes da história da humanidade: a disseminação, entre os diferentes povos e regiões, da grande diversidade de plantas e animais existente nas diferentes regiões do planeta. A cana-de-açúcar se tornaria uma das protagonistas deste fenômeno. Até então desconhecida dos europeus, foi descrita a partir de elementos do mundo natural que eles então conheciam. Ela se parecia fisicamente com os bambus e produzia um líquido doce comparável ao mel.

As primeiras notícias sobre a utilização da cana no Ocidente não mencionavam o açúcar. A extração do caldo da cana, assim como seu emprego para produzir “bebidas inebriantes”, marcou o início da sua presença nas sociedades humanas. Segundo pesquisas recentes, a Saccharum officinarum, espécie de cana dominante no mundo, é uma gramínea originária da região onde hoje se encontra a Papua Nova Guiné, na zona tropical do Oceano Pacífico, onde deve ter sido domesticada por populações tribais há mais de 7 mil anos. Não se sabe com precisão como se propagou na direção da Índia e da China, mas por volta do século IV a.C. ela era cultivada nessas regiões, inclusive com a manufatura do açúcar em escala reduzida. No século III a.C., fabricava-se na China, a partir da cana, um produto sugestivamente identificado pelos ideogramas “pedra” e “mel”.

Um comentário:

Anônimo disse...

faça um resumo sobre as painas 16 a 38 ae ne